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terça-feira, setembro 2, 2025
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Google Cloud blockchain: projeto GCUL avança em testes privados

O avanço da transformação digital nos serviços financeiros acaba de ganhar um novo capítulo com o anúncio de que o Google Cloud blockchain, batizado de Google Cloud Universal Ledger (GCUL), já está em fase de testes de rede privada. A iniciativa confirma a entrada mais direta do Google no ecossistema de soluções baseadas em registro distribuído (distributed ledger technology), posicionando a empresa entre os principais players globais que disputam a liderança em infraestrutura de pagamentos digitais.

O que é o GCUL do Google Cloud

Segundo Rich Widmann, chefe de estratégia Web3 no Google, o Google Cloud blockchain é fruto de anos de pesquisa em tecnologias descentralizadas. Diferentemente de outras iniciativas, a GCUL foi concebida como uma solução de camada 1 que poderá ser utilizada por múltiplas instituições financeiras, funcionando como uma plataforma neutra para pagamentos, liquidações e serviços de capital.

Um dos diferenciais apontados é a adoção de contratos inteligentes escritos em Python, recurso que amplia a flexibilidade para desenvolvedores e empresas que desejam integrar soluções financeiras ao blockchain.

Crescimento do mercado de stablecoins como catalisador

O anúncio do Google acontece em um momento de expansão sem precedentes no mercado de stablecoins. Um estudo interno da empresa mostrou que, em 2024, o volume de transações com esses ativos triplicou, alcançando US$ 5 trilhões em operações orgânicas e cerca de US$ 30 trilhões no total.

Esses números superam volumes anuais de gigantes como PayPal e se aproximam do registrado pela Visa, evidenciando a crescente demanda de consumidores e instituições por alternativas de pagamentos digitais mais rápidas e econômicas.

A GCUL surge, portanto, como resposta a essa nova dinâmica de liquidez global, em que a interoperabilidade e a redução de custos são fatores críticos.

Parceria estratégica com o CME Group

O projeto foi revelado em março, quando o Google firmou colaboração com o CME Group, uma das maiores bolsas de derivativos do mundo. O piloto testado pelas duas companhias demonstrou o potencial de criar um sistema de liquidação contínua, 24 horas por dia, sete dias por semana, abrangendo garantias, margens e taxas.

O CME Group confirmou que a primeira fase de integração foi concluída e que os próximos testes, envolvendo participantes do mercado, ocorrerão ainda este ano. A expectativa é que os serviços estejam disponíveis comercialmente em 2026, consolidando o Google Cloud blockchain como infraestrutura global de mercados de capitais.

Comparação com projetos da Stripe e da Circle

Outras grandes empresas também se movimentam nesse cenário. A Circle anunciou o desenvolvimento de sua própria blockchain de nível 1, voltada para transações com stablecoins e câmbio. Já a Stripe revelou estar construindo a rede Tempo, compatível com Ethereum, com foco em aplicações de pagamento de alto desempenho.

Widmann destacou que, ao contrário das concorrentes, a proposta do GCUL é oferecer neutralidade e acessibilidade a diferentes players do setor financeiro. A intenção é atrair instituições que poderiam hesitar em adotar blockchains controladas por empresas rivais.

Benefícios esperados para o setor financeiro

Entre os principais benefícios da solução estão:

  • Liquidação contínua em tempo real, reduzindo prazos operacionais.
  • Custos de transação mais baixos, impactando diretamente empresas globais de grande porte.
  • Adoção de pagamentos digitais em escala, inclusive para o varejo.
  • Maior eficiência para o comércio internacional, hoje prejudicado por sistemas fragmentados e caros.

Estudos apontam que a substituição de processos tradicionais pode gerar economias bilionárias. O caso do Walmart é um exemplo citado: a empresa gasta anualmente cerca de US$ 10 bilhões em taxas de processamento, valor que poderia ser reduzido com novas infraestruturas de blockchain.

GCUL como infraestrutura 24/7 para mercados de capitais

De acordo com o Google, a GCUL foi projetada para suportar ambientes financeiros ininterruptos, oferecendo suporte a bancos, corretoras e plataformas de investimento. A meta é criar uma rede escalável, capaz de integrar diferentes modelos de liquidação, tokenização de ativos e pagamentos digitais globais.

Essa abordagem reforça a visão de que o futuro do sistema financeiro será marcado por redes abertas e interoperáveis, reduzindo barreiras de entrada e aumentando a competitividade.

Lançamento previsto para 2026

Embora ainda em fase privada, a expectativa do mercado é grande. O Google confirmou que a versão pública de testes será liberada em breve, e que os detalhes técnicos da rede serão divulgados ao longo dos próximos meses.

Se os planos se concretizarem, a estreia oficial do Google Cloud blockchain em 2026 pode redefinir os padrões de liquidação, câmbio e pagamentos digitais, estabelecendo um novo marco para a infraestrutura financeira global.

O Google Cloud blockchain não é apenas mais um experimento tecnológico, mas sim uma aposta estratégica em um mercado trilionário. A combinação entre neutralidade, parcerias institucionais e suporte a stablecoins coloca o GCUL em posição privilegiada frente a concorrentes como Stripe e Circle.

Com lançamento previsto para 2026, o projeto pode transformar a forma como bancos, empresas e consumidores interagem com o sistema financeiro digital.

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