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quarta-feira, setembro 3, 2025
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Governo prepara plano Redata para atrair data centers com incentivos fiscais em setembro

O governo federal deve apresentar, neste mês de setembro, ao Congresso Nacional o plano Redata, iniciativa que prevê incentivos fiscais para empresas de tecnologia que instalarem data centers no Brasil. A medida, em forma de Medida Provisória (MP), inclui isenção de tributos federais como PIS, Cofins, IPI e Imposto de Importação para investimentos em infraestrutura de tecnologia da informação. Fontes ligadas à equipe econômica indicam que o projeto, adiado desde o primeiro semestre por instabilidades políticas, agora encontra um ambiente mais favorável para avançar.

Benefícios fiscais e sustentabilidade no centro da proposta

O Redata tem como objetivo central estimular a construção de grandes centros de dados no país, movimentando até R$ 2 trilhões em dez anos. Para acessar os incentivos, as empresas precisarão cumprir critérios de sustentabilidade, com destaque para a obrigatoriedade de utilização exclusiva de energia renovável. Essa exigência busca alinhar o setor às metas ambientais globais e ampliar a competitividade do Brasil frente a outros mercados emergentes.

Interesse internacional e estratégia geopolítica

Segundo integrantes da equipe econômica, o plano deve despertar especial interesse de companhias norte-americanas, que enfrentam barreiras de expansão em seu território devido a restrições energéticas. Nesse cenário, o Brasil se posiciona como alternativa estratégica, com maior disponibilidade de fontes renováveis. Além do apelo econômico, o Redata é visto como um instrumento de aproximação diplomática com os Estados Unidos, fortalecendo a relação bilateral em tecnologia.

Fontes ligadas às negociações destacam ainda que o projeto não se limita a aspectos financeiros: a instalação de data centers no Brasil é considerada uma questão de segurança cibernética e soberania nacional. Atualmente, grande parte dos dados de empresas e cidadãos brasileiros é processada em território norte-americano, o que representa vulnerabilidade para o país.

Projetos em andamento e negociações no setor

O mercado já sinaliza forte expectativa em torno do Redata. Investidores nacionais e internacionais enxergam o Brasil como possível hub global de dados. Um dos projetos mais avançados em negociação está localizado no Complexo Portuário do Pecém (CE), fruto de uma parceria entre a geradora de energia Casa dos Ventos e a ByteDance, controladora do TikTok. Esse modelo de colaboração deve servir como referência para outros empreendimentos a serem atraídos pelo plano.

Contexto político e janela de oportunidade

O texto do Redata circulou inicialmente em abril, mas foi colocado em espera diante de tensões comerciais e debates internos sobre tributação. O governo chegou a cogitar a aplicação de uma tarifa de 50% sobre grandes empresas de tecnologia, mas recuou para evitar ruídos nas relações com os Estados Unidos.

Agora, com o tema do IOF superado no Congresso e a estabilização do ambiente político, autoridades avaliam que o momento é propício para avançar com a medida. O envio da MP é considerado urgente: para que os benefícios comecem a valer em 2026, a legislação precisa ser aprovada ainda este ano. Caso contrário, a partir de 2027, os incentivos previstos na reforma tributária do consumo já aprovada seriam mais vantajosos que os do Redata, reduzindo a atratividade do programa.

Desafios e perspectivas

O sucesso do Redata dependerá de fatores além da concessão de incentivos. A consolidação do Brasil como destino global para data centers exige infraestrutura energética robusta, estabilidade regulatória e políticas claras de cibersegurança. O projeto também deverá enfrentar a pressão de setores críticos a desonerações fiscais, em um contexto de busca por equilíbrio nas contas públicas.

Ainda assim, o governo aposta que a medida pode inaugurar um novo ciclo de investimentos no país, transformando o Brasil em plataforma estratégica para a economia digital e fortalecendo sua posição no tabuleiro geopolítico global.

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Cíntia Ferreira
Cíntia Ferreira
Chief Operating Officer no Itshow, portal líder de notícias em Tecnologia e Telecom, com base em São Paulo. Com ampla experiência em gestão operacional e estratégia de alto impacto, ela conduz iniciativas que impulsionam inovação, eficiência e operações escaláveis. Reconhecida por liderar equipes multidisciplinares e integrar soluções de negócios e tecnologia,
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