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quarta-feira, março 12, 2025
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Tech Leaders: Como Gerenciar Equipes e Garantir Sucesso

O sucesso de um projeto de TI não depende apenas da tecnologia utilizada, mas da liderança e da gestão eficiente das equipes. Em um setor altamente dinâmico, onde mudanças ocorrem rapidamente, os líderes precisam saber como integrar diferentes áreas, alinhar expectativas e garantir entregas dentro dos prazos e orçamentos estabelecidos.

O décimo primeiro episódio da temporada Confraria Tech Leaders traz um bate-papo aprofundado sobre os desafios e melhores práticas na liderança de projetos de TI. O episódio é conduzido pelo host Márcio Montagnani e pelo co-host Thiago Barros, que recebem Li Jorge Massari, com comentários de Helder Ferrão, dois executivos com ampla experiência no setor de tecnologia.

Durante o podcast, os convidados compartilham cases reais e estratégias eficazes para integrar equipes multidisciplinares, adotar metodologias ágeis e híbridas, gerenciar mudanças organizacionais e alinhar expectativas com os stakeholders. Além disso, abordam a importância da comunicação e da cultura organizacional na condução de projetos bem-sucedidos.

A Liderança em Projetos de TI: Qual o Papel do Líder?

O papel do líder em um projeto de TI vai muito além de gerenciar tarefas e definir prazos. Ele precisa atuar como um facilitador, garantindo que a equipe tenha os recursos necessários e que todas as áreas envolvidas estejam alinhadas com os objetivos estratégicos.

Durante o podcast, Thiago Barros, cofundador da Confraria Tech Leaders, destacou a importância de uma liderança clara e transparente “A gente não consegue levar a ferro e fogo a metodologia, porque cada projeto exige uma abordagem diferente. O líder precisa entender isso e encontrar a melhor maneira de integrar o time sem engessá-lo.

As Competências Fundamentais de um Líder de TI

A liderança em TI exige mais do que apenas conhecimento técnico. Para garantir o sucesso dos projetos, é essencial desenvolver habilidades estratégicas, comunicacionais e de gestão de conflitos.

1. Visão Estratégica

O líder de TI precisa enxergar além do código e da infraestrutura; ele deve compreender como cada entrega impacta o crescimento da empresa. Essa visão estratégica é o que permite alinhar as equipes aos objetivos organizacionais.

Segundo Helder Ferrão, quando os colaboradores entendem o propósito do que fazem, seu comprometimento aumenta exponencialmente “Quando você explica para o time o impacto do trabalho deles na empresa, o nível de engajamento muda completamente. Eles passam a enxergar o valor do que estão fazendo.”

Isso significa que um líder eficaz não apenas define metas técnicas, mas também traduz essas metas em impacto real para o negócio, mostrando aos times a relevância do trabalho que executam.

2. Comunicação Clara

Sem um fluxo de comunicação bem definido, os times de TI correm o risco de atuar em direções opostas, resultando em retrabalho e desperdício de recursos. A chave para evitar isso é garantir que todas as equipes estejam alinhadas e compartilhem informações de forma contínua.

Li Jorge Massari, destacou a importância desse alinhamento ao compartilhar uma experiência vivida na integração de equipes “No começo do projeto, percebemos que cada equipe estava trabalhando de um lado sem se falar. Quando percebemos o problema, criamos uma reunião semanal de integração e tudo começou a fluir melhor.”

O impacto dessa mudança foi imediato: os times passaram a colaborar mais, reduzindo erros e acelerando as entregas.

3. Mediação de Conflitos

Trabalhar com equipes multidisciplinares inevitavelmente gera divergências. Diferenças de metodologia, cultura organizacional e prioridades podem levar a conflitos que, se não forem bem gerenciados, comprometem a produtividade.

Thiago Barros, co-fundador da Confraria Tech Leaders, explicou como antecipar e solucionar esses desafios é essencial para manter o fluxo de trabalho “Quando você lidera times multidisciplinares, sempre vai ter um choque de cultura e metodologia. O segredo é antecipar os problemas e resolver antes que afetem o projeto.

Líderes que sabem identificar e abordar conflitos de maneira proativa criam ambientes mais saudáveis, onde as equipes conseguem focar no que realmente importa: a execução do projeto.

Ser um líder de TI eficaz não significa apenas dominar a parte técnica, mas sim entender as pessoas, prever desafios e garantir que todos estejam alinhados para alcançar os objetivos organizacionais.

Equipes Multidisciplinares: Como Integrar Diferentes Áreas da TI

Projetos de TI envolvem diversas especialidades, como desenvolvimento, infraestrutura, segurança da informação e suporte. Cada uma dessas áreas possui suas particularidades, metodologias e ritmos de trabalho, o que pode gerar dificuldades na hora da integração.

Li Jorge Massari compartilhou um dos maiores desafios que enfrentou ao liderar um projeto que envolvia a integração de 22 empresas adquiridas “Nós compramos empresas no Brasil inteiro, então tivemos que lidar com diferenças culturais, metodológicas e estruturais. A comunicação foi o maior desafio.

Lidar com múltiplas equipes significa equilibrar diferentes abordagens e garantir que todos trabalhem de forma alinhada.

Os Maiores Desafios das Equipes Multidisciplinares

1. Diferentes Abordagens entre Desenvolvimento e Infraestrutura

Enquanto as equipes de desenvolvimento costumam adotar metodologias ágeis, como Scrum, as equipes de infraestrutura seguem abordagens mais tradicionais, como Waterfall. Essa diferença pode gerar dificuldades na integração dos fluxos de trabalho.

Helder Ferrão destacou essa questão durante a conversa “Infraestrutura tem um processo mais rígido. Você sabe exatamente o que precisa ser feito: cabeamento, Wi-Fi, servidores. Isso não muda muito de um projeto para outro. Já no desenvolvimento, cada sprint pode trazer algo novo.

Para garantir a harmonia entre os times, muitos gestores têm adotado modelos híbridos, que combinam abordagens ágeis e tradicionais conforme a necessidade de cada área do projeto.

2. Barreiras de Comunicação e Alinhamento de Expectativas

A falta de comunicação entre as equipes pode comprometer a qualidade da entrega, pois cada grupo pode ter uma percepção diferente sobre o escopo e os objetivos do projeto.

Para evitar esse problema, Thiago Barros implementou um sistema de checkpoints periódicos para manter os times alinhados “A solução foi criar checkpoints semanais. Cada equipe apresentava seu status, o que ajudava a identificar problemas antes que se tornassem críticos.

Essa prática não apenas evitou surpresas desagradáveis, mas também fortaleceu a colaboração entre os setores.

3. Resistência à Integração e Novas Formas de Trabalho

A mudança sempre gera resistência, especialmente em empresas que já operam há muitos anos com uma determinada metodologia. Essa resistência pode ser um grande obstáculo na implementação de novos processos e tecnologias.

Para superar essa barreira, Li Jorge Massari investiu em reuniões estratégicas e comunicação contínua com os times “No início, havia resistência. Mas, quando as pessoas começaram a ver o valor do projeto, passaram a se engajar mais.

A melhor maneira de garantir o sucesso da integração de equipes é estruturar um plano de comunicação sólido, definir expectativas de forma clara e incentivar a colaboração.

Metodologias Ágeis x Metodologias Híbridas

A adoção de metodologias ágeis transformou a forma como projetos de TI são conduzidos, mas nem sempre um único método é suficiente para atender a todas as demandas.

Li Jorge Massari explicou como a metodologia híbrida foi a melhor solução para integrar as equipes de um grande projeto “No desenvolvimento, usamos Scrum, mas para infraestrutura não funcionava. Então, aplicamos Kanban, que permite acompanhar as demandas de forma mais fluida. No fim, conseguimos criar um modelo híbrido que funcionou para todo o time.

Kanban como Alternativa para Infraestrutura e Suporte

Diferente do desenvolvimento de software, onde metodologias como Scrum são amplamente utilizadas, as equipes de infraestrutura e suporte técnico precisam de abordagens mais flexíveis e contínuas para gerenciar suas tarefas diárias. O Kanban se mostrou uma excelente alternativa nesse contexto, permitindo visualizar o fluxo de trabalho em tempo real e priorizar demandas urgentes de maneira mais eficiente.

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Durante o podcast, Helder Ferrão destacou como o Kanban ajudou a otimizar o trabalho da equipe de infraestrutura “Kanban funcionou bem porque a equipe de infraestrutura conseguia visualizar rapidamente o que estava sendo feito e quais eram as prioridades.

A principal vantagem dessa metodologia está na sua simplicidade e transparência. Com um quadro Kanban, é possível acompanhar cada tarefa desde a solicitação até a conclusão, garantindo que as atividades mais críticas sejam priorizadas e que gargalos no fluxo de trabalho sejam rapidamente identificados e resolvidos.

Enquanto o Scrum impõe ciclos fechados de entregas (sprints), o Kanban oferece uma abordagem mais fluida, o que faz dele a melhor escolha para times que lidam com demandas contínuas e imprevisíveis, como equipes de suporte técnico e administração de redes.

Quando e Como Aplicar Metodologias Híbridas?

Em projetos que envolvem múltiplas equipes com necessidades distintas, nenhuma metodologia única será capaz de atender a todos os requisitos de maneira ideal. Nesse cenário, a abordagem híbrida se torna a melhor alternativa.

O segredo está em adaptar a metodologia ao tipo de entrega, garantindo que cada time utilize o modelo mais produtivo para sua realidade.

Por exemplo:

  • Equipes de desenvolvimento de software podem seguir Scrum, garantindo ciclos rápidos de feedback e evolução contínua do produto.
  • Infraestrutura e suporte se beneficiam mais de Kanban, pois precisam de um fluxo de trabalho mais flexível e adaptável a mudanças inesperadas.
  • Projetos com grande dependência de planejamento (como migração de data centers ou integração de sistemas) podem utilizar Waterfall para estruturar etapas bem definidas.

Essa combinação permite que cada equipe trabalhe da maneira mais produtiva, sem que uma metodologia engesse os processos dos demais setores.

Cultura Organizacional e Gestão de Mudanças

A implementação de novos processos, ferramentas e metodologias dentro de uma empresa pode ser um grande desafio, especialmente quando há resistência interna à mudança. Muitas iniciativas falham não por problemas técnicos, mas pela dificuldade em alinhar as pessoas ao novo cenário.

Li Jorge Massari compartilhou sua experiência ao liderar um projeto de grande escala que envolveu a aquisição e integração de 22 empresas. Ele destacou que o maior desafio não foi tecnológico, mas cultural “As empresas adquiridas tinham processos, ferramentas e até valores diferentes. Tivemos que lidar com receios naturais, como medo da mudança e insegurança profissional. O maior desafio foi unificar a mentalidade das equipes e garantir que todos estivessem na mesma página.”

A resistência a mudanças pode se manifestar de diversas formas, desde falta de engajamento até boicotes silenciosos às novas iniciativas. Por isso, um plano de gestão de mudanças bem estruturado é essencial para garantir que a transição ocorra de forma harmoniosa.

Os Maiores Obstáculos na Gestão de Mudanças

1. Resistência Interna: O Medo do Desconhecido

Mudanças são frequentemente vistas como ameaças, especialmente por colaboradores que estão na empresa há muitos anos e se sentem confortáveis com os processos existentes. Para essas pessoas, qualquer transformação pode ser interpretada como um risco à estabilidade do seu trabalho.

Thiago Barros destacou que essa resistência ocorre principalmente entre funcionários mais antigos, que têm mais dificuldade em se adaptar a novas metodologias e ferramentas “Quem está na empresa há muito tempo pode ter dificuldade em aceitar novas metodologias e ferramentas. O segredo é mostrar que a mudança não é uma ameaça, mas uma oportunidade de crescimento.”

Uma abordagem eficaz para lidar com essa resistência é mostrar os benefícios concretos da mudança, explicando como a nova ferramenta ou processo tornará o dia a dia dos funcionários mais eficiente, eliminando tarefas repetitivas e burocráticas.

2. Falta de Comunicação Clara: A Raiz da Insegurança

Quando uma mudança não é bem comunicada, cria-se um ambiente de especulação e insegurança. Funcionários podem se sentir excluídos do processo e interpretar a transformação como algo imposto de cima para baixo.

Helder Ferrão ressaltou a importância de um plano de comunicação estruturado para garantir que todos compreendam os motivos da mudança e como ela afetará suas rotinas de trabalho “Se as pessoas não entendem o porquê da mudança, elas vão resistir. O líder precisa ser transparente e explicar claramente como a transformação vai beneficiar a empresa e os colaboradores.”

Uma comunicação eficaz envolve não apenas anunciar a mudança, mas manter um canal aberto para tirar dúvidas, ouvir feedbacks e ajustar o processo conforme necessário.

3. Dificuldade na Adoção de Novas Tecnologias

A introdução de novas ferramentas e metodologias pode gerar dificuldades na adaptação, especialmente para equipes que nunca tiveram contato com abordagens ágeis ou sistemas mais modernos.

Para evitar que isso se torne um obstáculo, Li Jorge Massari implementou um plano de treinamento contínuo, garantindo que todos os colaboradores estivessem preparados para a transição “Não adianta impor mudanças sem capacitar as pessoas. Criamos um programa de treinamentos para preparar as equipes e torná-las protagonistas do processo.”

Esse tipo de abordagem faz com que os funcionários se sintam parte da transformação, reduzindo o medo do desconhecido e aumentando a aceitação das novas práticas.

Como Superar os Desafios da Gestão de Mudanças?

Os especialistas do podcast reforçaram algumas estratégias essenciais para garantir que a adoção de novas metodologias e processos seja bem-sucedida:

  1. Explicar o impacto positivo da mudança para cada colaborador – Mostre como a transformação tornará o trabalho mais eficiente e reduzirá tarefas repetitivas.
  2. Criar um plano de comunicação claro e transparente – Disponibilize canais para tirar dúvidas e manter os funcionários informados sobre cada etapa do processo.
  3. Oferecer treinamentos contínuos e mentorias – Capacite os times para que se sintam preparados para lidar com as novas tecnologias.
  4. Engajar líderes internos para reforçar a mudança – Profissionais influentes dentro da empresa podem ajudar a disseminar a nova cultura organizacional.

O sucesso de um projeto de TI não depende apenas da tecnologia, mas principalmente da adesão e comprometimento das pessoas envolvidas no processo. Quando há uma estratégia bem estruturada de gestão de mudanças, a transição ocorre de forma mais fluida e com menos resistência.

Soluções para uma Mudança Eficiente

  • Criar um plano de comunicação transparente: Informar claramente os objetivos e benefícios da mudança.
  • Oferecer treinamentos e mentorias: Capacitar os colaboradores para que a transição seja mais fluida.
  • Incentivar a participação ativa: Envolver os funcionários na tomada de decisões para aumentar o engajamento.

A cultura organizacional precisa ser um facilitador da transformação, e não um obstáculo. Se as pessoas entendem o propósito da mudança, elas se tornam agentes ativos no processo.

Prazo e Orçamento em Projetos de TI

O gerenciamento de prazo e orçamento é um dos maiores desafios na liderança de projetos de TI. Muitas vezes, há pressão da diretoria para entregar rápido e com custos reduzidos, o que pode comprometer a qualidade do projeto. Thiago Barros alertou sobre o perigo de aceitar prazos irreais “Se você aceita um prazo ou orçamento que já começa inviável, você está assinando o fracasso do projeto antes mesmo de começar. É preciso ter argumentos sólidos para negociar e garantir que o planejamento seja realista.

Principais Erros na Gestão de Prazos e Custos

  1. Subestimar o Tempo Necessário
    • Muitas empresas querem resultados rápidos, mas esquecem que a implementação de um sistema ou infraestrutura robusta leva tempo.
  2. Não Considerar Custos Ocultos
    • Um orçamento mal planejado pode ignorar custos adicionais, como suporte pós-implementação e treinamento da equipe.
  3. Falta de Alinhamento com os Stakeholders
    • Se os diretores não entendem o impacto das restrições de tempo e custo, podem cobrar resultados irreais.

Estratégias para um Planejamento Eficiente

  • Definir prazos realistas desde o início.
  • Apresentar diferentes cenários ao board, mostrando impactos e riscos.
  • Garantir que o orçamento inclua suporte e manutenção.
  • Monitorar constantemente as métricas do projeto para evitar estouros de prazo e custo.

Gerenciar tempo e orçamento exige negociação e transparência. Quando o planejamento é bem feito, o risco de atrasos e custos excessivos diminui significativamente.

Parceria entre Empresas e Fornecedores: Como Escolher Bem?

Muitos projetos de TI falham porque as empresas escolhem fornecedores apenas com base em preço, sem avaliar a qualidade e confiabilidade do serviço prestado.

Critérios para Escolher um Bom Parceiro de TI

  1. Experiência Comprovada
    • Verificar o histórico do fornecedor e cases de sucesso.
  2. Capacidade de Suporte e Inovação
    • Empresas de tecnologia precisam de fornecedores que acompanhem a evolução do mercado.
  3. Alinhamento Cultural e Estratégico
    • Um bom parceiro deve entender a realidade da empresa e trabalhar em conjunto para atingir os objetivos.

Benefícios de Ter um Parceiro Estratégico

  • Maior previsibilidade no projeto.
  • Menos riscos e problemas técnicos.
  • Melhor suporte e acompanhamento pós-implementação.

Escolher bons parceiros pode ser a chave para o sucesso de um projeto. Como destacou Li Jorge Massari “Quando você tem um fornecedor que está junto com você no dia a dia, tudo flui melhor. A diferença entre um parceiro e um simples prestador de serviço é gritante.

Entre os principais aprendizados estão:

  • A importância da comunicação e transparência na gestão de equipes.
  • O uso de metodologias híbridas para adaptar os processos às necessidades da empresa.
  • A relevância da cultura organizacional e da gestão de mudanças.
  • A necessidade de planejar bem prazos e orçamento.
  • O papel crucial dos parceiros estratégicos no sucesso do projeto.

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Natália Oliveira
Natália Oliveirahttps://www.itshow.com.br
Jornalista | Analista de SEO | Criadora de Conteúdo
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