Durante o Mind The Sec 2025, maior evento de cibersegurança da América Latina, um painel reuniu especialistas de diferentes setores para discutir “O papel do ser humano nas defesas baseadas em IA”.
O debate foi moderado por Vinicius Souza Caetano, Sales Manager da Future, e contou com a participação de Ivan Lindenberg Junior (CNJ), Átila Batista Bandeira (Banco do Brasil) e Cássia Regina Carmonario (Acelen).
Mind the Sec 2025: IA como aliada, não substituta
Logo no início, os painelistas reforçaram que a Inteligência Artificial é uma ferramenta de apoio, e não um substituto para os profissionais de cibersegurança.
Cássia Carmonario, da Acelen, destacou que a IA tem papel essencial em automatizar tarefas repetitivas, como análise de logs e filtragem de falsos positivos, permitindo que analistas se concentrem em incidentes críticos. “A IA melhora indicadores e elimina ruídos, mas sempre haverá necessidade do olhar humano para orquestrar e validar os resultados”, afirmou.
Financeiro: escala e responsabilidade
Do ponto de vista do setor financeiro, Átila Bandeira, do Banco do Brasil, ressaltou que a dimensão é gigantesca: bilhões de eventos de segurança processados diariamente. Para ele, é impossível tratar esse volume sem automação, mas a supervisão humana continua indispensável.
“O humano não é apenas a última linha de defesa. Ele deve estar presente no início, meio e fim do ciclo de segurança. É essa visão que garante confiança, governança e resiliência para o negócio”, explicou Átila.
Judiciário: maturidade e governança
Ivan Lindenberg Junior, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), trouxe a perspectiva do setor público. Segundo ele, o desafio é elevar a maturidade cultural e organizacional em segurança digital, para que a adoção da IA seja feita com responsabilidade.
“No Judiciário, lidamos com 96 tribunais de diferentes portes e responsabilidades. A regulamentação ajuda, mas sozinha não resolve. Precisamos investir em governança, transparência e capacitação para garantir que a IA seja aplicada de forma ética e auditável”, destacou.
Ivan ainda alertou para os próximos desafios, como a computação quântica, que exigirá novos modelos de defesa e habilidades especializadas.
O ser humano como centro da defesa
Os três executivos concordaram que, embora a IA traga ganhos de eficiência e velocidade, a responsabilidade final permanece com o ser humano.
- Cabe aos profissionais definir controles, auditar processos e garantir que a tecnologia esteja alinhada aos objetivos estratégicos.
- Frameworks como o NIST AI Risk Framework e o Gartner TRiSM foram citados como referenciais importantes para guiar a governança da IA.
- Mais do que “a última linha de defesa”, o humano é protagonista em todas as etapas da proteção cibernética.
A IA já é parte do dia a dia dos SOCs e tende a ganhar ainda mais espaço, mas continuará dependendo da supervisão, da ética e da tomada de decisão humana.
Para os especialistas, o grande recado é que a IA não elimina a necessidade de profissionais de segurança, mas exige que eles evoluam para funções mais estratégicas, focadas em orquestração, governança e alinhamento com o negócio.
“Só teremos resultados sustentáveis se unirmos automação com responsabilidade humana, de forma ética, transparente e com governança bem definida”, concluiu Átila Batista.

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