À medida que a sustentabilidade se torna uma prioridade estratégica nas empresas, o outsourcing de TI surge como uma ferramenta poderosa não só para ganhar eficiência, mas também para avançar na agenda ambiental. Mais do que uma escolha operacional, a terceirização da tecnologia da informação pode ser uma aliada na construção de um modelo de negócio mais verde, alinhado às práticas ESG.
Ao optar por soluções de outsourcing, as empresas passam a utilizar data centers com melhor desempenho energético, muitas vezes certificados por selos de sustentabilidade e abastecidos por fontes renováveis. Um relatório do International Energy Agency mostra que, mesmo com o aumento da demanda digital, o consumo de energia de data centers cresceu apenas 10% entre 2015 e 2021 — reflexo direto da adoção de tecnologias mais sustentáveis.
Além disso, a prática de reaproveitamento de calor gerado por servidores, conhecida como heat reuse, tem sido explorada globalmente para reduzir desperdícios. Isso inclui o aquecimento de edifícios e espaços industriais a partir da energia térmica que antes era descartada.
Gestão responsável do ciclo de vida dos equipamentos
O outsourcing também favorece uma gestão mais consciente dos ativos de TI. Quando bem estruturado, esse modelo inclui processos de logística reversa, descarte correto de lixo eletrônico e até a reutilização ou recondicionamento de equipamentos, reduzindo significativamente o volume de resíduos tecnológicos.
Segundo a Global E-Waste Monitor 2020, o mundo gerou 53,6 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos em 2019, e menos de 20% desse total foi reciclado adequadamente. A adoção de modelos de outsourcing contribui para combater esse cenário, promovendo práticas de economia circular e evitando a obsolescência precoce.
Flexibilidade com menor impacto ambiental
Outro ponto positivo é a escalabilidade. O outsourcing permite que os recursos de TI sejam ajustados conforme a demanda real da empresa, evitando o uso desnecessário de energia e infraestrutura ociosa. Isso se reflete diretamente na redução do consumo e da emissão de carbono.
Com o crescimento do trabalho remoto, o modelo de Desktop as a Service (DaaS) ganhou força. De acordo com a IDC, esse tipo de solução deve crescer 22% no Brasil em 2024, justamente por oferecer flexibilidade e acessibilidade sem exigir grandes investimentos em hardware local.
Empresas que adotam práticas sustentáveis em seus processos, inclusive na área de tecnologia, fortalecem sua reputação e se alinham às expectativas do mercado. Segundo o Gartner, até 2026, 70% dos líderes de tecnologia terão metas relacionadas à sustentabilidade ambiental em seus contratos com fornecedores.
Além disso, um estudo da Deloitte revela que dois terços das empresas globais já consideram a sustentabilidade um fator essencial em suas decisões de investimento e seleção de parceiros. Ou seja, integrar critérios ambientais às operações de TI pode ser não só uma responsabilidade, mas também um diferencial competitivo.
O outsourcing de TI, quando bem planejado, é uma alavanca para inovação com responsabilidade. Ao mesmo tempo em que contribui para a eficiência dos negócios, também ajuda a reduzir o impacto ambiental das operações. Em um mundo cada vez mais digital e exigente em relação à sustentabilidade, essa combinação torna-se essencial para o futuro das organizações.
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