Serviços essenciais enfrentam desafios crescentes com a iminente chegada da computação quântica, exigindo estratégias robustas de segurança cibernética para garantir a continuidade operacional.
As infraestruturas críticas que fornecem energia, água e gás são fundamentais para uma sociedade moderna. Entretanto, essas redes estão cada vez mais vulneráveis a ataques cibernéticos sofisticados que podem interromper serviços essenciais e comprometer dados sensíveis. Com a iminente chegada da computação quântica, surge um novo desafio: a potencial obsolescência dos atuais protocolos de criptografia, colocando em risco a segurança dessas infraestruturas.
O cenário atual de ameaças cibernéticas
A interconectividade das redes de serviços públicos torna alvos atrativos para cibercriminosos. Estudos indicam que mais de 90% dos ataques cibernéticos a essas infraestruturas se originam de ecossistemas de comunicações abertas, como e-mails corporativos e plataformas de videoconferência. Uma vez que os invasores obtenham acesso, utilizam táticas de ransomware e phishing para comprometer sistemas de controle industrial (ICS) e sistemas de supervisão e aquisição de dados (SCADA) .
Incidentes históricos, como o ataque cibernético de 2015 à rede elétrica ucraniana, que envolveram pagamentos generalizados, evidenciaram a gravidade dessas ameaças. Esse evento destacou a capacidade dos adversários em manipular ambientes ICS, ressaltando a necessidade de estratégias robustas de resiliência cibernética .
Computação quântica: a nova fronteira da ameaça
A computação quântica promete revolucionar diversos setores, trazendo avanços avançados em áreas como ciência de materiais e medicina. No entanto, essa tecnologia também representa uma ameaça significativa aos sistemas de segurança atuais. Computadores quânticos têm o potencial de quebrar os fundamentos matemáticos dos métodos de criptografia existentes, tornando as proteções tradicionais obsoletas. Essa realidade iminente exige que as transportadoras adotem medidas proativas para garantir a segurança de suas operações na era quântica .
Estratégias para fortalecer a resiliência cibernética
Para enfrentar os desafios atuais e futuros, as concessionárias devem implementar uma abordagem multifacetada que inclua:
1. Avaliação contínua de riscos e inteligência de ameaças
Realizar avaliações regulares de risco é essencial para identificar vulnerabilidades e antecipar possíveis ameaças. Além disso, a participação ativa no compartilhamento de inteligência de ameaças com outras empresas do setor, agências governamentais e organizações de segurança cibernética fortalece a postura de defesa coletiva.
2. Implementação de estruturas de segurança cibernética consolidadas
Adotar frameworks reconhecidos, como o NIST Cybersecurity Framework (CSF) e a ISO/IEC 27001, fornece metodologias estruturadas para gerenciar riscos cibernéticos e aprimorar controles de segurança. A conformidade com padrões regulatórios específicos, como o North American Electric Reliability Corporation Critical Infrastructure Protection (NERC CIP), garante a proteção de ativos críticos contra ameaças cibernéticas.
3. Adoção do modelo de segurança Zero Trust e segmentação de rede
O modelo de segurança Zero Trust opera sob o princípio de que ameaças podem surgir tanto de fontes externas quanto internas. Para mitigar riscos, é fundamental:
- Autenticação multifator (MFA): reforçar os controles de acesso exigindo múltiplos fatores de seleção.
- Privilégios mínimos: concedidos a funcionários e terceiros apenas as permissões permitidas para suas funções.
- Monitoramento contínuo: implementar vigilância em tempo real da atividade da rede para detectar anomalias e ameaças potenciais.
Além disso, a segmentação da rede ajuda a conter possíveis evidências, isolando sistemas críticos de redes não essenciais e garantindo que um componente comprometido não comprometa toda a operação.
4. Desenvolvimento de planos de resposta e recuperação de incidentes
Elaborar planos abrangentes de resposta a incidentes permite detectar, conter e mitigar ameaças cibernéticas de forma eficaz. Testes regulares desses planos, por meio de exercícios simulados, garantem que as equipes estejam preparadas para cenários reais. Estratégias robustas de backup de dados e recuperação de desastres são essenciais para a restauração rápida das operações após um ataque .
5. Investimento em treinamento e conscientização da força de trabalho
O erro humano é uma das principais causas de incidentes de segurança cibernética. Investir em programas de treinamento contínuo que promovam a conscientização sobre segurança e desenvolvam habilidades técnicas é fundamental. Parcerias com instituições acadêmicas e programas de capacitação em segurança cibernética podem ajudar a formação de profissionais aptos a lidar com os riscos específicos do setor de serviços públicos.
6. Estabelecimento de colaborações e parcerias público-privadas
A resiliência cibernética requer esforços coordenados entre diversos setores. Parcerias público-privadas entre agências governamentais e empresas de segurança cibernética facilitam o compartilhamento de conhecimento, iniciativas de resposta conjunta e estratégias de mitigação de ameaças.
7. Preparação para a ameaça quântica
Com a evolução da computação quântica, é imperativo que as entregas se preparem para os desafios que essa tecnologia exige à segurança cibernética. Explorar soluções de criptografia pós-quântica (PQC) e manter-se atualizado sobre os avanços nessa área são passos essenciais. Governos e pesquisadores estão desenvolvendo algoritmos de criptografia resistentes à computação.
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