Em entrevista exclusiva ao Itshow, Rodrigo Silva foi enfático: “A inteligência artificial precisa estar no nível estratégico, não apenas na inovação. No fim, ela tem que gerar ROI.” O executivo defendeu que o caminho para CIOs é escolher gargalos críticos, entregar resultados rápidos e conquistar confiança do board.
O executivo ressalta que “É muito normal o CFO questionar. Por isso a estratégia é simples: comece pequeno, meça o que importa e escale.”
ROI de IA começa no problema certo e com prazo curto
Para Rodrigo, os desafios se repetem em diferentes indústrias: processos de order to cash e procure to pay. Ele lembra que o RPA tradicional automatiza tarefas sem decisão. O salto veio com o IRPA e, mais recentemente, com IA capaz de fechar processos ponta a ponta.
Mesmo após dois anos de hype, o mercado ainda mostra ceticismo. “Se a IA for vista apenas como projeto bacana de inovação, ela morre no meio do caminho. O board precisa enxergar resultado no caixa.”
“Nina”: economia de R$ 460 mil e validação do board
Silva compartilhou o case que virou divisor de águas. A colaboradora digital “Nina”, criada sobre o Microsoft Copilot já licenciado pela empresa, centraliza orientações internas e fala em linguagem natural.
“A Nina nos ajudou a economizar três posições e cerca de R$ 460 mil ao ano, sem investimento adicional”, afirma. Em apenas três meses, atendeu +2.000 solicitações com 10% de taxa de abandono, evoluindo de assistente a agente capaz de redefinir senhas ou abrir chamados automáticos. Mais importante: ao mostrar retorno rápido, a Nina financiou outros projetos de IA. “Ela foi a prova de que a IA não é só conceito, é ROI real.”
SDRs virtuais: voz sintética e funil qualificado em vendas B2B
Entre as áreas mais maduras para ROI rápido no Brasil, Silva destaca a automação da força de vendas (SDRs).
“Nossos SDRs virtuais falam com voz clonada; incluindo vícios de linguagem e cacoetes, classificam leads e liberam o vendedor técnico para atuar onde importa. Isso reduz esforço inicial e aumenta foco em vendas consultivas, especialmente no agro e na farma.”
Mesmo em ambientes menos avançados sem CRM, bases simples como planilhas podem alimentar campanhas de confirmação, cobrança e recuperação de carrinhos. O recado é claro: comece com o que você já tem.
Como convencer o CFO: métricas, horizonte e o “ano 2”
A principal barreira é o ceticismo financeiro. “O CFO ainda olha só receita e margem. Melhorar experiência do cliente ou satisfação do colaborador parece intangível.”
A defesa passa por:
- Pilotos de rápido impacto
- KPIs objetivos (horas economizadas, erros reduzidos, conversão maior)
- Separar ganhos tangíveis de reputacionais
- Benchmark entre pares
Cultura e competências: letramento, mudança e governança
Para escalar, é preciso preparar pessoas. “Não é programar, mas entender modelos, prompts e governança de dados. Agora, a vantagem competitiva está em saber perguntar certo.”
Rodrigo defende:
- Alfabetização em IA e dados
- Visão estratégica digital orientada a negócio
- Gestão da mudança (“não é substituição, é empoderamento”)
- Ética e governança como pilares de reputação corporativa
Ele conduz um programa de cultura de IA segmentado por público: 1 hora para conselho, 8 horas para CSC, trilhas customizadas para vendas B2B. “Do board ao assistente, todos precisam entender o impacto da IA.” Recentemente o executivo publicou um artigo em sua coluna aqui no portal Itshow sobre cases de Inteligência artificial para c-levels.
O executivo destaca que a participação ativa em eventos de tecnologia é um dos pilares para qualquer CIO que queira se manter relevante. Para ele, esses encontros não servem apenas para atualização sobre tendências, mas sobretudo para ampliar o networking com pares, trocar experiências práticas e conhecer de perto soluções que já estão transformando o mercado.
Como reconhecimento por sua trajetória, Rodrigo Silva foi convidado a ser embaixador do IT Summit 2025, que reunirá mais de 500 líderes de TI e Cibersegurança em São Paulo, com uma agenda dedicada a inovação, transformação digital e aos desafios reais da alta liderança.

Método ágil: Design Thinking + Scrum em sprints curtas
O modelo que trouxe sucesso para seus casos combina Design Thinking para discovery e Scrum para produção, com sprints de duas a quatro semanas. “Cada microentrega precisa mexer o ponteiro. É isso que engaja o board e mantém patrocínio, além do engajamento máximo da equipe.”
Mensagem final: IA para um futuro mais humano
Para CIOs sob pressão, Silva resume: “Entenda o negócio, priorize gargalos, entregue MVPs.” Ele encerra com uma visão inspiradora: “A inteligência artificial deve nos levar a um futuro mais humano, liberando tempo para o que realmente importa: as pessoas.”
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