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sexta-feira, julho 25, 2025
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Como garantir a segurança e a privacidade no compartilhamento de dados sensíveis

Em um cenário cada vez mais digital, onde dados trafegam por redes, sistemas e plataformas em tempo real, proteger as informações sensíveis tornou-se uma exigência estratégica para qualquer organização. A segurança e a privacidade no compartilhamento de dados sensíveis não dizem respeito apenas a conformidade legal, mas também à reputação, à confiança do cliente e à continuidade dos negócios.

Informações pessoais, registros financeiros, dados clínicos, estratégias corporativas, propriedade intelectual e relatórios confidenciais circulam diariamente entre empresas, parceiros, órgãos reguladores e até ambientes em nuvem. Sem uma abordagem estruturada para garantir proteção durante todo esse fluxo, o risco de vazamentos, manipulações ou acessos indevidos aumenta drasticamente.

Quem deve liderar a proteção de dados no ambiente corporativo?

A responsabilidade sobre a segurança e a privacidade no compartilhamento de dados sensíveis é, por natureza, multifuncional. Envolve desde o time de tecnologia até áreas jurídicas, de compliance e os próprios executivos da organização.

O CISO (Chief Information Security Officer) é figura central. Cabe a ele estabelecer políticas de proteção, gerir riscos cibernéticos, controlar acessos e promover uma cultura organizacional voltada à segurança da informação. Em paralelo, o DPO (Data Protection Officer), instituído pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), garante que a organização esteja em conformidade com as normas legais e de boas práticas relacionadas à privacidade.

Contudo, o papel do CIO (Chief Information Officer) também é fundamental. Ele deve garantir que as tecnologias utilizadas para processar e transmitir dados estejam adequadamente configuradas, atualizadas e monitoradas. A escolha de fornecedores, soluções de nuvem, modelos de integração e protocolos de transferência segura recaem, muitas vezes, sob sua responsabilidade.

Além disso, diretores de áreas como jurídico, marketing, recursos humanos e atendimento também precisam compreender os riscos de um compartilhamento mal gerido. Campanhas promocionais com dados de clientes, transferências de documentos para processos seletivos ou a comunicação de resultados internos devem seguir os mesmos padrões de controle que o setor de tecnologia aplica. Segurança é dever de todos.

Quando a segurança da informação se torna mais crítica?

A sensibilidade de dados não está apenas no conteúdo, mas também no contexto e no momento em que são compartilhados. Certas situações exigem níveis ainda mais elevados de vigilância, como:

  • Processos de fusão e aquisição, onde documentos estratégicos e financeiros trafegam entre partes envolvidas.
  • Integrações de sistemas após parcerias ou expansões, onde APIs e arquivos são trocados entre organizações distintas.
  • Compartilhamento de dados clínicos entre hospitais, laboratórios e operadoras, exigindo aderência à LGPD e outras normas específicas de saúde.
  • Investigações internas, auditorias externas ou relatórios enviados a conselhos de administração e órgãos reguladores.
  • Colaboração com empresas terceirizadas, onde arquivos sensíveis são trocados via e-mail ou plataformas compartilhadas.

Nesses contextos, a exposição é alta, e os impactos de uma falha vão desde prejuízos financeiros até sanções legais e danos irreversíveis à imagem institucional. O monitoramento contínuo e a aplicação de controles rigorosos são indispensáveis.

O que deve ser feito para garantir a proteção durante o compartilhamento?

Proteger dados sensíveis requer uma combinação de tecnologia, processos e cultura. O primeiro passo é identificar e classificar as informações. Sem saber quais dados são considerados críticos ou confidenciais, torna-se impossível aplicar níveis adequados de proteção.

Uma vez classificados, esses dados devem trafegar por canais seguros. Isso inclui o uso de criptografia ponta a ponta, protocolos como HTTPS e SFTP, VPNs corporativas e plataformas específicas para transferência segura de arquivos. O uso de e-mails ou aplicativos informais deve ser desencorajado, mesmo em contextos internos.

Outro ponto crucial é o controle de acesso. O princípio do menor privilégio deve ser aplicado: cada colaborador ou sistema só deve ter acesso ao que é essencial para sua função. Além disso, a autenticação multifator (MFA) deve ser adotada sempre que possível.

Do ponto de vista de processos, é importante documentar e auditar todas as transferências de dados. Plataformas com logs detalhados permitem rastrear quem acessou, quando e por qual canal, oferecendo transparência e suporte em caso de incidentes.

A escolha de fornecedores também é estratégica. Cloud providers, ferramentas de colaboração e empresas terceirizadas devem ser avaliados não apenas por suas funcionalidades, mas por seus níveis de segurança, certificações e histórico de proteção da informação.

Por fim, promover uma cultura de conscientização entre os colaboradores é essencial. Campanhas internas, treinamentos periódicos e políticas claras sobre uso de dados ajudam a reduzir riscos causados por erro humano, que ainda são responsáveis por boa parte das violações de segurança.

A segurança e a privacidade no compartilhamento de dados sensíveis são responsabilidades coletivas que exigem planejamento técnico, supervisão legal e compromisso organizacional. Em tempos de ataques cada vez mais sofisticados, legislações mais rígidas e consumidores mais atentos, proteger a informação deixou de ser um diferencial para se tornar pré-requisito.

Organizações que tratam esse tema com seriedade conseguem operar com mais confiança, ganhar vantagem competitiva e responder com agilidade diante de incidentes. Mais do que isso: constroem uma base sólida para inovar, crescer e se adaptar a um mercado em constante transformação digital.

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Natália Oliveira
Natália Oliveirahttps://www.itshow.com.br
Jornalista | Analista de SEO | Criadora de Conteúdo
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