Um levantamento recente divulgado pela Caf, empresa especializada em soluções antifraude, revelou que 1,24% das transações realizadas em 2024 foram tentativas de fraude. Embora o número represente uma queda de 0,23 pontos percentuais em comparação com 2023, o dado ainda chama atenção por evidenciar vulnerabilidades específicas em setores e regiões do país.
Redução no índice geral não elimina preocupação
O percentual registrado em 2024 é o menor desde o início do monitoramento realizado pela Caf em 2021. A queda está atrelada à maior adoção de tecnologia antifraude, bem como à estabilização do comportamento digital no cenário pós-pandêmico. Ainda assim, os dados reforçam a necessidade de evolução constante das estratégias de segurança digital.
O estado do Pará continua liderando o ranking com a maior taxa de fraudes no país, atingindo 2,01%. Apesar da redução expressiva em relação a 2023, quando esse índice era de 3,32%, a marca ainda preocupa. Por outro lado, o Rio Grande do Sul apresenta o cenário mais seguro, com 0,7% de tentativas de fraude.
Na análise por região, o Sudeste concentrou 41,43% dos casos, com destaque para São Paulo, responsável por 21,81% das ocorrências. A redução em relação ao ano anterior, quando a participação regional era de 50%, mostra avanços, mas reforça que o volume ainda é expressivo.
Comércio eletrônico registra pior índice desde 2021
Enquanto setores como mobilidade (0,99%) e apostas online (1,04%) apresentaram queda nas tentativas de golpe, o comércio eletrônico contrariou essa tendência, alcançando 1,08%, o maior índice desde o início da série histórica. A elevação coloca o setor em alerta, principalmente diante da expansão do consumo online.
Este cenário reforça a necessidade de investimento contínuo em ferramentas de segurança digital que sejam eficientes e, ao mesmo tempo, não prejudiquem a experiência do consumidor. O equilíbrio entre proteção e fluidez nas transações é um desafio cada vez mais presente para empresas do varejo digital.
Fraudes variam conforme o dia e horário
O levantamento também identificou padrões temporais nas tentativas de fraude. Os dias úteis concentram o maior número de ocorrências, especialmente terças e quartas-feiras, com picos de 1,32%. O horário comercial, principalmente às 15h, foi responsável por 8,42% dos casos. No entanto, é durante a madrugada, entre meia-noite e 4h, que ocorre o maior risco proporcional: 2,22%.
Esses dados demonstram a importância de adotar sistemas dinâmicos de segurança, que acompanhem os diferentes comportamentos dos fraudadores ao longo do dia.
Perfil das vítimas: mulheres e idosos em destaque
A análise da Caf também revelou que mulheres são proporcionalmente mais afetadas, com 1,81% de tentativas de fraude, frente a 1,61% entre os homens. No entanto, em números absolutos, os homens representam a maior parcela das vítimas (57,83%).
Outro dado relevante aponta que pessoas com mais de 60 anos apresentam a maior taxa proporcional de tentativas de fraude (2%), o que pode estar associado à menor familiaridade com práticas de segurança digital. Já o grupo entre 24 e 44 anos concentrou o maior volume de ocorrências.
Medidas para mitigar os riscos de fraude
Diante de um cenário ainda desafiador, a Caf destaca cinco práticas recomendadas para combater o avanço das fraudes digitais:
- Atenção a comportamentos suspeitos – Solicitações incomuns de dados pessoais e financeiros devem ser sempre verificadas. É fundamental confirmar a procedência de sites, mensagens e e-mails antes de qualquer transação.
- Autenticação multifator – A adoção de segurança em camadas é uma das medidas mais eficazes. Além de senhas, o uso de biometria e envio de códigos por SMS pode dificultar o acesso indevido a contas.
- Atualização constante sobre novas ameaças – O perfil dos criminosos digitais é mutável. Estar atento às novas técnicas, como a criação de identidades falsas com dados de crianças, pode ajudar a prevenir ataques.
- Tecnologia de monitoramento em tempo real – Investir em ferramentas que detectam comportamentos anômalos durante a transação permite bloquear ações suspeitas antes que causem prejuízos.
- Experiência do usuário alinhada à segurança – É fundamental garantir que o cliente legítimo não seja penalizado com processos excessivamente rígidos, o que pode impactar negativamente a conversão em plataformas digitais.
Projeções para o futuro do combate à fraude
Segundo Marcelo Sousa, líder de produtos da Caf, o cenário de 2024 aponta avanços significativos, mas ainda há muito a ser feito. Ele enfatiza a necessidade de estratégias antifraude robustas, com maior integração entre setores e o uso de inteligência artificial aplicada à segurança digital.
A expectativa para 2025 é que empresas dos mais diversos segmentos intensifiquem seus investimentos em tecnologia antifraude, promovendo não apenas a redução de tentativas de golpe, mas também a construção de um ambiente digital mais confiável para consumidores e organizações.
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