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sábado, julho 19, 2025
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Ciberataque paralisa sistemas da UFPI e expõe fragilidade digital no setor acadêmico federal

A Universidade Federal do Piauí (UFPI) enfrenta um grave incidente cibernético que afetou significativamente a operação de seus sistemas internos. Desde o final de semana, plataformas essenciais como o Sistema de Informação Geográfica (SIG) e o SINAPSE, responsável por integrar serviços institucionais de TI, apresentaram fortes instabilidades. A instituição confirmou que o problema decorre de um ataque cibernético que comprometeu parte de sua infraestrutura digital.

Em nota oficial, publicada em seu portal, a UFPI informou que a Superintendência de Tecnologia da Informação (STI) detectou a execução de scripts maliciosos em servidores ligados aos sistemas afetados, o que levou à confirmação do ataque. Desde então, diversas medidas de contenção vêm sendo implementadas entre elas, clonagem de máquinas, bloqueios de firewall e reinicializações sucessivas dos ambientes, sem sucesso definitivo na normalização dos serviços.

“Estamos avaliando a extensão do impacto e seguimos mobilizados integralmente para restabelecer os serviços, com prioridade absoluta à segurança e à integridade dos dados institucionais”, declarou a universidade.

Equipes técnicas atuam em regime emergencial para conter danos

A investigação inicial da instabilidade indicava que o problema poderia estar relacionado ao esgotamento de recursos computacionais, como memória e armazenamento. A análise apontou que o sistema de backup em NFS havia atingido 100% da capacidade, causando travamentos nos servidores. Após ações emergenciais para liberar espaço e reiniciar as máquinas, os serviços chegaram a ser retomados temporariamente, mas novas falhas logo foram registradas.

A persistência dos erros levou a uma análise mais aprofundada, que revelou a execução de scripts maliciosos. A confirmação do ataque digital acendeu o alerta para a necessidade de ações mais drásticas, voltadas à contenção da ameaça e mitigação de seus efeitos.

Desde então, a equipe de TI da UFPI vem operando em regime de emergência, realizando tentativas consecutivas de recuperação dos sistemas. O foco está na estabilização da infraestrutura digital e na proteção dos dados acadêmicos e administrativos da universidade.

Comunidade acadêmica afetada; Pró-reitorias prometem medidas compensatórias

Com os sistemas indisponíveis, alunos, docentes e servidores enfrentam dificuldades na realização de atividades acadêmicas e administrativas. A UFPI afirmou que, se necessário, as Pró-Reitorias de Ensino de Graduação (PREG) e de Pós-Graduação (PRPG) adotarão medidas para evitar prejuízos à comunidade acadêmica.

Essas ações podem incluir ajustes nos prazos de atividades curriculares, flexibilizações nos processos acadêmicos e a implementação de canais alternativos para assegurar a continuidade dos serviços educacionais.

Cresce a onda de ciberataques contra instituições de ensino superior

O incidente na UFPI ocorre em um momento de aumento significativo dos ataques cibernéticos contra universidades públicas no Brasil. Em abril, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) também confirmou ter sido alvo de ações maliciosas que provocaram instabilidades em sua infraestrutura digital.

Esses episódios reforçam um alerta antigo: o setor acadêmico federal está cada vez mais vulnerável a ameaças cibernéticas sofisticadas. Com estruturas muitas vezes defasadas, orçamento restrito para segurança digital e múltiplos pontos de entrada, as universidades se tornam alvos fáceis para agentes mal-intencionados.

Especialistas apontam que a falta de uma política nacional robusta de cibersegurança voltada às instituições de ensino tem deixado brechas significativas. A situação da UFPI escancara esse cenário preocupante, não apenas pela interrupção dos serviços, mas pela possibilidade de comprometimento de dados sensíveis da comunidade universitária.

Transparência e resposta rápida: desafios da gestão de crises digitais

Embora a UFPI tenha adotado uma postura transparente ao comunicar o ataque, o caso evidencia a dificuldade enfrentada por instituições públicas em responder com agilidade a incidentes críticos. A gestão de crises digitais exige protocolos bem definidos, equipes capacitadas e investimentos consistentes em tecnologia, fatores que nem sempre estão plenamente disponíveis nas universidades federais.

A Superintendência de Tecnologia da Informação da UFPI continua mobilizada para restaurar os sistemas e identificar a origem e o vetor do ataque. Até a publicação desta reportagem, não havia confirmação de que as plataformas SIG e SINAPSE tenham sido completamente restabelecidas.

O incidente reforça a urgência de políticas de cibersegurança mais robustas no setor público, especialmente nas instituições de ensino, que lidam diariamente com grande volume de dados acadêmicos, administrativos e pessoais.

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Cíntia Ferreira
Cíntia Ferreira
Chief Operating Officer no Itshow, portal líder de notícias em Tecnologia e Telecom, com base em São Paulo. Com ampla experiência em gestão operacional e estratégia de alto impacto, ela conduz iniciativas que impulsionam inovação, eficiência e operações escaláveis. Reconhecida por liderar equipes multidisciplinares e integrar soluções de negócios e tecnologia,
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