A telemedicina emergiu como uma solução inovadora frente aos desafios impostos pela necessidade de evolução rápida no campo da saúde, conforme observado por Ronisia Cordova Padilha, Gerente da Unimed Federação do Rio Grande do Sul, no quinto e último episódio do Especial Omnichannel by Avaya.
A rápida transição para serviços de telemedicina, implementados em questão de meses, ilustra a adaptabilidade e a capacidade de resposta do setor médico diante de circunstâncias sem precedentes.
Esse movimento rumo ao digital não apenas representa um avanço significativo na forma como os cuidados médicos são prestados, mas também destaca os desafios enfrentados na implementação e na operacionalização dessa nova modalidade de atendimento à distância.
Antes do advento da pandemia de Covid-19, a telemedicina enfrentava resistências significativas no Brasil, contudo, a crise de saúde pública acelerou sua adoção como uma ferramenta vital para atendimento aos pacientes em todo o país.
Com mais de 6 milhões de teleconsultas realizadas durante a pandemia, segundo a Associação Brasileira de Planos de Saúde, a telemedicina provou ser uma solução eficaz para superar barreiras físicas no acesso à saúde.
Após o término da emergência sanitária, declarada pelo Ministério da Saúde em 22 de abril, surgiram incertezas sobre a continuidade da prática da telemedicina, até então permitida pela legislação emergencial.
A regulamentação da telemedicina e seus impactos
Rapidamente, o Conselho Federal de Medicina (CFM) agiu, publicando a resolução 2.314/22 em 4 de maio, que regulamenta a telemedicina como uma modalidade de serviço médico suportado por tecnologias de comunicação.
Esta nova normativa, resultado de debates iniciados em 2018 com entidades médicas e especialistas, substitui a anterior resolução CFM 1.643/02, estabelecendo parâmetros éticos, técnicos e legais para a prática da telemedicina no Brasil.
A regulamentação da telemedicina representa um avanço significativo na universalização do acesso à saúde, especialmente para aqueles que dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS), promovendo a segurança, privacidade e integridade dos dados dos pacientes.
A pandemia destacou o papel crucial da telemedicina em fornecer atendimento remoto sem riscos de contaminação, democratizando o acesso à saúde em regiões carentes de profissionais médicos e permitindo diagnósticos precoces salvadores de vidas.
Inovação e desafios futuros na telemedicina
Um marco importante foi a implementação do projeto de teleUTI Covid-19 pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), que ofereceu atendimento a populações adultas e pediátricas em regiões desfavorecidas, apoiando quase 2.000 leitos com um serviço telefônico 24 horas e aumentando significativamente o número de casos médicos discutidos.
A resolução do CFM também abriu caminho para a adoção de prontuários eletrônicos e prescrições médicas digitais, fortalecendo a proteção da privacidade e confidencialidade das informações médicas e alinhando-se com os princípios éticos da medicina e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
A telemedicina, agora firmemente estabelecida no Brasil, enfrenta desafios futuros, incluindo a integração com o atendimento presencial, a garantia da segurança dos dados dos pacientes e o desenvolvimento de plataformas seguras, sempre priorizando a relação médico-paciente como complementar ao atendimento presencial, conforme estabelecido pela legislação e pelas diretrizes do CFM.
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Vantagens da telemedicina
1. Expansão do acesso a cuidados médicos
A telemedicina elimina barreiras geográficas ao cuidado de saúde, oferecendo a pacientes em localidades distantes ou rurais a possibilidade de consultar especialistas sem a necessidade de viagens extensas. Esta modalidade de atendimento representa uma solução prática para a obtenção de orientação médica e acompanhamento de condições de saúde à distância.
2. Diminuição de despesas
As consultas realizadas por meio da telemedicina tendem a ser mais econômicas comparadas às consultas presenciais, tanto para pacientes quanto para os profissionais e instituições de saúde.
Além disso, contribui para a redução de gastos relacionados ao manejo de doenças de longa duração e minimiza visitas não essenciais a emergências, racionalizando o uso dos recursos disponíveis no sistema de saúde.
3. Praticidade e adaptabilidade
A telemedicina permite que consultas sejam efetuadas de qualquer localidade, propiciando maior conveniência para pacientes e médicos. Isso é particularmente vantajoso para indivíduos com dificuldades de locomoção, responsáveis pelo cuidado de terceiros, ou para médicos que precisam otimizar seu tempo.
4. Centralização das informações do paciente
Sistemas de telemedicina modernos facilitam a integração e o acesso rápido a dados dos pacientes por diferentes profissionais da saúde, aprimorando a coordenação do atendimento e assegurando que decisões médicas sejam baseadas em informações abrangentes e atualizadas.
5. Aperfeiçoamento no atendimento médico
Por meio da telemedicina, profissionais da saúde dispõem de ferramentas que agilizam o diagnóstico e a aplicação de tratamentos adequados, essenciais em situações críticas ou para a manutenção da saúde geral.
6. Apoio à saúde mental
A facilidade de acesso a serviços de saúde mental via telemedicina prova ser um recurso indispensável, particularmente em momentos de aumento na procura por esses serviços e quando o estigma associado ainda representa um obstáculo.
Com a crescente adoção da telemedicina por profissionais da saúde e pacientes, espera-se que seus benefícios se tornem ainda mais reconhecidos, consolidando seu papel fundamental na estrutura do cuidado de saúde contemporâneo.
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Impactos da telemedicina na relação médico – paciente
A telemedicina revolucionou a interação clássica entre pacientes e médicos, introduzindo benefícios e desafios significativos. A possibilidade de conduzir consultas remotamente através de videoconferências facilita uma comunicação mais eficiente e um acompanhamento prático, especialmente valioso para o tratamento de doenças crônicas ou acompanhamento após procedimentos cirúrgicos.
Isso promove uma continuidade no atendimento médico, permitindo que os pacientes permaneçam em contato constante com seus médicos, superando obstáculos relacionados à distância ou à mobilidade.
Entretanto, a falta de interação física pode impactar a habilidade do médico em expressar empatia e compreender completamente as condições do paciente. Esse aspecto pode ser particularmente desafiador para aqueles que valorizam o conforto da presença física.
A confiança, elemento essencial na relação médico-paciente, também pode ser comprometida, especialmente para pacientes que iniciam um novo relacionamento médico de forma remota, suscitando preocupações sobre a segurança e eficácia do atendimento à distância.
Além disso, o consentimento informado ganha uma importância ainda maior na telemedicina. É crucial que os pacientes estejam plenamente informados sobre as possíveis limitações e o escopo dos cuidados médicos prestados virtualmente.
Ajustar as expectativas é fundamental para garantir a satisfação dos pacientes e preservar a confiança nos serviços de saúde providos remotamente. Embora a telemedicina possa ser vista como uma mudança na abordagem convencional ao cuidado de saúde, ela também simboliza um avanço, abrindo novos caminhos para enriquecer a relação entre médicos e pacientes.
À medida que essa modalidade evolui, é vital que médicos e pacientes trabalhem juntos para maximizar suas vantagens e superar os desafios que acompanham essa forma de atendimento médico.
Como implementar a telemedicina na prática médica
Integrar a telemedicina em práticas médicas é um processo que exige um entendimento profundo das exigências da clínica e dos pacientes. Esse conhecimento é crucial para formular uma estratégia que defina quais serviços serão disponibilizados e estabeleça objetivos de longo prazo.
Selecionar a plataforma de telemedicina adequada é um passo seguinte essencial, com foco na segurança, facilidade de uso e capacidade de integração com sistemas já existentes de registros eletrônicos de saúde e administração financeira. A plataforma escolhida deve também respeitar as legislações atuais sobre privacidade e proteção de dados.
A fase de implementação demanda o desenvolvimento de uma infraestrutura tecnológica robusta, que suporte equipamentos de qualidade e conexões de internet estáveis e protegidas.
Tal infraestrutura é vital para assegurar consultas remotas eficazes e a confiabilidade dos serviços oferecidos. Paralelamente, é indispensável verificar a conformidade com todos os requisitos legais e regulamentares, o que pode incluir desde a aquisição de licenças específicas até a observância de normas relacionadas a seguros e prescrições médicas à distância.
O treinamento adequado da equipe é um elemento chave, capacitando-a a manejar as ferramentas e procedimentos da telemedicina com destreza. A integração deste novo modelo de atendimento nos procedimentos já estabelecidos da clínica é crítica e deve ser realizada de forma a enriquecer os serviços existentes.
Além disso, é fundamental comunicar aos pacientes a disponibilidade e as vantagens da telemedicina, adotando estratégias eficazes de marketing e comunicação. Posteriormente à implementação, a clínica deve instituir um sistema de acompanhamento e avaliação contínua, que permita ajustes e melhorias com base nas experiências dos pacientes e na percepção da equipe médica.
Portanto, adotar a telemedicina transcende a simples aquisição de uma nova tecnologia ou o treinamento para sua utilização; trata-se de ajustar a prática médica às necessidades emergentes dos pacientes e às inovações tecnológicas, visando oferecer um atendimento de saúde de alta qualidade e amplamente acessível.
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