A segurança cibernética continua sendo um dos principais desafios enfrentados por empresas em todos os setores. Isso não é surpreendente, considerando que, de acordo com a pesquisa anual da Proofpoint, 25% das empresas brasileiras enfrentaram perdas financeiras devido a ataques digitais no ano de 2022.
A maioria desses incidentes está relacionada ao roubo de dados, com 78% das empresas relatando, pelo menos, um ataque de phishing por e-mail durante o ano passado. Essas estatísticas destacam a importância da cultura de cibersegurança para todas as empresas, independente do tamanho ou da área em que atuam.
A rápida evolução da tecnologia trouxe inúmeras vantagens, mas também desafios significativos, especialmente quando se trata de proteger os dados corporativos contra ameaças cibernéticas. Nesse contexto, a cultura organizacional desempenha um papel fundamental na garantia da segurança da empresa, começando pelo treinamento e capacitação de seus colaboradores. A segurança precisa ser construída de dentro para fora.
O papel dos colaboradores na cultura de segurança
A cultura corporativa desempenha um papel essencial na abordagem de uma empresa em relação à cibersegurança. Uma cultura forte e consciente da importância da proteção de dados não apenas reduz o risco de violações, mas também cria um ambiente onde todos os colaboradores se tornam defensores ativos da segurança cibernética.
Um estudo exibido no “Relatório de Investigações de Violação da Verizon”, de 2022, ressaltou que 82% das violações de cibersegurança foram causadas por erros humanos. Isso destaca claramente que a abordagem da empresa em relação à segurança cibernética não pode depender apenas da tecnologia, mas também das atitudes e valores compartilhados por todos na organização.
Para desenvolver uma cultura sólida de cibersegurança, é importante investir na formação e educação dos colaboradores. Os programas de treinamento devem abranger diversos aspectos da segurança da informação, ensinando aos funcionários como reconhecer possíveis ameaças, como phishing, engenharia social e ransomware.
Eles também devem ser educados sobre a importância de senhas robustas, autenticação de dois fatores e o uso seguro de dispositivos, tanto corporativos quanto pessoais. Além disso, as políticas e procedimentos de segurança devem ser comunicados de forma clara e simples, para que todos estejam cientes das regras da empresa e dos procedimentos a seguir em caso de incidentes.
A importância do plano diretor para construir uma cultura de cibersegurança
Além das iniciativas educacionais para os colaboradores, é fundamental ter um plano diretor de Segurança da Informação que inclua uma equipe especializada para analisar vulnerabilidades críticas e desenvolver soluções contínuas. Isso permite o desenvolvimento de uma estratégia de segurança sólida, abrangendo ameaças, vulnerabilidades, infraestrutura, processos, treinamento e pessoas.
Investir em uma cultura de cibersegurança completa é essencial nos tempos atuais para mitigar os riscos de violações e criar uma equipe de colaboradores conscientes e comprometidos com a proteção dos dados corporativos. Todos devem compreender que a segurança cibernética não é apenas responsabilidade da equipe de TI, mas uma preocupação compartilhada por toda a organização.
Cibersegurança na Indústria 4.0: Desafios e tendências do meio corporativo
Na indústria 4.0, a cibersegurança se destaca como uma tendência à integração de tecnologias emergentes e à crescente ameaça de ataques cibernéticos. Segundo a Meticulous Research, o investimento nessa área está previsto para aumentar significativamente, com o mercado global de segurança cibernética industrial projetado para movimentar US$42,96 bilhões até 2029.
O risco de segurança cibernética é percebido como um desafio comercial por 88% dos líderes empresariais do setor industrial, e 51% das empresas relataram incidentes de segurança cibernética nos últimos dois anos, destacando a necessidade urgente de medidas de proteção. A presença de sistemas legados sem atualizações regulares e vulnerabilidades em dispositivos de Internet das Coisas (IoT) acentua ainda mais a importância da cibersegurança na indústria.
Ouça agora o 16º episódio do podcast disponível no Spotify!
Benefícios ao criar uma cultura de cibersegurança na sua empresa
Proteção de dados sensíveis
Empresas contemporâneas lidam com grandes volumes de informações sensíveis, como dados financeiros, informações de clientes e propriedade intelectual. A falta de medidas de segurança adequadas pode expor esses dados a ameaças cibernéticas, como ataques de hackers e roubo de identidade.
Garantir a confidencialidade, integridade e disponibilidade das informações empresariais é essencial. Por exemplo, uma empresa de serviços financeiros pode adotar medidas como criptografia, firewalls e sistemas de detecção de intrusão para proteger as informações confidenciais de seus clientes contra ameaças cibernéticas.
Continuidade dos negócios
A cibersegurança desempenha um papel fundamental na garantia da continuidade dos negócios. Um ataque cibernético bem-sucedido pode interromper as operações, resultando em perda de produtividade, interrupção dos serviços e danos à reputação da empresa.
A implementação de medidas de segurança adequadas permite às empresas minimizar os riscos de interrupção e garantir a disponibilidade contínua de seus sistemas e serviços. Por exemplo, uma empresa de comércio eletrônico pode realizar backups regulares de seus dados e sistemas e ter um plano de recuperação de desastres bem definido para lidar com possíveis interrupções causadas por ataques cibernéticos.
Proteção da reputação e confiança do cliente
A falta de cibersegurança pode afetar negativamente a reputação e a confiança do cliente em uma empresa. A perda de dados sensíveis do cliente ou violações de privacidade podem levar a processos legais, danos financeiros e perda de clientes.
Investir em cibersegurança robusta demonstra o compromisso da empresa em proteger as informações de seus clientes, aumentando a confiança e fortalecendo a reputação no mercado. Por exemplo, uma empresa de tecnologia pode divulgar suas práticas de segurança cibernética publicamente, incluindo a conformidade com regulamentações de proteção de dados e as medidas tomadas para proteger a privacidade de seus usuários.
Conformidade com regulamentações
As empresas estão sujeitas a regulamentações cada vez mais rigorosas relacionadas à proteção de dados e privacidade, como o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) na União Europeia.
A cibersegurança desempenha um papel fundamental na conformidade com essas regulamentações, uma vez que o não cumprimento delas pode resultar em multas significativas e danos à reputação da empresa. Portanto, é essencial que as empresas adotem medidas de cibersegurança para garantir a conformidade com as regulamentações vigentes.
Quer saber mais sobre cultura de cibersegurança? Baixe agora o nosso material de apoio!
4 soluções de segurança digital para 2023
1 – SASE (Security Service Edge)
Com a popularização do home office e a ampliação do uso de serviços em nuvem, as preocupações com segurança cibernética estão em ascensão. Soluções tradicionais de segurança não conseguem oferecer proteção adequada em ambientes dinâmicos, resultando em uma maior exposição a ataques. Em 2022, os ataques a redes baseadas em nuvem aumentaram em 48%, conforme relatado pela Check Point.
Além disso, a utilização de várias soluções pontuais para proteger ambientes em nuvem torna o gerenciamento complexo e prejudica a capacidade de resposta rápida a ameaças. A Gartner destaca a tendência de otimizar e consolidar soluções de segurança, reduzindo o número de ferramentas de gerenciamento para menos de dez. Prevê também que, até 2024, organizações que adotem uma arquitetura de segurança cibernética possam reduzir em até 90% o impacto financeiro de incidentes de segurança.
2 – Data Loss Prevention (DLP)
Com o aumento das regulamentações globais de privacidade de dados, como a LGPD, as organizações enfrentam desafios na gestão de informações confidenciais e na conformidade com múltiplas leis de proteção de dados.
A automação do gerenciamento de privacidade é essencial, e a solução DLP se destaca ao classificar, monitorar e proteger informações sensíveis. A DLP ajuda as empresas a lidar com os dados armazenados, evitando violações por meio da descoberta de dados em repouso, monitoramento de dados em trânsito e bloqueio de movimentações indevidas.
3 – Endpoint Security
O relatório da Check Point também destaca a tendência de hackers usarem ferramentas para evitar a detecção. Proteger os dispositivos finais (endpoints) tornou-se fundamental, pois os invasores exploram ferramentas populares de gerenciamento de TI.
As soluções de Endpoint Security atuam na proteção de pontos de entrada de rede, interrompendo ameaças, monitorando a integridade do sistema e gerando relatórios detalhados. Com uma abordagem de gerenciamento centralizado, essas soluções protegem servidores, computadores, laptops e tablets contra ameaças conhecidas e desconhecidas.
4 – Network Detection Response (NDR)
A convergência das redes de TI e OT aumentou os riscos cibernéticos. Em resposta, as organizações estão investindo em soluções de detecção e resposta, como o NDR. O NDR permite identificar rapidamente falhas, analisar ameaças em tempo real e automatizar respostas para aumentar a resiliência cibernética.
Dada a sofisticação crescente das ameaças, a segurança cibernética não é mais suficiente; portanto, a resiliência cibernética é fundamental para detectar possíveis ataques e recuperar-se rapidamente, o que torna o NDR uma ferramenta indispensável.
A cultura de cibersegurança é um pilar na proteção de dados
A cultura de cibersegurança é um pilar essencial para a proteção contínua dos dados e ativos de uma organização. Implementar e fomentar essa cultura requer conscientização dos colaboradores sobre a relevância da segurança da informação, guiando-os na gestão de sua curiosidade e ansiedade, evitando acessos a sites não relacionados ao trabalho. No entanto, a segurança não é um objetivo estático; demanda esforços em curso.
Nesse contexto, a educação e a constante atualização das práticas de segurança desempenham papéis importantes, especialmente quando novos funcionários ingressam na organização. O processo de onboarding desempenha um papel fundamental ao estabelecer as bases para uma cultura de segurança cibernética na empresa.
Além disso, incorporar a cibersegurança nas atividades regulares da empresa e envolver todas as partes interessadas na comunicação sobre segurança da informação são medidas significativas.
Leandro Roldão, executivo da EDP Brasil e convidado do 16º episódio do podcast Itshow, enfatiza que, nos setores altamente regulamentados pelos quais passou nos últimos 17 anos, como alimentos, farmacêutica e utilidades, a adaptação constante a novas regulamentações representa um desafio significativo.
“A importância crítica dos dados e a conformidade com leis, como a LGPD, além da necessidade de uma equipe focada na entrega de projetos regulatórios e equipes multidisciplinares, incluindo infraestrutura, governança e cibersegurança, é essencial para garantir o progresso desses projetos”, ressalta Roldão.
Ele sublinha ainda a relevância de envolver a equipe de cibersegurança desde o onboarding dos colaboradores, transmitindo as regras essenciais de comportamento em cibersegurança e promovendo eventos como uma semana de cibersegurança para disseminar informações sobre práticas adequadas de segurança da informação. “Essas abordagens colaborativas demonstram a importância da cultura de cibersegurança na proteção contínua contra ameaças cibernéticas”, conclui.
Assine nossa Newsletter para receber os melhores conteúdos do Itshow em sua caixa de entrada.