O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, convocou uma reunião com CEOs das principais empresas de tecnologia, como Google e Microsoft, para discutir os riscos e oportunidades apresentados pela Inteligência Artificial (IA), com o objetivo de garantir a segurança e a privacidade dos usuários.
A reunião, que aconteceu nesta quinta-feira (04) e durou duas horas, contou com a presença de Sundar Pichai (Google), Satya Nadella (Microsoft), Sam Altman (OpenAI) e Dario Amodei (Antrhopic), além da vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris e outras autoridades governamentais, como o chefe de gabinete de Biden, Jeff Zients, o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, a diretora do Conselho Econômico Nacional, Lael Brainard, e a secretária do Comércio, Gina Raimondo.
A crescente preocupação com a IA e a privacidade dos usuários
Com o aumento da popularidade de aplicativos baseados em IA, como o ChatGPT, crescem também as preocupações sobre a segurança e privacidade dos usuários. A reunião teve como foco a discussão sobre a necessidade das empresas serem mais transparentes em relação aos seus sistemas de IA, a importância de avaliar a segurança desses produtos e a necessidade de protegê-los contra ataques maliciosos.
A vice-presidente Kamala Harris destacou em comunicado que a tecnologia tem potencial para melhorar vidas, mas também pode apresentar preocupações de segurança, privacidade e direitos civis. Ela afirmou que os executivos têm “responsabilidade legal” de garantir a segurança de seus produtos de inteligência artificial e que o governo está aberto a promover novas regulamentações e apoiar novas legislações relacionadas à inteligência artificial.
O Congresso dos Estados Unidos promoveu audiências públicas com estudiosos e empresas da área, e o Senado pretende realizar novas sessões públicas em painéis nas próximas semanas. Além disso, em artigo publicado no The New York Times, a chefe da Comissão Federal de Comércio dos EUA, Lina Khan, defendeu que é hora de regular a tecnologia, alegando que autoridades têm a responsabilidade de garantir que a história não se repita.
Na Europa, tramita no Parlamento a “Lei da IA“, que estabelece padrões rigorosos de transparência para tecnologias do tipo usadas em áreas estratégicas e impõe multas pesadas para quem não cumprir as regras.
Cooperação internacional e concorrência global
A cúpula também abordou a importância da cooperação internacional na área de inteligência artificial. Os líderes da indústria e autoridades governamentais discutiram a necessidade de compartilhar conhecimentos e estabelecer parcerias globais para abordar questões éticas e de segurança no desenvolvimento e uso da IA.
A competição global, especialmente com a China, foi um dos temas centrais na reunião. Os Estados Unidos buscam garantir a liderança no campo da IA e evitar que outras nações adotem práticas pouco éticas ou prejudiciais à privacidade e segurança dos usuários. O governo Biden enfatiza que é crucial manter um equilíbrio entre avanços tecnológicos e proteção dos direitos humanos.
Investimentos do governo Biden em centros de pesquisa de IA
O governo federal dos EUA anunciou um investimento de US$ 140 milhões (R$ 700 milhões) na criação de sete Institutos Nacionais de Pesquisa em IA. Esses institutos se juntarão aos 18 centros já existentes, totalizando 25 centros com financiamento aproximado de US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões).
O objetivo desses centros é promover o uso de tecnologias de IA no ensino superior, indústria e agências governamentais, além de avançar em pesquisas éticas. O desenvolvimento se concentra em áreas críticas, como clima, agricultura, energia, saúde pública, educação e cibersegurança, buscando soluções para questões éticas, de segurança e privacidade relacionadas à IA.
Próximos passos
Agora, espera-se que as empresas que participaram da reunião aumentem seus esforços para garantir a transparência e a segurança dos seus produtos baseados em inteligência artificial. O governo dos EUA também deve intensificar as discussões sobre regulamentações e legislações relacionadas à IA, além de continuar investindo em pesquisa e cooperação internacional.
É provável que o debate sobre os desafios e oportunidades da inteligência artificial continue a evoluir nos próximos anos, à medida que a tecnologia se desenvolve e afeta cada vez mais aspectos da vida cotidiana. A cúpula promovida pelo presidente Joe Biden é um exemplo de como os governos e as empresas estão reconhecendo a importância de enfrentar esses desafios e encontrar soluções conjuntas para garantir um futuro seguro e promissor para a IA.
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