Na Europa, a faceta obscura da inteligência artificial, baseada na visão crítica de Walter Benjamin (1892-1940), filósofo e crítico cultural alemão, foi dimensionada de maneira que, atualmente, persiste através de analogias. Durante a era da Revolução Industrial, a década de 1930 assistiu ao surgimento de tecnologias inovadoras que tinham o potencial de mudar a sociedade. Contudo, Walter Benjamin, através de sua análise profunda, previu os perigos da inteligência artificial (IA) como um elemento que poderia intensificar a alienação humana e a supremacia tecnológica.
É importante destacar que a alienação humana, de acordo com Benjamin, argumenta que a Inteligência Artificial, por ser uma extensão da máquina, intensifica a distância entre o ser humano e sua essência. A troca do trabalho humano por equipamentos inteligentes resultaria na perda de sentido e finalidade. A arte e a cultura, anteriormente manifestações genuínas da vivência humana, seriam transformadas em simples mercadorias.
Benjamin condenou o fascínio pela tecnologia como um “show” que desvia o foco das questões sociais e políticas essenciais. A Inteligência Artificial, como um método de controle avançado, consolida a lógica capitalista, na qual o valor é determinado pela eficiência e produtividade, e não pela dignidade humana.
De acordo com Benjamin, a Inteligência Artificial também representaria uma ameaça à autêntica experiência humana. A criação de realidades virtuais e o uso de algoritmos para fazer escolhas reduzem a habilidade humana de vivenciar o mundo de forma direta e relevante. Walter Benjamin nos alertou sobre os perigos da inteligência artificial, que pode intensificar a alienação, o domínio tecnológico e a perda da vivência humana. É crucial levar em conta essas observações ao criar tecnologias que honrem a dignidade humana e fomentem uma sociedade mais justa e igualitária.
O impacto da Inteligência Artificial no século XXI: desafios éticos e sociais
A Inteligência Artificial (IA) transformou a sociedade do Brasil, proporcionando vantagens como eficácia, criatividade e competitividade. Contudo, seu lado obscuro continua oculto, provocando desafios de natureza ética, social e econômica.
É importante destacar que a inteligência artificial no século XXI apresenta aspectos negativos como desemprego estrutural, vieses algorítmicos, privacidade e vigilância, além de dependência tecnológica. A automação substitui trabalhadores em setores tradicionais, como manufatura, serviços e agricultura, exacerbando a desigualdade social.
Os algoritmos de inteligência artificial têm o potencial de perpetuar a discriminação racial, de gênero e social, impactando decisões em setores como crédito, trabalho e justiça. Além disso, a coleta e avaliação de informações pessoais sem o devido consentimento ou clareza prejudicam a liberdade pessoal.
Desafios e soluções para a Inteligência Artificial no Brasil
No Brasil, a Inteligência Artificial enfrenta barreiras significativas, como a ausência de regulamentação adequada, desigualdade digital, lacunas na educação e capacitação, além de riscos à segurança cibernética. A falta de normas claras sobre responsabilidade, transparência e ética limita o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Paralelamente, o acesso desigual à tecnologia agrava a exclusão social e dificulta a formação de uma sociedade mais equitativa.
Para superar esses desafios, é essencial capacitar profissionais, proteger dados e infraestruturas contra ataques cibernéticos e promover a inclusão digital. Um avanço responsável depende de regulamentações eficientes, investimentos em educação e um diálogo constante entre os setores público, privado e a comunidade.
Walter Benjamin, em sua crítica à tecnologia na década de 1930, antecipou muitos dos dilemas que a IA apresenta atualmente. Seus alertas sobre alienação, desumanização e a supremacia da lógica capitalista sobre a cultura permanecem relevantes. No contexto brasileiro, o compromisso com o avanço ético e responsável da Inteligência Artificial é o caminho para equilibrar inovação tecnológica com valores sociais e humanos, criando uma sociedade mais justa e sustentável.
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