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quarta-feira, março 19, 2025
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Edge computing: a revolução silenciosa que está democratizando a tecnologia

Imagine como seria o mundo sem conectividade… Desde o século XIX, sem telégrafo, telefone, rádio, TV, computadores e internet. Será que os memorânduns (o corretor disse que é assim que se escreve essa palavra) estariam sendo entregues por motoboys mundo afora? Para o mundo que eu quero descer…

No nosso mundo real, a conectividade é rei e define o nosso cotidiano por meio de uma revolução, mas não é uma guerra nem uma série de protestos. É algo silencioso que está mudando radicalmente a maneira como processamos dados e acessamos serviços. E nós mortais somos stakeholders dessas mudanças sem sequer saber muito sobre como ela acontece.

Essa revolução tem nome: Edge Computing – ou Computação de Borda. Ela está permitindo descentralizar o poder computacional, aproximando-o de onde realmente importa. Quem? Você, eu: o usuário final!

Mas o que isso significa na prática? Como essa tecnologia está democratizando o acesso à tecnologia em diversas regiões e para diferentes públicos? Vamos descomplicar esse conceito.

O que é Edge Computing (explicado de forma simples)?

Sem complicar muito, Edge Computing é levar o processamento dos dados para perto de onde eles são gerados e consumidos, em vez de enviá-los para datacenters distantes, localizados nos grandes centros ou até em outros países.

Pense que, por exemplo, você ao perguntar algo para um assistente virtual desses que usa Inteligência Artificial, a pergunta e a resposta podem dar meia volta no mundo em cada sentido. Se esse algoritmo estiver rodando em uma arquitetura de Edge Computing, essa pergunta e a sua resposta podem ser processadas a poucos km de distância de cada um de nós!

É como se tivéssemos um computadorzão parrudo pertinho de casa pronto para te ajudar o mais rápido possível. Um contraponto à longa viagem que dados fazem em uma arquitetura tradicional e centralizada.

Por que o Edge Computing está democratizando a tecnologia?

1. Redução da dependência de uma infraestrutura centralizada

Enquanto grandes datacenters demandam grandes investimentos e estão concentrados em regiões específicas do planeta, o Edge Computing permite que ecossistemas com acesso restrito a essa infraestrutura tenham a oportunidade de desenvolver soluções locais, reduzindo barreiras de entrada.

2. Menor latência = mais acesso em áreas remotas

A latência, o tempo que um pacote de dados leva para ir ao seu destino e voltar, é uma barreira limitante para o acesso digital em locais distantes dos grandes centros. Serviços que eram inviáveis, devido à necessidade de um tempo de resposta mais baixo, são possíveis quando se usa Edge Computing.

3. Economia de recursos e sustentabilidade

Quando o processamento dos dados é feito na borda, a redução no tráfego que vai até grandes datacenters centralizados ocasiona um menor consumo de energia elétrica e demanda uma infraestrutura de transmissão de dados mais enxuta. Isso não apenas reduz custos, mas também permite que regiões com infraestrutura limitada possam oferecer e consumir serviços digitais de qualidade.

Casos reais que estão transformando comunidades

Saúde: diagnósticos em áreas remotas

Dispositivos médicos com Edge Computing permitem que exames sejam analisados in loco em regiões distantes, sem necessidade de conexão constante com grandes hospitais. Um exemplo é o uso de algoritmos de IA rodando em dispositivos portáteis para diagnóstico de doenças em regiões rurais.

Educação: acesso a conteúdo educacional sem internet constante

Um dos problemas de regiões remotas é a disponibilidade de conectividade internet. Plataformas educacionais adaptadas para Edge Computing permitem que estudantes em regiões com conectividade limitada possam acessar conteúdos mesmo quando a internet está instável, já que parte do processamento e armazenamento ocorre em dispositivos locais.

Agricultura: monitoramento inteligente acessível a pequenos produtores

Sensores com capacidade de processamento local permitem que pequenos agricultores monitorem suas plantações sem depender de conectividade constante ou infraestrutura cara, democratizando o acesso à agricultura de precisão.

O futuro da democratização tecnológica via Edge

A revolução dos dispositivos edge acessíveis

O surgimento de equipamentos cada vez mais baratos e eficientes está permitindo que o poder do Edge Computing chegue a mais pessoas. Dispositivos como Raspberry Pi, Arduino e similares estão colocando esse poder nas mãos de mais desenvolvedores e comunidades. Linguagens de programação simples como Phyton ou plataformas Low Code / No Code têm facilitado muito essa adoção tecnológica.

O impacto nas economias locais e no empreendedorismo

Analisando melhor o contexto de facilidade de acesso à tecnologia e menor dependência de infraestrutura centralizada, empreendedores locais ganham mais autonomia para desenvolver soluções específicas para suas comunidades, impulsionando economias regionais.

Conclusão: Estamos presenciando um novo paradigma de inclusão digital?

O Edge Computing entrega muito mais do que uma mera evolução tecnológica – ele representa mudança de paradigma que pode aumentar a “lista” de quem tem acesso à tecnologia de ponta. Quando descentralizamos o processamento, estamos pavimentando caminhos para um ecossistema digital mais inclusivo e menos dependente das grandes estruturas centralizadas.

Para nós, profissionais de tecnologia, entender esse movimento significa não apenas acompanhar uma tendência técnica, mas participar ativamente de uma transformação com profundo impacto social. Desenhar e implantar soluções que viabilizem essas iniciativas é o nosso papel e eu aceito esse desafio!

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Mauro Periquito
Mauro Periquito
Engenheiro de Telecomunicações e Consultor de Tecnologia, com o objetivo de desenvolver e gerenciar projetos de transformação digital para indústria, utilities, mineração, agronegócio e operadoras de telecomunicações. Em sua trajetória profissional, tem como propósito traduzir as necessidades dos clientes em soluções customizadas.
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