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quinta-feira, agosto 7, 2025
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Futurecom Connect: O papel estratégico dos satélites LEO na conectividade corporativa

Foi ao ar o mais novo episódio da temporada Futurecom Connect, apresentado por Márcio Montagnani, colunista do portal Itshow, que trouxe uma conversa aprofundada sobre conectividade via satélites LEO e seu papel na transformação digital das empresas. Com a participação de Fabio Alencar, presidente do SINDISAT (Sindicato Nacional das Empresas de Telecomunicações por Satélite), e Leandro Gaunszer, diretor-geral da Viasat Brasil e vice-presidente de banda larga fixa para a América Latina, o episódio mergulha nos avanços da tecnologia orbital e como ela complementa a infraestrutura tradicional de telecomunicações.

Satélites LEO deixam de ser “patinho feio” e ganham protagonismo

Durante a conversa, Leandro destacou como os satélites LEO passaram de uma alternativa pouco desejada para uma tecnologia altamente valorizada. Segundo ele, “há 10 anos, quando se falava em link satelital, era sempre a última opção. Hoje, falamos sobre satélite até em conversas de bar“. A baixa latência dos satélites LEO, por estarem em órbita baixa, entre 500 e 1.000 km da Terra, os torna ideais para aplicações que exigem resposta rápida, como videoconferências e soluções de missão crítica.

Para Fabio, a crescente demanda por conectividade em áreas remotas e a transformação digital impulsionam a adoção de soluções satelitais. “O que mudou foi a necessidade. As pessoas precisam estar conectadas o tempo todo, e o satélite atende justamente onde outras tecnologias não chegam“, afirmou.

Conectividade híbrida como modelo dominante

A discussão avançou para o conceito de malhas híbridas de conectividade, onde múltiplas tecnologias como fibra, 5G e satélite se complementam para garantir disponibilidade e performance. Leandro citou o uso de tecnologias como SD-WAN para alternância automática entre links em tempo real, o que garante maior confiabilidade em casos de falha em uma das conexões.

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Fabio compartilhou sua própria experiência doméstica com redes redundantes. “Tenho fibra e satélite em casa. Se um falha, o outro entra em ação. Minha família nem percebe. E isso é exatamente o que deve acontecer no ambiente corporativo: o serviço deve ser transparente para o usuário“, reforçou.

Agronegócio e IoT: setores em destaque

O episódio também abordou o papel da conectividade satelital no agronegócio, setor onde soluções de IoT estão cada vez mais presentes. Para Leandro, há casos que requerem pouca banda, como sensores de umidade do solo, e outros que exigem largura de banda maior, como tratores autônomos. “A beleza está na combinação: você pode ter uma rede privada com backhaul via satélite e última milha em Wi-Fi ou 4G. Tudo depende do uso e do investimento disponível“, explicou.

A adoção de tecnologias legadas ainda é um desafio, segundo Fabio, que reforça a importância de o executivo avaliar o custo-benefício. “A tecnologia precisa entregar valor e estar dentro de uma equação sustentável. O usuário não quer saber qual tecnologia está por trás; ele quer um serviço que funcione.

Compliance, regulação e segurança

Com a alta demanda por dados em tempo real, a segurança e a conformidade regulatória ganham peso nas decisões de conectividade. Fabio destacou o papel da Anatel na regulação do setor satelital no Brasil, reforçando que “o país tem uma estrutura robusta de controle e homologação, o que garante a proteção do cidadão e das empresas“.

Leandro complementou abordando a soberania dos dados. “É essencial saber onde estão armazenadas as informações e qual o compromisso contratual da empresa fornecedora. Vazamentos ou uso indevido podem ser desastrosos, especialmente em setores como logística, energia e segurança“, alertou.

Satélites e Edge Computing

Entre as tendências apontadas para o futuro, Leandro destacou o avanço do modelo Direct-to-Device, que permitirá conexão direta entre dispositivos móveis e satélites, eliminando a necessidade de antenas dedicadas. A tecnologia já começa a ser testada e promete ampliar o alcance da conectividade móvel em regiões sem cobertura terrestre.

Já Fabio destacou o papel do Edge Computing na otimização de redes. “Com mais processamento e memória nos dispositivos finais, conseguimos reduzir a latência e o tráfego, liberando a infraestrutura central. Isso é chave para tornar as redes mais inteligentes e escaláveis“, explicou.

Brasil como referência em conectividade via satélite

Ambos os convidados foram unânimes em apontar o Brasil como referência em soluções satelitais na América Latina. O país conta com um dos maiores volumes de estações de satélite da região e políticas públicas robustas de inclusão digital. “Projetos como o Siga Antenado e a conexão de escolas mostram a maturidade do Brasil no setor“, afirmou Fabio.

O episódio reforça a importância de se pensar a conectividade como um ecossistema completo, e não como uma tecnologia isolada. Com aplicações cada vez mais exigentes, a combinação entre satélite, redes móveis e fibra óptica será o modelo ideal para garantir continuidade, segurança e alta performance.

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Natália Oliveira
Natália Oliveirahttps://www.itshow.com.br
Jornalista | Analista de SEO | Criadora de Conteúdo
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