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quinta-feira, julho 17, 2025
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Brasil reforça liderança em HPC: supercomputador Santos Dumont atinge 18,85 petaflops

Sete meses após o início da modernização, o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) finalizou a atualização do supercomputador Santos Dumont, que agora alcança impressionantes 18,85 petaflops de capacidade computacional. O novo desempenho representa um salto de 575% em relação à sua configuração original, posicionando o equipamento como o supercomputador mais poderoso da América Latina voltado à pesquisa científica.

Fornecida pela Eviden, unidade de supercomputação da francesa Atos, a nova infraestrutura combina diversas arquiteturas de alto desempenho e foi projetada com foco em eficiência energética e recursos dedicados à inteligência artificial (IA). A iniciativa integra o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que investirá R$ 22 bilhões entre 2024 e 2028 no avanço da IA no país.

Desempenho multiplicado: do início modesto ao topo da América Latina

Desde sua inauguração em 2015, quando entregava 1,1 petaflops, o Santos Dumont já havia passado por uma ampliação em 2019, que adicionou 1,85 petaflops à sua capacidade com base na arquitetura BullSequana X1000. A atualização de 2025, no entanto, é a mais ambiciosa e disruptiva até o momento — impulsionada por tecnologias de ponta em CPU, GPU e integração de sistemas heterogêneos.

A nova arquitetura é composta por cinco partições distintas:

  • Principal: 62 blades BullSequana XH3145-H, cada um com processadores Intel Xeon de 4ª geração e quatro GPUs Nvidia H100 interconectadas via NVLink.
  • Segunda partição: 20 blades BullSequana XH3420, com 60 nós equipados com dois processadores AMD Epyc 9684X cada.
  • Terceira partição: 36 blades BullSequana XH3515-H, contendo quatro superchips Nvidia Grace Hopper, também conectados via NVLink.
  • Quarta partição: 6 blades e 18 nós com duas APUs AMD Instinct MI300A cada.
  • Quinta partição: 4 nós de última geração com Nvidia Grace Superchip, todos conectados em uma malha Nvidia Infiniband NDR a 400 Gbps.

Eficiência energética e IA como pilares da nova geração

Além do avanço em capacidade bruta, a atualização promoveu ganhos expressivos em eficiência energética. O sistema agora conta com resfriamento líquido direto, responsável por dissipar mais de 98,5% do calor gerado por processadores, aceleradores, redes e dispositivos de armazenamento. Em comparação, o sistema original dissipava cerca de 80% dessa energia térmica.

As tecnologias de computação e IA são a pedra angular de qualquer avanço científico e de inovação”, destaca Luis Casuscelli, head de HPC da Eviden para a América do Sul. “Liderar essa nova fase do Santos Dumont é motivo de grande orgulho para a equipe, pois entregamos aos pesquisadores brasileiros ferramentas ainda mais potentes para enfrentar os maiores desafios da humanidade”.

Casuscelli também ressaltou a parceria de mais de uma década com o LNCC e a participação da Eviden no Plano Brasileiro de Inteligência Artificial como reflexo do compromisso com a inovação e com a cooperação franco-brasileira no setor.

Santos Dumont de volta ao Top500

Com essa reconfiguração, o Santos Dumont não apenas retoma sua relevância no cenário nacional como também volta a ser competitivo no cenário internacional. A expectativa é que ele retorne à lista Top500, que ranqueia os supercomputadores mais rápidos do mundo, consolidando o Brasil como um dos líderes em computação de alto desempenho (HPC) no hemisfério sul.

Investimento estratégico e soberania científica

A revitalização do supercomputador está inserida no escopo estratégico do PBIA, programa que visa impulsionar a adoção de IA em diversos setores — da saúde à agricultura, passando por defesa, meio ambiente e indústria. Com a atualização, o LNCC amplia sua capacidade de atender demandas de pesquisa complexas, acelerando simulações em áreas como climatologia, bioinformática, física de partículas, modelagem de epidemias e aprendizado de máquina.

O investimento reforça o papel da infraestrutura computacional como elemento essencial de soberania científica e tecnológica, elevando o Brasil a um novo patamar de protagonismo global em ciência de dados e IA.

Conclusão: marco para o futuro da ciência no Brasil

A conclusão da atualização do Santos Dumont representa mais do que um salto técnico — trata-se de um marco institucional e estratégico que demonstra o comprometimento do Brasil com a inovação científica, a soberania tecnológica e a competitividade internacional. Agora com 18,85 petaflops, o supercomputador reconfigura o mapa da computação científica na América Latina e projeta o LNCC como centro de excelência em HPC e inteligência artificial.

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Cíntia Ferreira
Cíntia Ferreira
Chief Operating Officer no Itshow, portal líder de notícias em Tecnologia e Telecom, com base em São Paulo. Com ampla experiência em gestão operacional e estratégia de alto impacto, ela conduz iniciativas que impulsionam inovação, eficiência e operações escaláveis. Reconhecida por liderar equipes multidisciplinares e integrar soluções de negócios e tecnologia,
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