27.8 C
São Paulo
quarta-feira, agosto 20, 2025
InícioColunistasComo transformar dados em vantagem competitiva na era digital

Como transformar dados em vantagem competitiva na era digital

Na economia digital, as informações coletadas deixaram de ser subprodutos operacionais para se tornarem ativos estratégicos. Segundo a McKinsey, empresas orientadas por dados têm até 23 vezes mais chance de conquistar novas vendas, seis vezes mais de reter clientes regulares e 19 vezes mais de serem lucrativas. O diferencial competitivo não está mais no acesso à informação, que hoje é abundante, mas na capacidade de transformá-la em conhecimento relevante e decisões ágeis.

O conceito de Big Data evoluiu para uma agenda mais ampla: a inteligência orientada por dados (data-driven intelligence). Soluções tecnológicas como IoT, CRMs, ERPs, plataformas digitais e sensores em tempo real permitem a coleta de um grande volume de dados em alta velocidade. No entanto, o gargalo está em como as informações são estruturadas, analisadas e aplicadas.

De acordo com uma pesquisa de 2010 do MIT Sloan, 60% das empresas têm muitas informações, mas pouca inteligência acionável. Quando desorganizados ou presos em silos, dados deixam de ser ativos e se tornam passivos, comprometendo reputação e eficiência de um negócio.

Para transformar os dados em vantagem competitiva, é essencial investir em três pilares estratégicos

1. Governança e qualidade da informação

A confiabilidade da análise depende da qualidade da informação. Um estudo da Gartner estima que empresas perdem, em média, US$ 12,9 milhões por ano devido a problemas com dados de baixa qualidade. Implantar Data Governance estruturada incluindo políticas claras, compliance à LGPD e GDPR, e definição de owners por domínio de dados é fundamental para mitigar riscos e garantir consistência.

2. Capacidade analítica distribuída

Ferramentas como Power BI, Tableau, Looker, Databricks e Snowflake são valiosas, mas a eficácia sempre irá depender da cultura organizacional. Grandes empresas apostam na democratização do analytics, capacitando times de negócio a interpretarem dados sem depender exclusivamente de cientistas de dados. O conceito de “citizen data scientist” reforça a ideia de empoderar usuários com habilidades analíticas básicas para tomada de decisão descentralizada.

3. Agilidade e inteligência preditiva

A adoção de modelos preditivos com IA e Machine Learning permite antecipar comportamentos de clientes, flutuações de demanda e riscos operacionais. Em setores como saúde, algoritmos analisam padrões de prontuários eletrônicos para prever internações ou surtos com até 72 horas de antecedência, gerando respostas mais rápidas e melhor posicionamento estratégico.

Além desses pilares, é necessário pensar em escalabilidade e integração. Plataformas em nuvem (ex: AWS, Azure, Google Cloud) permitem que as empresas lidem com a explosão do volume de dados. A automação via pipelines de dados (ETL/ELT), e o uso de Data Lakes e Data Mesh, são caminhos para uma arquitetura resiliente, interoperável e centrada no negócio.

Portanto, data-driven é menos sobre tecnologia e mais sobre mentalidade, é o alinhamento entre liderança e cultura organizacional para que os dados direcionem o negócio além de sustentá-lo. Como destacou Thomas Davenport, especialista em analytics, “algumas empresas construíram seus próprios negócios com base em sua capacidade de coletar, analisar e agir com base em dados. […] Eles transformaram a tecnologia de uma ferramenta de apoio em uma arma estratégica”.

Siga o Itshow no LinkedIn e assine a nossa News para ficar por dentro de todas as notícias do setor de TI e Cibersegurança!

Valter Lima
Valter Lima
CEO da CTC, uma das 150 maiores empresas de tecnologia do Brasil, com mais de 30 anos de experiência nas áreas de tecnologia, gestão e inovação. Formado em Administração de Empresas, é pós-graduado pela Fundação Dom Cabral e participou do Business Executive Program da Universidade de Stanford. Atuou em grandes instituições como Citibank e Itaú-Unibanco, construindo uma sólida trajetória em liderança estratégica. Também é membro da Anjos do Brasil, entidade que apoia startups em fase de crescimento e fomenta o ecossistema empreendedor. Além de liderar a CTC, é maratonista e entusiasta de mountain bike.
Postagens recomendadas
Outras postagens