Entre os dias 22 e 25 de setembro, o Gartner CIO & IT Executive 2025 reuniu mais de 1500 líderes de tecnologia e negócios no Sheraton São Paulo WTC Hotel. A conferência é um dos principais encontros do calendário de TI, conhecida por combinar análises de especialistas da Gartner, apresentações de executivos e exemplos práticos de empresas que estão na linha de frente da transformação digital.
O Itshow esteve presente no dia 23, acompanhando palestras e cases que mostraram como a tecnologia pode ser uma alavanca de eficiência, inovação e continuidade. Um dos pontos centrais do evento foi a palestra de Robert Naegle, VP Analyst da Gartner, intitulada “Como fazer da otimização de custos de TI uma decisão de negócios”.
Gartner CIO & IT Executive 2025: Otimização de custos como estratégia corporativa
Naegle reforçou que a otimização de custos em TI não pode ser vista apenas como uma resposta emergencial a pressões orçamentárias. Segundo ele, muitos líderes ainda encaram a redução de gastos como um movimento reativo – o chamado reactive cost cutting –, o que frequentemente leva a cortes que prejudicam a inovação e enfraquecem a credibilidade da área de tecnologia dentro das organizações.
A proposta apresentada foi diferente: enxergar a otimização de custos como parte de uma estratégia corporativa de longo prazo. Isso envolve equilibrar oferta e demanda de serviços de TI, avaliar criticamente contratos e licenças, simplificar processos e dialogar de forma mais próxima com as áreas de negócio.
Na prática, o recado foi claro: TI não deve ser apenas centro de custo, mas sim parceira estratégica, capaz de apoiar decisões que afetam o desempenho e a competitividade da empresa.
Cases que dialogam com a visão da Gartner
Durante o evento, diferentes empresas compartilharam suas iniciativas, muitas delas alinhadas ao debate proposto por Naegle. O Itshow destacou três cases que refletem como a busca por eficiência, resiliência e qualidade está no centro da transformação digital.
SUSE: resiliência e soberania digital
A SUSE, empresa alemã com mais de três décadas de atuação, reforçou seu papel no ecossistema open source e Linux. A companhia destacou investimentos em Cloud Native e em infraestrutura para inteligência artificial soberana, posicionando-se como alternativa em um cenário de incertezas geopolíticas.
A mensagem principal foi que a otimização de custos não se resume a gastar menos, mas também a estar preparado para riscos de alto impacto. Garantir continuidade operacional e flexibilidade tecnológica em ambientes críticos é, em última instância, uma forma de proteger investimentos e reduzir perdas em situações de crise.
Getup: segurança e eficiência em containers
A Getup apresentou o CORE, um catálogo de imagens de containers confiáveis. A proposta é reduzir vulnerabilidades e eliminar retrabalho dos times de desenvolvimento, alinhando-se ao conceito de “shift left security” – ou seja, incorporar segurança desde o início do ciclo de software.
Esse tipo de iniciativa dialoga diretamente com a visão da Gartner sobre eficiência. Ao eliminar desperdícios e trazer mais confiabilidade aos processos, empresas conseguem liberar recursos que seriam gastos em correções futuras, redirecionando-os para inovação e novos projetos.
Sofist: qualidade como diferencial competitivo
A Sofist, consultoria especializada em engenharia de qualidade, apresentou sua abordagem end-to-end, cobrindo desde etapas iniciais de desenvolvimento até monitoramento em produção. Um dos diferenciais destacados foi o uso de inteligência artificial para automação de testes em APIs, alcançando até 80% de cobertura em poucas semanas – um resultado que, em processos tradicionais, demandaria muito mais tempo e recursos.
Convergência entre teoria e prática
O que ficou evidente ao longo do evento é que otimizar custos em TI não significa simplesmente cortar investimentos. Significa avaliar como os recursos estão sendo aplicados, identificar desperdícios e direcionar esforços para atividades que gerem maior valor estratégico.
A palestra de Robert Naegle trouxe a estrutura conceitual, enquanto SUSE, Getup e Sofist ofereceram exemplos práticos de como essa visão pode ser implementada. Seja pela resiliência em ambientes críticos, pela eficiência em containers ou pela automação inteligente em qualidade de software, todas as iniciativas têm em comum a busca por mais valor com o mesmo ou até com menos investimento.
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