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terça-feira, dezembro 3, 2024
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Ter um Membro Independente no Comitê de Segurança ou Advisor: Uma Alternativa Valiosa para as Empresas

No cenário atual de constantes ameaças cibernéticas, as empresas enfrentam desafios significativos para proteger suas informações e sistemas. Uma abordagem pouco usual ainda, mas que vem ganhando espaço, é a contratação de membros independentes para o comitê de segurança da informação ou até mesmo como advisors para CIOs, CFOs, CROs ou CEOs, especialmente aqueles sem uma equipe robusta de cibersegurança. Este artigo explora os benefícios dessa estratégia e como ela pode ser uma ferramenta valiosa para fortalecer a segurança organizacional.

A Necessidade de Visão Externa

A cibersegurança é uma área em constante evolução, e as ameaças estão se tornando cada vez mais sofisticadas. Ter um membro independente, com foco e especialização em segurança cibernética, pode trazer uma perspectiva externa valiosa. Este profissional pode ajudar a empresa a alinhar suas práticas com as melhores estratégias de mercado, garantindo que a organização esteja sempre um passo à frente dos cibercriminosos.

O Papel do CISO na Indicação de Necessidades

Um CISO maduro e confiante em suas habilidades reconhece que a segurança é uma responsabilidade compartilhada. Ao indicar a necessidade de um especialista externo, o CISO demonstra não só maturidade, mas também um compromisso com a melhoria contínua da postura de segurança da empresa. Essa ação não deve ser vista como uma falta de confiança nas próprias capacidades, mas sim como uma estratégia para fortalecer o que já foi estabelecido.

Benefícios de um Advisor Especializado

  • Visão Atualizada: Um especialista externo traz uma visão atualizada sobre novas ameaças e tecnologias emergentes. Isso é crucial para adaptar rapidamente as estratégias de segurança da empresa.
  • Custo-Benefício: Contratar um membro independente pode ser mais econômico do que manter uma equipe interna completa ou fazer uso de grandes consultorias, especialmente em tempos de escassez de mão de obra qualificada. Um estudo da Gartner sugere que a terceirização de funções críticas de TI pode reduzir custos em até 30%.
  • Foco Estratégico: Com sua experiência, esse profissional pode auxiliar na definição de prioridades e no direcionamento de recursos para áreas críticas. Eles podem ajudar a identificar as lacunas nas defesas atuais e sugerir melhorias práticas que se alinham com os objetivos de negócios.

A Escassez de Mão de Obra Qualificada

A falta de profissionais qualificados é um dos principais gargalos na área de segurança da informação. De acordo com um relatório da (ISC)², estima-se que faltam cerca de 3,4 milhões de profissionais de cibersegurança no mundo. Essa escassez aumenta a demanda por especialistas e, consequentemente, seus custos. Empresas menores ou com orçamentos limitados podem se beneficiar significativamente ao contratar consultores externos que oferecem flexibilidade e expertise sem os custos associados à contratação de funcionários em tempo integral.

Dados e Estatísticas

  • Custo da Mão de Obra: Segundo o relatório de 2022 do Cybersecurity Workforce Study, o salário médio de um profissional de cibersegurança nos Estados Unidos é de aproximadamente $112,000 anuais. Esse valor pode ser proibitivo para muitas empresas, especialmente startups ou pequenos negócios.
  • Aumento da Demanda: O mesmo estudo revelou que a demanda por profissionais de segurança da informação cresceu 350% nos últimos oito anos, destacando a dificuldade de preencher essas vagas com candidatos qualificados.
  • Impacto das Violações: De acordo com o relatório da IBM, o custo médio de uma violação de dados é de $4,24 milhões, valor esse que cresce a cada ano. Ter um advisor externo pode ajudar a mitigar esses riscos com uma fração desse custo.

Implementação Estratégica

Para implementar essa abordagem de forma eficaz, é crucial que as empresas:

  1. Definam Claramente as Expectativas: Estabelecer objetivos claros para o papel do membro independente, garantindo que suas atividades estejam alinhadas com as metas de segurança da empresa.
  2. Escolham o Profissional Certo: Procurar candidatos com um histórico comprovado em segurança cibernética e que sejam ativos na comunidade, pois a troca de informações com pares de outras empresas é algo muito valioso em nosso mercado.
  3. Fomentem a Colaboração: Incentivar a comunicação aberta entre o advisor e a equipe interna, promovendo um ambiente de aprendizado mútuo e inovação.

A contratação de um membro independente para o comitê de segurança da informação é uma estratégia muito promissora que pode trazer inúmeros benefícios para as empresas. Além de oferecer uma visão externa valiosa, essa abordagem pode ser uma solução econômica frente à escassez de mão de obra qualificada. Ao reconhecer a importância de um olhar externo, CISOs e CIOs demonstram não apenas maturidade, mas também um compromisso com a excelência em segurança cibernética.

Esta estratégia pode ser particularmente eficaz em tempos de rápida evolução tecnológica e aumento das ameaças cibernéticas. Empresas que adotam essa abordagem estão melhor posicionadas para proteger seus ativos e garantir a segurança de suas operações no longo prazo. Em um mundo onde a segurança da informação se torna cada vez mais crítica, ter um advisor qualificado pode ser a diferença entre uma defesa eficaz e uma exposição vulnerável.

Além disso, a presença de um especialista externo pode ajudar a construir uma cultura de segurança mais robusta dentro da organização, promovendo práticas de segurança que são integradas ao dia a dia de todos os colaboradores. Com uma abordagem proativa e colaborativa, as empresas podem não apenas se proteger contra ameaças atuais, mas também se preparar para os desafios futuros.

Glauco Sampaio
Glauco Sampaio
Profissional da área de Segurança da Informação, Gestão de Riscos e Prevenção a Fraudes atuando desde 1999 em empresas de grande porte do mercado financeiro nacional (Bancos: Santander, Votorantim e Original, e Cielo) e também em empresa de mídia (iG e Editora Abril). Gestor desde 2005 sendo responsável pela estratégia, operação e gestão de áreas de segurança da informação.
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