O Brasil está prestes a dar um grande passo rumo à ampliação de sua infraestrutura digital. O Ministro das Comunicações, Fred Siqueira, anunciou que o governo federal desenvolverá uma Política Nacional de Cabos Submarinos, com o objetivo de expandir a conectividade no país e atrair novos sistemas de cabos submarinos, principalmente nas regiões Norte e Sul, atualmente desprovidas de pontos de ancoragem. A expectativa é de que a iniciativa seja oficialmente lançada até o final de 2025, após uma série de contribuições e debates com a sociedade, setor privado e especialistas.
A nova política inclui a criação de Zonas de Interesse para Ancoragem (ZIAs) nas regiões ainda não contempladas, permitindo a instalação de novos cabos submarinos em locais estratégicos que, até então, estavam fora do radar das operadoras. Esta medida busca integrar mais o país ao mercado global de telecomunicações e fortalecer a economia digital, tornando o Brasil mais competitivo no cenário internacional.
Incentivos e zonas de interesse para ancoragem (ZIAs)
Atualmente, a maior parte da infraestrutura de cabos submarinos no Brasil está concentrada em cidades litorâneas do Sudeste e Nordeste, como Fortaleza, Rio de Janeiro, Salvador, Santos e Praia Grande, em São Paulo. O projeto visa reverter esse quadro, promovendo a instalação de cabos em pontos até então negligenciados, como as regiões Norte e Sul, onde a conectividade ainda é um desafio.
Com a criação das Zonas de Interesse para Ancoragem (ZIAs), o governo pretende atrair empresas do setor de telecomunicações a investirem em pontos estratégicos em todo o território nacional, ampliando a cobertura e qualidade da conectividade. O ministro Fred Siqueira afirmou que essa expansão da infraestrutura é um passo fundamental para o avanço da economia digital brasileira, além de reduzir as desigualdades regionais no acesso à internet de alta velocidade.
“A política será essencial para o avanço da economia digital no Brasil e para posicionar o país como um protagonista no cenário global das telecomunicações. O presidente Lula me pediu para fortalecer as telecomunicações e combater as desigualdades regionais. Para isso, é necessário ter mais pontos pelo país recebendo os cabos submarinos”, destacou Siqueira.
Tomada de subsídios e participação social
A política será elaborada com base em uma série de contribuições da sociedade e do setor de telecomunicações. Desde a data de ontem, 13 de maio, o Ministério das Comunicações abriu uma tomada de subsídios, na plataforma Participa Mais Brasil, para receber sugestões de cidadãos, empresas e especialistas. O período de consulta pública será de 45 dias.
A participação social é vista como fundamental para o sucesso da política, permitindo que as diferentes partes interessadas influenciem a formulação da estratégia e a definição de prioridades. Entre os temas que estarão em debate estão os incentivos para a instalação de Zonas de Interesse em regiões menos desenvolvidas, além de propostas para fomentar a indústria nacional de componentes e atender a critérios de sustentabilidade no processo de instalação dos cabos.
A conectividade no Brasil: desafios e oportunidades
O Brasil ainda enfrenta desafios em termos de conectividade digital, especialmente em áreas remotas e menos desenvolvidas. Embora o país seja uma das maiores economias da América Latina, a falta de infraestrutura adequada impede que muitas regiões aproveitem plenamente as oportunidades da era digital.
A expansão dos cabos submarinos tem sido apontada como uma das principais soluções para superar essas lacunas. A instalação de novos cabos permitirá maior capacidade de tráfego de dados, aumento da velocidade da internet e maior acesso a serviços essenciais, como educação online, telemedicina e comércio eletrônico.
Com o avanço dessa política, o Brasil poderá não apenas atrair mais investimentos estrangeiros no setor de telecomunicações, mas também aumentar sua competitividade no mercado global. As Zonas de Interesse para Ancoragem (ZIAs) têm o potencial de se tornar um diferencial estratégico, alinhando o país a economias mais desenvolvidas, que já contam com infraestrutura de cabos submarinos moderna e eficiente.
A Relevância de uma Infraestrutura Digital Forte
Além de beneficiar as regiões menos conectadas, a ampliação da infraestrutura de cabos submarinos é fundamental para garantir que o Brasil esteja preparado para as demandas de uma economia digital cada vez mais globalizada. O governo brasileiro, com a colaboração do setor privado e da sociedade, visa não só melhorar a conectividade, mas também impulsionar o desenvolvimento de tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, big data e internet das coisas (IoT), que dependem de uma infraestrutura de rede robusta e eficiente.
A criação de uma política pública voltada para a atração de cabos submarinos também está alinhada com os objetivos do governo de reduzir as desigualdades regionais e promover o crescimento econômico em áreas mais periféricas, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico de todo o país.
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