A cibersegurança tem se tornado um dos temas mais discutidos no cenário empresarial atual, e com razão, com o aumento das ameaças digitais, as empresas, independentemente de seu porte, enfrentam desafios constantes para proteger seus dados e suas operações. O mercado de Managed Service Providers (MSPs), ou Provedores de Serviços Gerenciados, tem crescido consideravelmente, oferecendo soluções personalizadas para negócios de diversos segmentos.
O Surgimento da SafeLabs
A SafeLabs, uma startup 100% brasileira, surgiu com a missão de democratizar o acesso à cibersegurança no Brasil, especialmente focada no mercado médio. Segundo Liert, CEO da SafeLabs, o objetivo principal da empresa é oferecer soluções inovadoras para que empresas de médio porte possam proteger suas operações, sem precisar recorrer a serviços de grandes players internacionais. Essa abordagem é fundamental em um mercado dominado por empresas americanas, onde os custos são muitas vezes dolarizados, dificultando o acesso para negócios menores no Brasil.
A SafeLabs identificou três barreiras principais de entrada no mercado de cibersegurança:
- Alto custo de implementação: Muitas soluções internacionais são dolarizadas, o que inviabiliza para empresas de menor porte.
- Complexidade técnica: A falta de ferramentas de fácil uso dificulta a implementação de soluções eficazes sem equipes técnicas altamente especializadas.
- Falta de soluções locais: A ausência de empresas brasileiras com expertise em cibersegurança cria um vácuo no mercado, deixando muitas empresas sem opções acessíveis e adaptadas à realidade local.
Essas barreiras motivaram a SafeLabs a desenvolver três soluções inovadoras, focadas em diferentes níveis de maturidade de cibersegurança dos clientes.
Mantis: Detecção de Vazamento de Dados
O primeiro pilar da SafeLabs é o Mantis, uma tecnologia criada para detectar vazamentos de dados nas três camadas da internet: Surface, Deep e Dark Web, essas camadas representam diferentes níveis de acessibilidade de informações na internet, sendo a Surface Web a parte visível e acessível a todos, enquanto a Deep Web e a Dark Web contêm informações que não são indexadas por motores de busca e, muitas vezes, estão associadas a atividades ilícitas.
O Mantis foi projetado para detectar vazamentos de credenciais e dados relevantes para as empresas que podem ter sido expostos nessas camadas mais profundas da web. Com base nesses dados, a ferramenta gera um incidente, que é reportado ao MSP (Managed Service Provider), esse parceiro, por sua vez, entra em contato com o cliente final, apresentando os dados encontrados e explicando a importância de implementar medidas de segurança adicionais.
Um dos principais diferenciais dessa solução é a capacidade de tangibilizar o risco para o cliente final, em vez de enxergar a cibersegurança apenas como uma despesa adicional, o cliente passa a perceber a real importância de proteger suas informações. Ao identificar uma senha ou dado relevante vazado na Deep ou Dark Web, a segurança torna-se uma necessidade palpável e urgente.
Monitoramento, Detecção e Resposta
A segunda solução oferecida pela SafeLabs é o Harpia, uma ferramenta de Monitoramento, Detecção e Resposta (MDR), o Harpia foi desenvolvido com o objetivo de facilitar o monitoramento contínuo do ambiente do cliente, permitindo que o MSP detecte e responda a incidentes em tempo real. Essa solução é integrada a um SIEM (Security Information and Event Management), uma tecnologia que coleta, analisa e correlaciona logs e eventos de segurança, permitindo que os MSPs gerem respostas automáticas e proativas a ameaças.
Diferentemente de muitas soluções no mercado, o Harpia foi desenhado para ser de fácil utilização, não exigindo alto nível de conhecimento técnico para operar. Isso permite que os MSPs de menor porte, que muitas vezes não possuem grandes equipes de especialistas, possam monitorar eficientemente o ambiente de seus clientes e responder rapidamente a incidentes.
Um dos principais benefícios do Harpia é a capacidade de transformar o MSP de um parceiro reativo para um parceiro proativo, que detecta possíveis ameaças antes que elas causem prejuízos significativos ao cliente final. O objetivo é garantir que, à medida que o MSP monitora os sistemas de seus clientes, ele possa responder rapidamente e mitigar o impacto de qualquer ataque ou tentativa de invasão.
RAIDSTORM: Testes de Invasão Automatizados
O último pilar da SafeLabs é o RAIDSTORM, uma plataforma inovadora que utiliza inteligência artificial (IA) e machine learning para realizar testes de invasão automatizados. A ideia por trás do RAIDSTORM é simples, mas extremamente eficaz: simular ataques cibernéticos de maneira controlada para verificar se as defesas da empresa estão funcionando conforme o esperado.
Essa tecnologia permite que MSPs e seus clientes testem as vulnerabilidades de seus sistemas sem precisar esperar que um ataque real ocorra. Utilizando uma série de robôs treinados com as táticas e técnicas mais comuns utilizadas por hackers, o RAIDSTORM possibilita que até mesmo engenheiros com pouco conhecimento em ataques cibernéticos possam realizar testes de invasão. Eles podem selecionar diferentes tipos de ataques, apontar para uma empresa específica e executar o teste, validando se o sistema foi capaz de se defender ou não.
Esse processo de validação é importante para garantir que as medidas de segurança implementadas estejam funcionando corretamente. Além disso, ao realizar esses testes de maneira proativa, as empresas podem corrigir falhas antes que os hackers tenham a chance de explorá-las, reduzindo significativamente os riscos de um ataque bem-sucedido.
A Importância da Cibersegurança no Brasil
O mercado brasileiro de cibersegurança ainda está em crescimento, e há uma grande demanda por soluções acessíveis e eficazes, especialmente para empresas de médio porte, essas empresas enfrentam desafios diariamente para proteger suas operações e dados, mas muitas vezes não têm acesso a soluções que sejam ao mesmo tempo eficazes e economicamente viáveis.
Empresas de médio porte no Brasil muitas vezes veem a cibersegurança como uma despesa adicional e, em alguns casos, acreditam que seus negócios não são grandes o suficiente para atrair a atenção de hackers. No entanto, o crescimento de ataques cibernéticos direcionados a pequenas e médias empresas tem provado o contrário. Hackers estão cada vez mais mirando empresas menores, que muitas vezes possuem defesas mais fracas, como uma porta de entrada para ataques em cadeia a outras organizações.
O MSP Summit 2024 e a Importância da Colaboração
Durante o MSP Summit 2024, Liert destacou a importância da colaboração entre empresas no ecossistema de cibersegurança, segundo ele, o evento proporcionou a oportunidade de várias empresas, incluindo pequenas e médias, entenderem como podem trabalhar juntas para enfrentar os desafios de segurança cibernética. Essa colaboração é fundamental para o crescimento do setor no Brasil, especialmente considerando a falta de soluções acessíveis para muitas empresas.
A cibersegurança não é mais uma opção para as empresas, mas uma necessidade fundamental para garantir a continuidade de suas operações e a proteção de seus dados.
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