A expansão dos data centers no Brasil não é apenas um reflexo do avanço tecnológico global, mas uma resposta estratégica à demanda por serviços digitais, armazenamento de dados e infraestrutura robusta para suportar sistemas críticos em tempo real. Com o crescimento exponencial do 5G, da computação em nuvem e da inteligência artificial, o país se posiciona como um dos principais hubs emergentes de infraestrutura digital na América Latina.
O novo contexto digital e o papel dos data centers
Empresas de todos os portes estão se tornando dependentes de ecossistemas digitais confiáveis. Serviços bancários, plataformas de streaming, operações industriais e redes hospitalares necessitam de sistemas altamente disponíveis e com baixa latência. Nesse cenário, a localização e a capacidade dos centros de dados tornam-se fatores críticos para a eficiência operacional.
Com isso, aumentou a procura por soluções de colocation, edge computing e cloud híbrida. O Brasil acompanha esse movimento com investimentos em infraestrutura, expansão de energia limpa e abertura de novos data centers em locais estratégicos como Campinas, Fortaleza e Porto Alegre.
“Estamos vendo notícias quase semanais sobre expansão de data centers no país. Isso mostra que o Brasil é, sim, um celeiro promissor para esse mercado“, destacou Anderson Carvalho durante o podcast Itshow.
Infraestrutura, energia e sustentabilidade
Um dos grandes diferenciais do país é sua matriz energética limpa, composta por fontes renováveis como hidrelétrica, solar e eólica. Essa condição atrai gigantes internacionais que buscam operar com menor pegada de carbono, respeitando as exigências globais de sustentabilidade corporativa.
Entretanto, o desafio logístico ainda é relevante. Não basta dispor de energia é preciso que ela esteja acessível nos pontos onde a demanda cresce. Nesse ponto, iniciativas públicas como o programa ReData, voltado à desoneração de insumos e incentivo fiscal à construção de data centers no Brasil, são fundamentais para estimular novas instalações.
Mão de obra qualificada: o novo desafio do setor
Com a explosão da demanda por serviços digitais, também cresceu a necessidade de profissionais capacitados para projetar, operar e manter estruturas de missão crítica. Especialistas em infraestrutura de TI, engenharia elétrica, climatização, redes e segurança física estão entre os perfis mais procurados.
“Falta gente qualificada no mercado, tanto no Brasil quanto no mundo. E não só de TI, mas que compreenda também infraestrutura física como energia e climatização”, alertou Marcelo Barros durante a gravação do podcast.
Porém, o ritmo da formação não acompanha a velocidade das contratações. Isso abre espaço para formação técnica acelerada e treinamentos in company voltados a equipes multidisciplinares.

Um exemplo comum é o de profissionais de redes que passam a atuar também com cabeamento estruturado, energia e sistemas de detecção de falhas. Quanto maior a versatilidade, maior a empregabilidade em projetos de alto padrão.
Data centers e a segurança cibernética
A preocupação com cibersegurança não é exclusividade de empresas de tecnologia. Com a digitalização de processos em todos os setores, manter os dados protegidos se tornou essencial. Os data centers no Brasil devem atender rigorosos padrões de compliance, com redundância física, criptografia e acesso restrito.
Por isso, profissionais especializados em proteção de infraestrutura, segurança perimetral e gestão de riscos têm se tornado figuras centrais nas equipes de operação.
“Não basta ter um projeto técnico excelente. Se não houver formação adequada, qualquer falha humana pode comprometer tudo”, reforçou Marcelo.
O papel da educação continuada e da multidisciplinaridade
Formar talentos para o ecossistema de data centers é uma tarefa complexa. O mercado exige conhecimentos que vão muito além da TI tradicional: é preciso dominar conceitos de resfriamento, sistemas elétricos, energia de backup, automação predial e gestão de crise.
“O profissional que deseja entrar nessa área precisa entender não apenas de TI, mas também de infraestrutura como um todo“, destacou Anderson.
Modelos de formação corporativa e parcerias com instituições educacionais têm ganhado espaço como forma de reduzir a curva de aprendizagem e alinhar teoria e prática.
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Fortalecimento de polos regionais
Municípios como Barueri, Sumaré, Viana e Maracanaú estão atraindo projetos relevantes. A distribuição territorial evita sobrecarga em grandes centros e amplia o acesso a serviços digitais em todas as regiões.
“Fortaleza, por exemplo, se destaca por ser ponto de conexão submarina internacional. Apesar de não ter clima ideal, oferece alto valor estratégico“, explicou Marcelo.
Para que essa descentralização seja bem-sucedida, é vital garantir conectividade, energia estável e formação local de profissionais.
Tendências para os próximos anos
O avanço das tecnologias baseadas em IA, computação quântica, blockchain e análise preditiva exige data centers com arquitetura flexível, alta escalabilidade e eficiência energética. A automação via sensores, a gestão baseada em dados e o uso de gês verdes para resfriamento são algumas das soluções em pauta.
Já se fala em estruturas autônomas, com operação remota, monitoramento em tempo real e capacidade de auto-recuperação em falhas comuns. Nesse contexto, o Brasil precisa estar pronto não apenas para hospedar essas tecnologias, mas para operá-las com excelência.
O fortalecimento dos data centers no Brasil é um dos pilares da digitalização nacional. Mais do que estruturas físicas, esses ambientes se tornam protagonistas na construção de uma economia mais conectada, segura e inovadora.
Preparar profissionais, investir em infraestrutura, fomentar boas práticas e promover sustentabilidade são passos inadiáveis para garantir que o país não perca o ritmo nessa corrida global.
“O momento é agora. As oportunidades estão se abrindo em todos os cantos, e quem estiver preparado vai se destacar“, concluiu Marcelo no encerramento do podcast.
Empresas, governos e profissionais têm o desafio comum de atuar em sinergia. O momento é oportuno, o terreno é promissor, e as oportunidades estão espalhadas em todo o território.
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