16.2 C
São Paulo
domingo, outubro 6, 2024
InícioColunistasComo as Tecnologias Emergentes Podem Impactar as Eleições Municipais de 2024

Como as Tecnologias Emergentes Podem Impactar as Eleições Municipais de 2024

No próximo dia 06 de outubro, acontecerá o primeiro turno das eleições municipais de 2024. Em um momento de transformação tecnológica e social, surge a questão: como as tecnologias emergentes podem impactar positiva ou negativamente esse setor?

Estima-se que, em 2023, aproximadamente 31% dos países em todo o mundo já utilizavam algum tipo de tecnologia eletrônica em seus processos eleitorais, segundo o International Institute for Democracy and Electoral Assistance (IDEA). Isso demonstra uma tendência crescente de modernização do sistema eleitoral para aumentar a eficiência e a segurança.

O Futuro do Voto: Inovações Tecnológicas nas Eleições Municipais de 2024

As tecnologias emergentes têm o potencial de transformar o processo eleitoral de várias formas. A seguir, alguns exemplos de impactos positivos e negativos:

Impactos Positivos:

Automação e Contagem de Votos:

Sistemas de votação eletrônica e contagem automatizada podem aumentar a velocidade e a precisão da apuração dos votos. Um estudo do Brennan Center for Justice mostrou que a utilização de máquinas de contagem reduz em até 50% o tempo necessário para o fechamento das urnas e a apuração dos resultados.

Blockchain para Transparência:

A implementação do blockchain no processo de votação pode aumentar a transparência e a confiança, garantindo que cada voto seja registrado de forma imutável e auditável. Segundo um relatório da MIT Technology Review, o uso do blockchain em eleições poderia reduzir fraudes eleitorais em até 60%, aumentando a credibilidade do processo.

Inteligência Artificial na Análise de Dados:

A IA pode auxiliar na análise de tendências eleitorais e no comportamento dos eleitores, fornecendo insights para campanhas mais direcionadas e eficientes. Como afirmou Kai-Fu Lee, especialista em IA, “a análise preditiva é o novo motor das campanhas eleitorais, capaz de compreender o eleitor em um nível mais profundo”.

Realidade Aumentada (AR) e Realidade Virtual (VR):

Essas tecnologias podem ser usadas para simulações e treinamentos de profissionais envolvidos no processo eleitoral, como mesários e observadores. Um estudo da Harvard Business Review indicou que a aplicação de VR em treinamentos pode aumentar a retenção de informações em até 75%, em comparação com métodos tradicionais.

Chatbots e Assistentes Virtuais:

Podem ajudar os eleitores a obter informações sobre locais de votação, documentos necessários e esclarecer dúvidas gerais sobre o processo. De acordo com o Gartner, até 2025, 70% das interações eleitorais iniciais serão realizadas por meio de assistentes virtuais e chatbots, agilizando o atendimento ao público.

Segurança:

Algoritmos de IA podem ser utilizados para detectar e prevenir fraudes e ataques cibernéticos, protegendo a integridade das eleições. O Center for Strategic and International Studies (CSIS) estima que os ataques cibernéticos em sistemas eleitorais representam uma ameaça crescente, com um aumento de 20% nos incidentes reportados nos últimos cinco anos.

Impactos Negativos:

Fake News e Desinformação:

O uso inadequado de IA para criar deepfakes e disseminar informações falsas pode influenciar negativamente a opinião pública, prejudicando a transparência do processo eleitoral. Segundo a Universidade de Stanford, o compartilhamento de fake news durante as eleições de 2020 nos EUA teve um aumento de 30% em relação ao ciclo eleitoral anterior.

Ataques Cibernéticos:

A adoção de tecnologias digitais sem a devida segurança pode levar a ataques cibernéticos, que visam manipular resultados ou desestabilizar o processo eleitoral. Um relatório do FBI apontou que houve uma tentativa de invasão em sistemas eleitorais em mais de 18 estados americanos durante as eleições de 2016.

Hacker
Imagem gerada por Inteligência Artificial

Vieses Algorítmicos:

Algoritmos usados para direcionamento de campanhas ou propaganda eleitoral podem apresentar vieses, favorecendo injustamente certos grupos ou candidatos. Um estudo da Carnegie Mellon University mostrou que 60% dos algoritmos utilizados em campanhas apresentaram vieses que poderiam influenciar o resultado de forma não intencional.

Privacidade de Dados:

A coleta de dados dos eleitores para estratégias de marketing pode comprometer a privacidade e ser usada de maneira antiética. De acordo com a Electronic Frontier Foundation (EFF), a falta de regulamentação clara sobre o uso de dados eleitorais é uma das principais preocupações para as eleições digitais.

Manipulação:

Campanhas personalizadas podem explorar vulnerabilidades dos eleitores, levando a decisões menos informadas. Um estudo publicado pela Nature em 2021 revelou que 80% dos eleitores que receberam mensagens personalizadas baseadas em dados de comportamento online sentiram-se manipulados, impactando negativamente sua confiança no processo eleitoral.

Para maximizar os benefícios e mitigar os riscos, é fundamental que o uso de tecnologias emergentes no setor eleitoral seja acompanhado de políticas de governança robustas, legislação adequada e transparência em todas as etapas do processo. Como bem disse Tim Berners-Lee, inventor da World Wide Web, “a tecnologia deve ser uma força para o bem. Mas, sem regulação e controle, pode se tornar uma ferramenta de destruição”. Fazer uso consciente e ético da tecnologia trará benefícios significativos, como maior segurança, transparência e eficiência nas eleições.

Elenice Karina
Elenice Karina
Executiva Sênior de TI Latam | Head de TI | Líder Estratégica| Inovação | Eficiência de custos de TI | Escritora | Palestrante | Mentora| Board Advisor | MCIO
Postagens recomendadas
Outras postagens