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terça-feira, janeiro 21, 2025
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Adeus diplomas! Contrate habilidades, não certificados

A evolução do mercado de trabalho nas últimas décadas nos oferece um cenário intrigante: uma mudança palpável do tradicional foco em diplomas para uma apreciação mais ampla das habilidades práticas e competências comportamentais das pessoas.

Este não é apenas um modismo passageiro, mas uma revolução silenciosa que está redirecionando a forma como recrutamos e desenvolvemos talentos.

O novo normal das competências na era digital

A digitalização e a automação estão reformulando o cenário econômico global. Segundo um relatório da McKinsey & Company, até 2030, cerca de 375 milhões de trabalhadores em todo o mundo precisarão aprender novas habilidades à medida que a automação altera o mundo do trabalho.

Nesse contexto, as empresas tecnológicas, em particular, estão liderando a marcha para uma abordagem de contratação centrada em habilidades. Trata-se de encontrar candidatos que não apenas dominem as ferramentas tecnológicas atuais, mas que também demonstrem uma aptidão para aprender e se adaptar rapidamente às inovações futuras.

Desmistificando o valor dos diplomas

Durante décadas, o diploma universitário foi visto como o principal indicador de sucesso profissional. Contudo, essa perspectiva está se desfazendo à medida que percebemos que muitos graduados não possuem as habilidades práticas necessárias para se destacarem em suas funções.

De acordo com uma pesquisa da IBM, 120 milhões de trabalhadores nas 12 maiores economias do mundo precisarão passar por programas de reciclagem profissional nos próximos anos devido à crescente lacuna entre as qualificações formais e as habilidades práticas necessárias para cada função.

O foco no comportamento: um diferencial estratégico

Por que o comportamento está no centro dessa transformação? Empresas que adotam práticas de contratação baseadas em competências estão descobrindo que habilidades comportamentais, como resiliência, comunicação eficaz e inteligência emocional, são tão cruciais quanto as habilidades técnicas. Estudos da Harvard Business Review indicam que 85% do sucesso no trabalho vem de habilidades interpessoais bem desenvolvidas.

No ambiente de trabalho atual, onde a colaboração e a integração multicultural são a norma, comportamentos inadequados podem minar rapidamente a moral da equipe e a produtividade.

Não é surpresa, então, que um número crescente de empresas relata que as demissões mais comuns estão relacionadas a mau comportamento, e não a incompetências técnicas.

Cultivando habilidades para o futuro

O legal deste novo paradigma é que ele reconhece o valor do potencial humano e prioriza o desenvolvimento contínuo. Quando empresas identificam candidatos com a mentalidade e os valores compatíveis, elas criam estruturas de aprendizado que capacitam esses indivíduos a adquirir as habilidades técnicas necessárias. Em vez de ver o desenvolvimento profissional como um custo, ele é compreendido como um investimento essencial para a longevidade da empresa.

Empresas, de pequenas startups a gigantes, que implementam programas de desenvolvimento personalizados, relatam não apenas uma taxa de retenção mais alta, mas também um aumento na inovação. Isso porque trabalhadores que se sentem apoiados em seu crescimento profissional são mais propensos a contribuir com ideias inovadoras e a assumir riscos calculados.

Uma oportunidade para reinvenção

A mudança para uma contratação baseada em habilidades não é apenas uma tendência, mas uma necessidade estratégica. Ela está redefinindo o que significa ser empregável em indústrias em rápida evolução e proporcionando uma oportunidade para repensar como valorizamos o potencial humano. Para os líderes corporativos, isso significa cultivar uma cultura de aprendizado contínuo e respeito pelas qualidades intangíveis que os indivíduos trazem para o ambiente de trabalho.

Seria ideal nos comprometer a não apenas seguir essa direção, mas também a liderar a conversa sobre como podemos criar um mercado de trabalho mais inclusivo e resiliente para as gerações futuras.

É hora de reconhecer que o verdadeiro valor de um profissional reside não apenas no que ele sabe hoje, mas em sua capacidade de aprender e se adaptar ao que o futuro está propondo.

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Renata Tedesco
Renata Tedesco
Headhunter e fundadora da Huntz Startup Recruiting Experts. Empreendedora e pesquisadora na Tinna - uma IA que cria comunidades para recrutamento em tempo real.
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