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domingo, março 23, 2025
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Redes gerenciadas de fibra óptica: preenchendo a lacuna de Conectividade

O crescimento exponencial de dados provenientes de serviços em nuvem tem levado os hiperescaladores a investir massivamente em infraestruturas de cabos submarinos. A Meta, por exemplo, anunciou recentemente um projeto de US$ 10 bilhões para construir um cabo submarino privado ao redor do mundo. Contudo, conectar esses sistemas submarinos a data centers terrestres permanece um desafio significativo.​

Desafios na conexão submarina-terrestre

Para mitigar riscos como danos acidentais causados por embarcações, os hiperescaladores estão diversificando rotas submarinas e escolhendo estações de aterrissagem alternativas, aumentando a resiliência de suas redes. Além disso, a expansão de data centers para áreas rurais visa contornar os altos custos imobiliários e limitações energéticas das grandes cidades. Entretanto, essa estratégia exige conectividade terrestre dedicada e de alto desempenho para interligar cabos submarinos e data centers.​

No Brasil, a construção de redes terrestres enfrenta obstáculos como a necessidade de aprovações regulatórias em múltiplas jurisdições e negociações com proprietários privados, tornando o processo complexo e oneroso. Em regiões como a África e a Ásia, regulamentações rigorosas frequentemente impedem que os hiperescaladores construam ou operem redes terrestres.​

MOFN: uma solução colaborativa

As empresas de telecomunicações brasileiras, com vasta experiência em infraestrutura terrestre e navegação em cenários regulatórios complexos, posicionam-se como parceiras essenciais para os hiperescaladores. O modelo de Redes Gerenciadas de Fibra Óptica (MOFN) surge como uma solução colaborativa, onde hiperescaladores se associam a empresas de telecomunicações para obter conectividade dedicada e de alto desempenho em regiões onde não podem ou não desejam operar suas próprias redes terrestres.​

Empresas como a V.tal, maior operadora de rede neutra do Brasil, com infraestrutura de mais de 426 mil quilômetros de fibra óptica terrestre que interconectam 2.380 municípios no Brasil e 26 países , e a Eletronet, que opera uma rede nacional de fibra óptica com mais de 17 mil km em 18 estados do Brasil, integrada às redes de transmissão de energia elétrica, possuem extensos ativos de fibra terrestre, incluindo fibra escura, que podem ser ativados para novas conexões. Essas empresas estão aptas a atender às demandas dos hiperescaladores, fornecendo soluções de largura de banda de alto desempenho.​

Redes inteligentes como vantagem competitiva

Em um acordo MOFN, os hiperescaladores exigem redes altamente eficientes e adaptáveis. Isso incentiva as empresas de telecomunicações a implementar tecnologias avançadas, como sistemas de linha reconfiguráveis (RLS), que oferecem programabilidade, capacidade e escalabilidade, além de reduzir a pegada de carbono da rede. Ferramentas inteligentes orientadas por inteligência artificial (IA) tornam-se essenciais para otimizar o gerenciamento de rede, permitindo melhorias no desempenho, previsão e resolução de problemas e gestão de redes complexas.​

O papel dos fornecedores de tecnologia

Fornecedores de tecnologia atuam como facilitadores, alinhando os objetivos dos hiperescaladores com as ofertas das empresas de telecomunicações. Ao fornecer soluções escaláveis que atendem às demandas atuais e futuras, esses fornecedores minimizam riscos e aceleram a inovação. Essa colaboração resulta em benefícios mútuos, com hiperescaladores impulsionando necessidades de desempenho e expansão, empresas de telecomunicações apresentando recursos de infraestrutura e fornecedores posicionando as tecnologias adequadas.​

Uma oportunidade de ouro para as telecomunicações brasileiras

O mercado de nuvem em hiperescala está projetado para crescer de US$ 231,12 bilhões em 2023 para US$ 2.185,39 bilhões em 2030, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 37,8% . Diante dessa demanda crescente por conectividade global, as empresas de telecomunicações brasileiras têm a oportunidade de redefinir seu papel no ecossistema digital. Ao adotar o modelo MOFN, essas empresas podem monetizar ativos existentes, investir em redes preparadas para o futuro e estabelecer parcerias duradouras com líderes globais de tecnologia.​

Para os hiperescaladores, essa colaboração permite adquirir rapidamente a conectividade necessária, tanto terrestre quanto submarina, para expandir seus serviços em nuvem para mais clientes, aumentando os fluxos de receita. Essa aliança estratégica está moldando o futuro da conectividade global, beneficiando todos os envolvidos.​

As Redes Gerenciadas de Fibra Óptica representam uma solução eficaz para os desafios de conectividade enfrentados pelos hiperescaladores. Através de parcerias estratégicas com empresas de telecomunicações brasileiras, é possível criar uma infraestrutura robusta e resiliente, capaz de suportar o crescimento contínuo dos serviços em nuvem e atender às demandas de um mercado em constante evolução.

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