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quarta-feira, março 12, 2025
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IA Generativa transforma setor jurídico brasileiro: 55,1% dos profissionais já adotam a tecnologia

A Inteligência Artificial (IA) Generativa já está profundamente integrada à rotina dos profissionais do Direito no Brasil. Um estudo inédito conduzido pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo (OAB SP), Trybe, Jusbrasil e o Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio (ITS Rio) revelou que 55,1% dos respondentes já utilizam essa tecnologia para automatizar processos, otimizar a pesquisa jurídica e redigir documentos.

A pesquisa, que contou com mais de 1.500 participantes, oferece um panorama detalhado sobre como a IA Generativa está impactando o setor, destacando tanto os benefícios quanto os desafios dessa transformação digital acelerada.

Uso da IA no Direito: do entusiasmo à preocupação

O levantamento mostrou que, entre os profissionais que adotaram a IA Generativa, 78% fazem uso frequente da tecnologia, ao menos uma vez por semana. As principais aplicações incluem a análise e resumo de documentos, elaboração de peças jurídicas e pesquisas de doutrina e jurisprudência. Ferramentas como ChatGPT (89%), Jusbrasil (62%) e Gemini (46%) lideram a preferência dos usuários.

Por outro lado, uma parcela significativa do setor ainda apresenta resistência à tecnologia. Entre os céticos, 69% acreditam que a IA pode comprometer a qualidade do trabalho jurídico, enquanto 54% estão preocupados com vieses nas decisões automatizadas. Outros 45% temem impactos éticos, especialmente no que diz respeito à automação de decisões complexas.

Advogados autônomos e setor privado lideram adoção

A pesquisa também revelou que a adoção da IA varia conforme o perfil profissional. Entre os advogados autônomos, 50% fazem uso regular da tecnologia. O número sobe para 62% entre advogados que atuam em escritórios ou empresas privadas e alcança 63% entre operadores do Direito no setor público.

Outro fator determinante na adoção da IA é o ambiente organizacional. Cerca de 65% dos profissionais que utilizam frequentemente a tecnologia trabalham em instituições que incentivam seu uso. Em contrapartida, 67% dos profissionais que ainda não aderiram estão em organizações que não promovem a adoção da IA Generativa.

Curiosamente, a pesquisa apontou que a iniciativa de incorporar IA nas rotinas jurídicas parte majoritariamente dos próprios profissionais, e não das lideranças. Apenas 16% dos usuários frequentes relataram que o incentivo veio de suas chefias, percentual que cai para 6% entre aqueles que não aderiram e 11% entre os que usam a tecnologia ocasionalmente.

Desafios e preocupações: ética e supervisão humana

Apesar dos avanços, a adoção da IA Generativa no setor jurídico ainda enfrenta desafios significativos. A falta de supervisão humana adequada é apontada como uma preocupação por 44% dos usuários frequentes e 42% daqueles que fazem uso ocasional. A dependência excessiva da IA sem validação humana também é um ponto sensível, mencionado por 39% dos que ainda não aderiram e por 40% dos que utilizam a tecnologia com pouca frequência.

As questões éticas também ganham destaque. Mais de 44% dos usuários frequentes reconhecem que vieses e subjetividade nos algoritmos são desafios críticos. Esse receio também é compartilhado por 38% dos que ainda não utilizam IA Generativa e por 44% daqueles que fazem uso limitado da tecnologia.

Crescimento inevitável e necessidade de capacitação

Independentemente das preocupações, o setor jurídico parece caminhar para uma adoção ainda maior da IA Generativa. Segundo o estudo, 93% dos entrevistados acreditam que o uso dessa tecnologia vai aumentar nos próximos 12 meses. Esse movimento reforça a necessidade de capacitação contínua para que advogados e operadores do Direito possam aproveitar as vantagens da IA sem comprometer a qualidade e ética dos serviços jurídicos.

Embora a pesquisa não seja estatisticamente representativa de todo o setor, ela oferece insights valiosos sobre os rumos da Inteligência Artificial Generativa no Direito brasileiro. Para escritórios de advocacia, departamentos jurídicos e instituições públicas, a mensagem é clara: adaptar-se à revolução tecnológica não é uma opção, mas uma necessidade estratégica.

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