No cenário atual da transformação digital, a Inteligência Artificial (IA) tem se destacado como uma das ferramentas mais importantes para a competitividade empresarial. No entanto, o sucesso de sua implementação depende de vários fatores, como a atualização tecnológica, a governança de dados e a estratégia de negócios. Recentemente, tivemos a oportunidade de entrevistar Joyce Seiler, Head de TI no Hospital Sírio-Libanês, sobre como a inteligência artificial está sendo implantada nas grandes corporações e os desafios enfrentados por essas empresas.
O Papel da Inteligência Artificial nas Empresas
De acordo com Joyce, a inteligência artificial não deve ser vista apenas como uma ferramenta de inovação, mas como parte integrante do planejamento estratégico da empresa. Ela enfatizou que “fazer IA por fazer” não é eficaz e que o verdadeiro diferencial competitivo ocorre quando as empresas integram a inteligência artificial de forma coesa aos seus objetivos estratégicos.
“A IA tem sido usada para melhorar processos, aumentar a eficiência e otimizar recursos”, explica Joyce. “Mas o grande diferencial vem quando isso é associado ao planejamento estratégico da empresa, permitindo que os resultados sejam metificados e mensuráveis.“
Jornada de Maturidade
A jornada de maturidade é essencial para escalar a inteligência artificial dentro de uma organização, e isso exige muito mais do que apenas a implementação de projetos piloto (POCs) ou Produtos Mínimos Viáveis (MVPs). Segundo Joyce, o verdadeiro desafio está na transformação desses experimentos em soluções escaláveis e produtivas que tragam resultados reais para o negócio.
Ela acrescenta que a maturidade de uma empresa em dados é um pré-requisito fundamental para o sucesso da inteligência artificial : “Antes de falar de inteligência artificial, você precisa garantir o uso consciente e governado de dados. Se os dados não são seguros e aderentes às regulamentações como a LGPD, escalar IA se torna ainda mais complexa.”
Boas Práticas para Iniciar com Inteligência Artificial
Joyce recomenda que as empresas que estão no início de sua jornada com inteligência artificial comecem pelo básico: o uso adequado e seguro dos dados. “A governança de dados é fundamental. A tecnologia não é dona dos dados; a responsabilidade deve ser compartilhada com as áreas de negócios, que devem estar envolvidas profundamente nesse processo“, explica. Ela destaca que a integração de todas as áreas da empresa no processo de governança é essencial para garantir a qualidade dos dados utilizados nos algoritmos de inteligência artificial.
Além disso, Joyce enfatiza a importância de remover visões durante o treinamento de algoritmos e garantir que a inteligência artificial seja utilizada de maneira ética e transparente, minimizando possíveis impactos negativos.
Medindo o Sucesso da Implementação de IA
Quando o assunto é mensurar o sucesso de uma implementação de inteligência artificial, Joyce reforça que o uso da tecnologia, por si só, não garante resultados. A chave está em associar a inteligência artificial às metas de negócio da empresa. “Você pode ter uma IA que reduza o tempo de um processo de três horas para 30 minutos, mas se isso não melhorar a satisfação do cliente ou os resultados financeiros, não pode ser considerado um sucesso”, destaca.
Ela sugere que as empresas criem análises que integrem a eficiência operacional com indicadores de negócio, como o NPS (Net Promoter Score), para avaliar o impacto da inteligência artificial de forma holística.
Desafios Culturais na Adoção de Inteligência Artificial
A adoção de inteligência artificial também traz desafios culturais. Muitas vezes, áreas operacionais resistem à tecnologia por temerem perder espaço ou relevância. Para Joyce, a conscientização e a mudança cultural são elementos essenciais para garantir o sucesso da inteligência artificial dentro das empresas.
“A sociedade já está mudando com o uso da IA, mesmo sem saber disso. Usamos IA no nosso dia a dia, como no Waze, e as empresas precisam educar seus colaboradores sobre como a IA pode beneficiar tanto a organização quanto os próprios trabalhadores” , afirma. Empresas que integram programas de educação corporativa com foco na conscientização sobre IA tendem a ter uma transição mais suave e eficiente.
IA como Ferramenta para Melhorar a Sociedade
Ao final da entrevista, Joyce fez uma reflexão importante sobre o papel da inteligência artificial não apenas no ambiente corporativo, mas também na sociedade como um todo. “A IA tem um enorme potencial para otimizar lucros, mas também para melhorar a qualidade de vida das populações vulneráveis. Precisamos equilibrar esses dois objetivos e usar a tecnologia de maneira consciente e inclusiva”, concluiu.
A entrevista com Joyce Seiler trouxe insights valiosos sobre a implementação e o impacto da inteligência artificial nas grandes corporações. A atualização tecnológica, a governança de dados e a integração com a estratégia de negócios são fatores críticos para o sucesso. Além disso, o uso consciente e ético da IA pode transformar não apenas empresas, mas também melhorar a sociedade como um todo.
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