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segunda-feira, julho 14, 2025
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Liderança em Tecnologia no Brasil

A liderança em tecnologia no Brasil está inserida em um contexto multifacetado que exige dos gestores uma capacidade ampliada de atuação. Não basta garantir a operação estável dos sistemas corporativos; é preciso ser protagonista da transformação digital, influenciador estratégico e gestor de pessoas.

Segundo dados da Jornada CIO, pesquisa que apresenta o perfil e os desafios dos líderes de TI brasileiros, a maior parte dos executivos de tecnologia está na faixa dos 41 aos 50 anos, indicando uma maturidade profissional que convive com uma rápida evolução tecnológica e novos paradigmas organizacionais.

Esse perfil evidencia uma geração que precisou migrar da TI tradicional para uma visão muito mais integrada ao negócio, com responsabilidade direta na geração de valor e na inovação contínua. Portanto, a liderança em tecnologia deve navegar entre a manutenção das operações essenciais e a introdução de tecnologias disruptivas, um equilíbrio delicado e crítico.

Pressão por Inovação: O Dilema do CIO Entre Urgência e Fundamentos

A inovação tecnológica tornou-se uma exigência estratégica para as organizações. Entretanto, a liderança em tecnologia enfrenta a complexa tarefa de inovar dentro de estruturas muitas vezes frágeis.

Na pesquisa Jornada CIO, foi constatado que: “36% dos CIOs sentem a necessidade de implementar inovações disruptivas mesmo quando o básico ainda não está estruturado, um aumento significativo em relação a 21% registrados anteriormente.” (Ricardo Stucchi)

Essa constatação revela o paradoxo enfrentado: a velocidade do mercado e as expectativas por inovação pressionam os líderes a avançar, mesmo diante da necessidade premente de consolidar infraestrutura, processos e governança.

A pressão para inovar sem uma base sólida pode levar a múltiplos riscos — desde falhas operacionais e custos excessivos até perda de confiança interna e externa. A liderança em tecnologia, portanto, precisa exercer papel crítico na avaliação do timing e do escopo de cada projeto, garantindo alinhamento com as metas de negócio e a capacidade operacional da empresa.

Vanessa Oliveira destaca que: “Inovação deve ser um meio para solucionar dores reais da empresa, gerar valor e não um fim em si mesma.” Essa orientação reforça a necessidade da liderança em tecnologia atuar com foco estratégico, priorizando projetos com impacto mensurável e capacidade de entrega sustentável.

Maturidade Digital e Inteligência Artificial

A inteligência artificial (IA) representa uma revolução tecnológica, porém seu sucesso depende fortemente do nível de maturidade digital da organização.

Ricardo Stucchi alerta que: “A existência de dados isolados, como planilhas e arquivos diversos, não é suficiente. É necessário dispor de dados estruturados, consistentes e com governança rigorosa para alimentar modelos de IA eficazes.”

Sem essa base, os projetos de IA tendem a produzir resultados erráticos, com consequências que vão desde decisões equivocadas até impactos negativos na reputação da empresa.

A maturidade digital envolve processos robustos para coleta, limpeza, armazenamento, governança e análise de dados, além da capacidade de integrar sistemas legados com novas tecnologias.

No caso da TecBan, Vanessa Oliveira exemplifica: “Há mais de cinco anos usamos machine learning para prever as necessidades de numerário de nossos ATMs, gerando ganhos significativos em eficiência logística e redução de custos operacionais.”

Essa aplicação prática é um case emblemático da importância da maturidade digital. Contudo, Vanessa salienta que a implantação deve ser coordenada: “Criamos um grupo multidisciplinar que envolve TI, RH e outras áreas para gerir a adoção de IA, minimizando riscos e promovendo a aceitação das equipes.” Essa abordagem interdisciplinar é essencial para que a liderança em tecnologia consiga viabilizar projetos complexos, garantindo sustentabilidade e alinhamento estratégico.

Governança de Dados e Segurança: Fundamentos para a Confiança Tecnológica

A governança de dados e a segurança da informação são fundamentos indispensáveis para a liderança em tecnologia, principalmente diante do crescimento exponencial da digitalização e da adoção da IA.

Ricardo Stucchi destaca: “Questões de confidencialidade, integridade e escalabilidade de soluções de IA devem ser priorizadas, pois impactam diretamente na confiança dos usuários e no compliance regulatório.”

Sem uma governança adequada, os dados podem ser comprometidos, causando riscos legais, financeiros e reputacionais que podem ser fatais para as organizações. Além disso, a implementação dessas políticas exige a construção de uma cultura organizacional que valorize a segurança, o que demanda esforços contínuos de treinamento, conscientização e monitoramento.

Gestão do Trabalho Híbrido: Desafios para a Liderança em Tecnologia

A consolidação do modelo híbrido impõe desafios inéditos para a liderança em tecnologia, que precisa garantir produtividade e engajamento em contextos remotos e presenciais mistos.

Alexandre Bianco comenta: “Empoderar as equipes, concedendo autonomia e corresponsabilidade, é uma estratégia eficaz para manter o engajamento e a eficiência em ambientes híbridos.”

Essa estratégia requer, contudo, uma gestão atenta e humanizada, que valorize a comunicação clara e o acompanhamento individualizado. Ricardo Stucchi reforça: “O líder deve estar atento aos sinais de sobrecarga emocional e mental, ajudando a equipe a reconhecer quando a performance está abaixo do potencial por cansaço ou ansiedade.”

Vanessa Oliveira detalha as práticas adotadas na TecBan para cuidar do bem-estar: “Adotamos reuniões curtas, horários flexíveis e pausas estratégicas que contribuem para o equilíbrio entre produtividade e saúde mental.”

Essas ações são essenciais para prevenir burnout, melhorar a qualidade de vida e assegurar que a liderança em tecnologia conduza equipes resilientes e motivadas.

Cultura Organizacional: O Alicerce para Retenção e Alta Performance

A cultura organizacional é uma das variáveis mais decisivas para o sucesso da liderança em tecnologia, impactando diretamente na atração e retenção de talentos, na motivação das equipes e na capacidade de inovação da empresa.

Dados recentes da pesquisa Jornada CIO indicam que: “48% dos gestores de TI consideram a cultura da empresa o principal fator para aceitar ou recusar uma proposta de trabalho, enquanto 60% apontam o clima organizacional hostil como motivo para deixar uma empresa, um aumento expressivo frente a 47% de períodos anteriores.” (Ricardo Stucchi)

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Esses números demonstram que a qualidade do ambiente de trabalho já é mais valorizada que fatores tradicionais, como salário e cargo, especialmente em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico.

A liderança em tecnologia deve fomentar uma cultura que promova inclusão, diálogo aberto, reconhecimento e equilíbrio entre resultados e qualidade de vida. Alexandre Bianco reforça:

“Cuidar do ambiente e cultivar a corresponsabilidade nas equipes são práticas fundamentais para evitar burnout e garantir a sustentabilidade do desempenho.” Além disso, a coexistência de múltiplas gerações na equipe — de millennials a profissionais mais experientes — exige uma liderança que compreenda e respeite diferentes valores e expectativas, criando um ambiente que satisfaça a diversidade de perfis.

Mentoria e Capacitação: Desenvolvendo Lideranças Sustentáveis

Para que a liderança em tecnologia se perpetue e evolua, é essencial investir em mentoria e capacitação contínua, preparando profissionais para lidar com os desafios técnicos e humanos do setor.

Ricardo Stucchi compartilha sua experiência com jovens consultores: “O equilíbrio entre momentos de alta demanda e fases de recuperação é fundamental para a longevidade na carreira e para evitar o desgaste precoce.”

Esse equilíbrio não deve ser responsabilidade apenas do profissional, mas sim uma cultura incentivada e apoiada pela liderança.

Vanessa Oliveira destaca ainda a importância da rede de apoio, especialmente para grupos sub-representados como as mulheres na tecnologia: “Contar com uma rede de pessoas que enfrentam desafios similares gera empatia, apoio e oportunidades de crescimento.”

O Instituto Internacional de Análise de Negócios (IIBA Brasil), presidido por Ricardo, oferece ferramentas essenciais para que os profissionais desenvolvam competências de análise de negócios e comunicação, habilidades críticas para alinhar tecnologia e estratégia empresarial.

Estratégia, Humanização e Inovação

A partir dos temas abordados, é possível vislumbrar que a liderança em tecnologia no Brasil precisa caminhar para um modelo integrado, que contemple:

  • Visão Estratégica: Priorizando projetos que alinhem inovação à geração de valor e consolidando bases tecnológicas sólidas antes de expandir para novas soluções.
  • Maturidade Digital: Investindo em governança de dados e estruturação para viabilizar o uso seguro e eficiente de inteligência artificial.
  • Cultura Organizacional Forte: Construindo ambientes saudáveis, inclusivos e motivadores para reter talentos e aumentar a produtividade.
  • Gestão Humanizada: Implementando práticas que promovam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, cuidado com a saúde mental e empoderamento das equipes.
  • Capacitação Contínua: Ampliando programas de mentoria, desenvolvimento técnico e de soft skills para preparar as futuras gerações de líderes.

Essa combinação permitirá que a liderança em tecnologia exerça um papel decisivo na transformação digital das organizações brasileiras, conduzindo-as a patamares elevados de competitividade e sustentabilidade.

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Natália Oliveira
Natália Oliveirahttps://www.itshow.com.br
Jornalista | Analista de SEO | Criadora de Conteúdo
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