Rodrigo Franco de Godoi foi reconhecido na lista dos 100 Tech Informers do Itshow, um reconhecimento que reflete sua trajetória sólida e sua liderança na cibersegurança consolidada ao longo de anos de atuação em empresas como Serasa Experian, Santander e Riachuelo.
Em entrevista, Rodrigo apresentou sua experiência na implementação de estratégias avançadas de segurança digital, abordando desafios como a crescente sofisticação dos ataques cibernéticos, a necessidade de integração da segurança aos negócios e o papel da Inteligência Artificial na prevenção de ameaças. Seu trabalho tem sido fundamental para transformar a segurança da informação no setor varejista.
A Jornada de Rodrigo Franco de Godoi na Cibersegurança
Rodrigo iniciou sua trajetória profissional na área de gestão de acessos, onde pôde compreender os fundamentos da proteção de dados e infraestrutura digital. Com o tempo, assumiu posições estratégicas, passando de analista sênior para a liderança de equipes e, posteriormente, para a gestão de segurança da informação em grandes empresas.
Rodrigo enfatiza que a segurança não deve ser apenas um departamento reativo, mas uma área consultiva e estratégica , integrando proteção digital aos processos empresariais sem comprometer a experiência do usuário.
“A segurança passou a ser vista como uma área burocrática e precisamos nos transformar. Pararmos de praticar o ‘by the book’ e passar a entender como a segurança pode ajudar as áreas de negócio.“
O Impacto da Pandemia e a Aceleração Digital
A pandemia de 2020 impôs uma digitalização restrita para empresas de todos os setores. Embora as instituições financeiras já possuíssem uma estrutura robusta para operações remotas, o varejo teve que se adaptar rapidamente.
Rodrigo foi peça fundamental na implementação de estratégias para proteção de acessos remotos, reforço na segurança de endpoints e treinamento aprimorado de equipes. Contudo, o desafio pós-pandemia foi equilibrar investimentos e custos:
“Na pandemia, conseguimos investir muito dinheiro no digital, só que isso ficou muito caro. Depois, as empresas tiveram questões financeiras, e precisaram reduzir custos e rever tecnologias adquiridas às pressas.”
Conscientização e Cultura de Segurança
Dados indicam que 75% dos ataques cibernéticos começam com phishing, um dos métodos mais comuns de engenharia social. Para combater essa ameaça, Rodrigo implementou campanhas inovadoras de conscientização, incluindo treinamentos dinâmicos e abordagens lúdicas.
Um dos exemplos de sucesso foi a ação “Sorvete de Phishing” , que usava uma metáfora visual para demonstrar os riscos das ameaças digitais:
“Tínhamos um carrinho de sorvete com sabores diferentes do que foi descrito. Isso gerou um impacto nos colaboradores, pois percebemos que confiamos apenas no que se vê pode ser um erro.“
Além disso, a gamificação tem sido uma estratégia cada vez mais utilizada:
“Temos investido em gamificação, fazendo palestras seguidas de quizzes e premiações. Isso envolve mais os colaboradores e reduz a fadiga dos métodos tradicionais.“
O Papel da Inteligência Artificial na Cibersegurança
Com a evolução dos ataques cibernéticos, as soluções tradicionais de defesa já não são suficientes. A Inteligência Artificial (IA) tem sido um dos principais focos de investimento em segurança da informação, permitindo a detecção de ameaças e a antecipação de incidentes .
“Todas as tecnologias que utilizamos hoje já possuem inteligência artificial embarcada. O desafio está em integrar a forma eficiente e a melhoria de processos.“
No Varejo, a IA está sendo aplicada para:
- Monitoramento contínuo de eventos de segurança;
- Detecção de padrões anômalos em tempo real;
- Redução do tempo de resposta a incidentes.
Proteção de Dados
Com o aumento da complexidade dos ataques e a crescente dependência digital, a resiliência cibernética tornou-se estratégico para empresas de todos os segmentos. Além disso, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) trouxe um novo nível de exigência na proteção da informação.
Rodrigo explica a importância da maturidade nos processos:
“Quanto maior for a maturidade dos processos de conscientização, melhor será a postura da empresa contra ameaças digitais. Pessoas são o mais importante, e precisam ser treinadas constantemente.“
No varejo algumas das principais iniciativas incluem:
- Monitoramento contínuo da cadeia de fornecedores;
- Auditorias de conformidade com a LGPD;
- Treinamentos regulares para colaboradores e parceiros comerciais .
Com a ascensão da Inteligência Artificial, a necessidade de maior resiliência cibernética e a evolução das regulamentações de proteção de dados, a segurança digital continuará sendo um fator importante para o sucesso das empresas nos próximos anos.
“Empresas que adotam uma postura robusta em cibersegurança não apenas protegem seus dados, mas ganham vantagem competitiva no mercado.”
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