Com ciberameaças se tornando cada vez mais frequentes, sofisticadas e rápidas, a forma como as empresas testam suas defesas precisa evoluir. A abordagem tradicional de teste de penetração, baseada em avaliações esporádicas e escopos fechados, não é mais suficiente para proteger ambientes digitais que mudam diariamente. Enquanto os testes estáticos oferecem uma fotografia pontual, os invasores operam como se estivessem assistindo a uma transmissão ao vivo das vulnerabilidades.
Nesse cenário, surge o modelo de teste de penetração Contínuo (CPT) como uma solução que se alinha à realidade da cibersegurança moderna: ofensiva, persistente e inteligente. Empresas que adotam esse modelo ganham vantagem ao simular constantemente as estratégias dos atacantes, com testes que combinam automação e expertise humana, emitindo alertas em tempo real e apoiando correções dinâmicas.
Modelos de pentest em comparação: do legado ao contínuo
1. Testes de penetração pontuais (tradicionais)
- Pontos fortes: profundidade técnica, conformidade regulatória
- Limitações: baixa frequência, resultados rapidamente obsoletos
- Custo: investimento único, mas sem atualização constante
Esses testes agendados, geralmente anuais, oferecem um retrato do ambiente no momento da execução. Mas à medida que sistemas evoluem, as descobertas perdem relevância.
2. PTaaS (pentest as a service)
- Pontos fortes: entrega rápida, gestão via plataforma
- Limitações: ainda reativo, com escopos fixos
- Custo: assinatura mensal ou anual com variação por recurso
PTaaS melhora a experiência e acessibilidade dos testes, mas ainda está preso à lógica dos testes agendados.
3. Bug Bounty (Recompensas por bugs)
- Pontos fortes: criatividade de atacantes independentes
- Limitações: cobertura desigual, alto ruído e pouca contextualização
- Custo: difícil previsão orçamentária, exige time interno
Embora eficazes para encontrar vulnerabilidades críticas, os programas de bug bounty são mais complementares do que substitutos aos testes estruturados.
4. Testes de segurança automatizados
- Pontos fortes: alta velocidade e escalabilidade
- Limitações: muitos falsos positivos, falta de análise humana
- Custo: baixo, mas retorno limitado sem validação por especialistas
Essas ferramentas (como SAST e DAST) são essenciais em pipelines de DevSecOps, mas carecem de contexto e interpretação avançada.
5. CPT (teste de penetração contínuo)
- Pontos fortes: simulações realistas, cobertura permanente, suporte para correção
- Limitações: exige maturidade interna e investimento contínuo
- Custo: mais alto, mas proporcional à proteção e agilidade proporcionadas
O CPT simula ameaças reais todos os dias. Ele é híbrido: automatizado e humano, ativo 24/7, adaptável à superfície de ataque em constante mudança.
Por que o CPT está vencendo
O tempo entre a divulgação de uma vulnerabilidade e sua exploração é de, em média, 5 dias. Testes anuais levam de 15 a 30 dias para serem realizados, deixando lacunas perigosas.
O CPT elimina essas janelas de oportunidade ao manter uma vigilância ativa. Além disso, ele viabiliza a implementação do CTEM (Continuous Threat Exposure Management), abordagem de segurança em cinco etapas (escopo, descoberta, priorização, validação e resposta).

Mais do que uma ferramenta, o CPT representa uma mudança de mentalidade: da reatividade para a proatividade.
Caso real: do modelo anual para a proteção contínua
Uma instituição de saúde nos EUA decidiu abandonar o modelo anual de pentest e adotou o CPT. Com uma equipe enxuta, passou a identificar e corrigir riscos em tempo real, fortalecendo a proteção de dados sensíveis e mantendo a conformidade regulatória.
O resultado foi mais agilidade, maior controle e uma postura de segurança centrada no risco e na resiliência.
Pentest não é mais um evento, é um processo
O CPT desponta como a evolução natural para ambientes que exigem segurança adaptável, visibilidade constante e capacidade de resposta rápida. Em vez de enxergar a segurança como uma lista de conformidade, empresas proativas a tratam como uma jornada viva.
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