Na sexta matéria da série “Por dentro da RSAC”, nosso colunista Allex Amorim nos leva aos bastidores de uma sessão intrigante da RSA Conference. O foco é uma jornada de desafios e colaborações improváveis entre equipes de segurança cibernética e engenharia de uma startup de SaaS, na sua busca pela conformidade com os padrões do NIST.
NIST: O Desafio da Conformidade
No mundo das startups, onde os recursos são limitados e cada minuto conta, alinhar as equipes de segurança cibernética e engenharia para cumprir os rigorosos controles do NIST pode parecer uma batalha campal. Josephine Cobble, especialista em cibersegurança, e Jason Luce, diretor de tecnologia da Paperless Parts, compartilharam a complexidade de traduzir os requisitos de conformidade e segurança em ações de engenharia práticas.
A sessão começou com a explanação dos obstáculos iniciais enfrentados pelas equipes. Cada equipe com suas linguagens e expectativas próprias, o que muitas vezes resultava em conflitos e mal-entendidos. A complexidade não residia apenas em estabelecer o que era necessário para a conformidade com o NIST, mas também como cada função poderia contribuir eficazmente sem estorvar a outra.
À medida que a apresentação se desenrolava, ficava claro que a chave para a trégua entre as equipes envolvia um entendimento profundo das responsabilidades de cada um. Não se tratava apenas de definir processos, mas de adaptar a comunicação e as expectativas para que ambos os lados pudessem contribuir para um objetivo comum sem perder de vista suas metas individuais.
A colaboração efetiva veio com a adoção de uma linguagem comum e a implementação de sessões regulares de alinhamento, onde ambas as equipes revisavam os controles de segurança propostos do NIST e discutiam sua implementação prática. Essa abordagem não só melhorou a relação entre as equipes, mas também acelerou o processo de conformidade.
A necessidade de colaboração tornou-se ainda mais evidente quando os projetos começaram a se entrelaçar. À medida que os desafios se tornavam mais complexos, tanto a equipe de segurança quanto a de engenharia começaram a perceber que não poderiam operar em silos. Este reconhecimento foi um passo crucial na jornada para a conformidade, pois incentivou uma abordagem mais integrada e sistêmica. Ao entender que a segurança cibernética é um aspecto fundamental do desenvolvimento de produtos, a equipe de engenharia começou a incorporar práticas de segurança desde as fases iniciais de design e planejamento.
Além disso, o processo de conformidade com o NIST proporcionou uma oportunidade para revisar e fortalecer as práticas de segurança existentes. A conformidade não era mais vista apenas como uma obrigação, mas como uma vantagem competitiva que poderia ser comunicada aos clientes e stakeholders. Esta mudança de perspectiva ajudou a empresa a se posicionar melhor no mercado, valorizando não só a inovação, mas também a confiabilidade e a segurança dos seus produtos.
Por fim, as lideranças de ambas as equipes desempenharam um papel crucial em facilitar e priorizar essa colaboração. Eles estabeleceram metas claras e proporcionaram os recursos necessários para garantir que as diretrizes de conformidade fossem atendidas. Isso incluiu a formação de um comitê de conformidade conjunto, dedicado a abordar as questões que surgiam e a garantir que ambas as equipes pudessem contribuir efetivamente para os objetivos de conformidade sem comprometer a inovação e a agilidade.
Unindo Forças para a Conformidade
Na conclusão deste painel da RSA Conference, vejo uma lição fundamental que transcende a mera conformidade com normas e entra no terreno da colaboração e inovação organizacional. A jornada de alinhamento entre as equipes de segurança e engenharia, embora desafiadora, ilustrou de forma prática a importância da comunicação e da colaboração estratégica.
Percebi que, ao desenvolver uma linguagem comum e processos colaborativos, não apenas atendemos aos rigorosos requisitos do NIST, mas também promovemos um ambiente onde a segurança é vista como um facilitador da inovação, não como um obstáculo. Este painel mostrou que quando equipes com objetivos aparentemente divergentes se unem com o compromisso de entender e respeitar as prioridades umas das outras, o resultado é um sistema mais robusto e produtos mais seguros.
Portanto, acredito firmemente que a chave para o sucesso na era digital moderna reside não apenas na capacidade técnica, mas na habilidade de criar espaços de trabalho onde a comunicação clara e o compromisso mútuo com os objetivos da empresa prevaleçam. Este painel foi uma demonstração poderosa de como barreiras podem ser transformadas em pontes, e é um modelo que outras organizações deveriam aspirar replicar.
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