Vivemos em um mundo onde a utilização de aplicativos se tornou uma constante. Desde atividades simples do dia a dia, como concorrer a um brinde em um supermercado, até complexos processos industriais, todos são sustentados por uma rede de aplicativos. Uma questão que surge, porém, é como suportar essa demanda crescente. A resposta está na infraestrutura de TI.
O que é uma infraestrutura de TI
A infraestrutura de TI é o alicerce de qualquer aplicação. Ela é o que possibilita o funcionamento, seja em ambientes domésticos, na nuvem, híbridos ou legados. A cada dia, novos apps e demandas surgem, exigindo uma infraestrutura robusta para suportar toda essa agilidade de entrega de negócios.
A infraestrutura de TI, entretanto, é um conceito amplo. Vai desde a entrega de conectividade em nossas casas até a utilização de uma variedade de equipamentos e soluções. Inclui hardwares como switches, roteadores, Wi-Fi, Firewalls, até mesmo o DNS, que é fundamental para o funcionamento da internet.
“Quando um usuário digita no browser um site, como o IT Show, ele é direcionado para um serviço que traduz isso para um endereço IP, garantindo a conectividade. Portanto, a infraestrutura é necessária e obrigatória para que façamos uso da tecnologia hoje em dia.” (André Rocha – CISO na Braskem)
Quais são os componentes da infraestrutura de TI
A infraestrutura de TI é um componente crucial na era digital atual. Ela é o que possibilita a utilização de uma infinidade de softwares e suporta a agilidade necessária para a entrega de negócios. Entender a importância disso e gerenciar essa infraestrutura é fundamental para qualquer empresa na atualidade.
Ambientes de TI e Automação
Ao falar em infraestrutura de tecnologia da informação, é importante diferenciar os ambientes de TI e automação. Dentro das indústrias, a TI é responsável por gerir equipamentos que produzem e conectam outros equipamentos como caldeiras e fornos, enquanto a automação é responsável por controlar e otimizar esses processos. Para garantir a segurança, é essencial que esses ambientes sejam separados.
Conectividade
A conectividade é um dos serviços de TI mais cruciais da infraestrutura de TI e evoluiu consideravelmente ao longo do tempo. Houve um progresso notável desde a era dos computadores com conectividade de 1 mega até os dias atuais, onde temos acesso a redes de alta velocidade e qualidade.
A aplicação disso em ambientes corporativos pode ser um desafio, principalmente no que se refere à cobertura de Wi-Fi. Para suportar uma grande densidade de usuários, é necessário um estudo detalhado, conhecido como site survey, onde os profissionais de TI avaliam a distribuição e necessidades de cada ambiente.
No entanto, nem toda a conectividade é igual. As frequências de 2.4 GHz e 5 GHz, por exemplo, têm características e aplicações distintas. Enquanto a frequência de 2.4 GHz é de longa distância, mas de baixa performance, a de 5 GHz oferece alta velocidade, porém em curto espaço. Saber como e quando utilizar cada uma pode ser a diferença entre uma experiência frustrante e uma conexão de alta velocidade.
Servidores
Ao contrário do computador residencial, que possui um pequeno HD e já supre as nossas necessidades, uma empresa necessita de uma estrutura muito maior, às vezes, mantendo uma sala cheia de computadores robustos, chamada de data center, com softwares específicos para conseguir atender a demanda necessária de dados e minimizar as falhas, já que ninguém quer correr o risco de perder todo o banco de dados da empresa no meio de uma pane. Nessa hora, a infraestrutura de TI é essencial para administrar esses servidores e definir o hardware mais adequado para a estrutura da empresa.
A infraestrutura de TI passou por uma evolução significativa ao longo das últimas décadas, e o papel dos data centers nessa transformação é fundamental. Anteriormente, os data centers eram imensos, necessitando de grandes espaços, enormes quantidades de energia e extensos sistemas de refrigeração. Hoje, graças aos avanços tecnológicos, especialmente no que se refere à miniaturização dos transistores e à virtualização, essa realidade mudou drasticamente.
Um exemplo prático dessa mudança pode ser visto em projetos de virtualização, como o que foi implementado por André Rocha, Ciso na Braskem. Em um caso particular, ele participou de um projeto que envolveu a migração de cerca de 560 servidores, ocupando cerca de 20 racks, para um ambiente virtual. “Trabalhamos na virtualização desses servidores, desligando os físicos e concentrando-os em novos, chamados blades, que são muito menores e com maior capacidade de processamento e memória”, salienta Rocha.
Esse avanço tecnológico também tem um impacto significativo no aspecto ambiental, contribuindo para a redução das emissões de carbono e alinhando a infraestrutura de TI com as diretrizes de ESG (Environmental, Social and Governance). A diminuição no tamanho e no consumo de energia dos data centers traduz-se em uma redução significativa nas emissões de carbono. “Graças à virtualização e ao desenvolvimento de melhor performance de processamento e redução de equipamentos, conseguimos economizar espaço e reduzir os custos com energia e refrigeração”, aponta André.
A virtualização foi apenas o primeiro passo em uma série de desenvolvimentos que estão moldando a infraestrutura de TI contemporânea. A próxima etapa dessa evolução foi a migração para a nuvem. No início, a ideia predominante era a de uma única nuvem, onde toda a infraestrutura seria armazenada. No entanto, atualmente, as estratégias de cloud híbrida e multi-cloud são cada vez mais comuns. Estas permitem a distribuição de serviços por várias nuvens, inclusive mantendo alguns no data center próprio da empresa.
Quais são os tipos de infraestrutura de TI?
Tradicional
Com a infraestrutura tradicional, a empresa é responsável por manter e gerenciar todas as instalações necessárias, como data centers, hardwares e softwares. Para isso, é necessário arcar com os custos do espaço físico, da energia elétrica e de toda manutenção dos recursos.
Infraestrutura em nuvem
Com a infraestrutura em nuvem, a empresa tem um pouco mais de liberdade, pois ela pode criar uma nuvem própria, alugar espaço em uma nuvem pública, como o Google, ou até armazenar seus dados um pouco em cada uma, ficando com uma nuvem híbrida. Adotar esse método de armazenamento em nuvem, além de ser mais econômico, traz mais segurança de dados e facilidade de gestão, pois tudo funciona pelo cloud computing.
Hiperconvergente
A infraestrutura hiperconvergente reúne todos os componentes de armazenamento, rede e computação em um só lugar, otimizando as atividades de TI. Com uma interface única definida por software, esse tipo de infraestrutura ajuda com alguns processos mais simples, mas não cobre toda carga de trabalho suportada pelo modelo tradicional. Apesar das limitações, esse tipo de estrutura garante mais flexibilidade e escalabilidade, facilitando o gerenciamento de infraestrutura de TI.
Soluções de TI: como uma infraestrutura de TI eficiente faz toda diferença
Além de garantir que os sistemas funcionem corretamente e com eficiência, uma boa gestão da infraestrutura de TI traz muitos benefícios, como automatização de processos, redução de custos, maior qualidade de serviços e mais agilidade na hora de identificar e solucionar problemas.
A infraestrutura de TI pode ser usada para automatizar tarefas rotineiras, o que diminui drasticamente os erros humanos e aumenta a efetividade da produção. Além disso, coletar, armazenar e analisar grandes quantidades de dados também são tarefas que podem ser otimizadas pela infraestrutura de TI, o que proporciona insights valiosos para as empresas sobre suas operações, clientes, concorrência e tendências de mercado.
Com a pandemia, grande parte das empresas adotaram o trabalho totalmente remoto ou híbrido, exigindo uma mudança na forma de armazenamento dos dados na nuvem, além do acesso a sistemas e softwares, para que todos os colaboradores pudessem acessá-los. Quem se adaptou com agilidade e eficiência saiu na frente. Nessa hora, uma boa gestão da infraestrutura de TI teve um papel fundamental.
Serviços
Além de proporcionar o acesso a sistemas e dispositivos, os profissionais responsáveis pela gestão da infraestrutura de Ti também cuidam da automação de alguns serviços, como:
- backups;
- sistemas operacionais;
- ferramentas de integração;
- soluções de atendimento.
Vantagem sobre os concorrentes
Uma boa gestão da infraestrutura de TI também pode ser uma grande aliada na hora de destacar a sua empresa da concorrência, pois os clientes procuram um fornecedor que seja tecnicamente capaz e é aí que um bom gerenciamento dos seus recursos faz toda a diferença. Investir em uma infraestrutura eficiente e otimizada aumentará a confiança do mercado em sua empresa e, consequentemente, a confiança do cliente, já que é de extrema importância ter uma estrutura que dê conta das demandas dos clientes, tenha o mínimo de falhas e identifique e corrija erros rapidamente.
Gestão de infraestrutura de TI
Gerenciar a infraestrutura de TI é controlar todas as atividades, sistemas e recursos que são necessários para o bom funcionamento da empresa, assim como, gerenciar os profissionais envolvidos. Os tipos de gestão mais comuns são:
- Gestão da nuvem: controla tudo o que está armazenado e o que está em execução na nuvem, incluindo dados, usuários e serviços;
- Gestão da virtualização: disponibiliza uma interface integrada entre ambientes virtuais e hardwares utilizados pela empresa;
- Gestão das operações de TI: inclui a implementação, monitoramento e otimização dos processos dentro da área de TI;
- Gestão do sistema operacional: permite o controle e a supervisão de ambientes que usam o mesmo sistema operacional;
- Automação da TI: cria e implementa processos para automatizar atividades manuais, otimizando o uso de sistemas de TI;
- Gestão de API: responsável por organizar, controlar e analisar as APIs que conectam os dados em organizações e na nuvem;
- Gestão de riscos: responsável por identificar riscos e criar planos preventivos para evitá-los ou administrá-los de forma a minimizar os impactos;
- Orquestração de containers: consiste no gerenciamento e implantação automatizada de rede dos containers;
- Gestão da configuração: tem a função de manter os sistemas funcionando de acordo com as configurações definidas.
Principais tendências da computação
Com a tecnologia em constante evolução, é importante que as empresas fiquem de olho nas principais tendências que vão dominar a infraestrutura de TI pelos próximos anos. São elas:
- Cloud computing: acesso e armazenamento de dados em servidores remotos, sem os custos de um data center próprio;
- Automação: automatização de processos que não precisam necessariamente da intervenção humana, como backups de dados, atualizações de software e monitoramento de rede.
- Segurança cibernética: infelizmente, o avanço da tecnologia também traz o aumento de ameaças e ataques de hackers aos dados das empresas. Implementar medidas de segurança cibernética, como firewalls, criptografia e autenticação, além de fazer um bom gerenciamento de vulnerabilidades são práticas que devem fazer parte da rotina das empresas daqui em diante.
- Internet das coisas (IoT): a IoT permite que dispositivos físicos se conectem à Internet e sejam controlados remotamente, sendo muito utilizada na automação industrial. Segundo o levantamento IoT Snapshot 2022, o uso da IoT cresceu 25% desde 2017, e a estimativa é que chegue a 38% nos próximos 3 anos. Entre os serviços mais utilizados pelas empresas brasileiras, estão o monitoramento de ativos, a geolocalização e o monitoramento de entregas e logística externa. Ainda segundo a pesquisa, a Internet das coisas já se tornou indispensável em 71% das empresas entrevistadas, e 68% afirmam que houve um aumento expressivo na produtividade.
- Inteligência artificial (IA): o grande boom do momento, as IA’s chegaram para automatizar processos repetitivos e rotineiros, além de oferecer insights que auxiliam na tomada de decisões, otimizando o tempo e os custos das empresas.
Infraestrutura de TI: o que o futuro nos reserva?
O futuro da infraestrutura de TI promete ainda mais inovações e desafios. Com o contínuo avanço da tecnologia, os executivos de TI terão que se adaptar e aprender a navegar neste cenário em constante mudança. Conhecer e entender essas tendências é essencial para quem deseja se manter relevante e competitivo no mercado atual. E já ficou claro que a virtualização é o futuro.
“A linha do tempo da tecnologia é rica e extensa, mas no que diz respeito à infraestrutura, entendo que a mudança para a virtualização foi um grande salto, trazendo maior controle e eficiência”, aponta André Rocha. E ele não está errado. Com a explosão da nuvem, a TI assume mais um papel fundamental: administrar e gerenciar essa migração dos grandes mainframes físicos para provedores de espaço em nuvem.
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