No cenário empresarial atual, o papel do Chief Information Officer (CIO) tornou-se mais determinante do que nunca. Como líder da área de Tecnologia da Informação (TI), esse profissional desempenha um papel fundamental na formulação e execução das estratégias digitais que impulsionam a transformação dos negócios. Entretanto, essa posição estratégica não vem sem desafios significativos.
O CIO é o profissional incumbido pela busca por tecnologias atualizadas para aprimorar a produtividade e eficiência dos sistemas. Em um contexto de digitalização e automação, por exemplo, cabe a esse diretor traçar estratégias para recursos tecnológicos, alinhando-os aos objetivos da companhia. Trata-se de uma figura essencial para o alinhamento estratégico da governança de TI e inovação, definindo políticas e normas organizacionais.
Hoje, um dos principais desafios enfrentados por quem ocupa esse cargo é a necessidade de promover a inovação contínua de maneira sustentável, uma vez que, com a rápida evolução das tecnologias, manter uma empresa na vanguarda exige a implementação de soluções inovadoras e a capacidade de integrá-las ao longo do tempo. Logo, o CIO deve equilibrar a busca por novas tecnologias com a necessidade de manter a estabilidade operacional e a segurança da informação.
A crescente sofisticação das ameaças cibernéticas faz do cuidado com a informação uma prioridade constante para o CIO, tornando necessária a proteção dos dados sensíveis da empresa e a garantia da continuidade dos negócios em face de possíveis ataques que exigem medidas proativas e uma abordagem abrangente de segurança.
O estudo “Jornada CIO: da realização pessoal à transformação de negócios”, conduzido em 2023 pelo Itshow em parceria com a consultoria de negócios Lozinsky, revela que, ao tratar de uma qualificação essencial para a carreira de CIO nos próximos anos, a capacidade de dar resposta a problemas complexos que desafiam os negócios foi considerada relevante por 70% dos respondentes. Já em 2022, apenas 57% dos entrevistados pensavam assim.
Outro ponto interessante da pesquisa: a volatilidade do mercado e das novas tecnologias não é percebida pelos CIOs como uma ameaça que eles não podem vencer. Por outro lado, segundo o levantamento, as expectativas utópicas das organizações e a falta de equipes à altura dos desafios estão entre os fatores que os próprios executivos encaram como capazes de derrubá-los.
Insights do relatório mostram que, apesar da escassez de profissionais preparados para lidar com dados, apenas 11,5% dos respondentes consideram “formar sucessores” um desafio relevante.
Por outro lado, as maiores preocupações do líder de TI em relação à gestão de equipes são “formar representantes da TI no negócio” (35,5%) e “desenvolver líderes internos” (29%). Essa disparidade sugere que o CIO pode não estar priorizando o desenvolvimento de um sucessor direto, e sim focando no fortalecimento da capacidade de liderança e compreensão de negócios na equipe de tecnologia.
O estudo também constata que ocupar posições mais altas no negócio vem perdendo importância com o passar do tempo. Enquanto a evolução de cargo era relevante para 53% dos entrevistados de 2019, caiu para 38% em 2020/21, e baixou ainda mais em 2022/23, atingindo o patamar de 29% dos respondentes.
Portanto, ser reconhecido por ter liderado com sucesso a transformação digital do negócio é o grande objetivo da maioria dos CIOs. Será essa, então, a maior prova de valor e carreira do CIO? Aparentemente sim, mas não a qualquer custo. Vale ressaltar que cerca de 41% apontaram que ter “qualidade de vida” é uma meta para o seu sucesso dentro de 10 anos.
Outro desafio presente no cotidiano de um CIO é o de liderar a implementação de políticas de segurança robustas e investir em tecnologias de última geração. A rápida detecção e resposta a incidentes tornaram-se cruciais, destacando a importância de uma postura vigilante e da constante atualização das práticas de segurança.
À medida que as organizações adotam uma variedade de sistemas e plataformas para atender às suas necessidades específicas, o desafio da integração de sistemas torna-se evidente. Afinal, o CIO é responsável por garantir que todas as partes da organização operem de maneira harmoniosa e eficiente, evitando silos de informação que possam prejudicar a colaboração e a tomada de decisões.
A implementação de arquiteturas de TI flexíveis e a adoção de padrões abertos são estratégias-chave para superar esse desafio. O CIO deve estar pronto para liderar iniciativas que visam integrar sistemas legados, adotar soluções de interoperabilidade e assegurar que a infraestrutura de TI esteja alinhada com as metas de negócios da empresa.
No fim do dia, o CIO é um arquiteto estratégico cuja responsabilidade é moldar o futuro digital da companhia. Para ter sucesso nesse papel desafiador, é importante que esse profissional desenvolva habilidades de liderança, fomente uma cultura de inovação e esteja constantemente atualizado sobre as tendências tecnológicas emergentes.
Ao abordar esses desafios com determinação e visão estratégica, o CIO fortalece a posição da empresa no mercado e alavanca uma transformação positiva dos negócios modernos.