No cenário atual dos negócios, onde agilidade e precisão na tomada de decisões são cruciais, os sistemas de Enterprise Resource Planning (ERP) desempenham um papel fundamental. Para explorar este tema em profundidade, realizamos um episódio especial de podcast em setembro, contando com a participação dos renomados especialistas Sérgio Lozinsky e Leopoldo Barros da Consultoria Lozinsky.
Este artigo examina o panorama dos ERPs nas grandes empresas brasileiras, baseando-se no estudo “ERP nas 1000 maiores empresas do Brasil”, realizado pela Lozinsky Consultoria e você pode ter acesso aqui, e nas discussões aprofundadas do podcast Itshow. Abordamos a evolução desses sistemas, os desafios de implementação, as tendências futuras na gestão empresarial e os critérios essenciais para a escolha da solução ideal. Com insights valiosos do setor, oferecemos uma visão abrangente desde a origem dos ERPs até as considerações mais atuais, proporcionando uma compreensão completa para empresas que buscam otimizar sua gestão.
Convidamos você não apenas a ler este artigo, mas também a conferir o podcast na íntegra. Lá, você encontrará discussões mais detalhadas, casos práticos e previsões para o futuro dos ERPs que complementam o conteúdo deste texto. É uma oportunidade única de ouvir diretamente dos especialistas suas experiências e visões sobre como esses sistemas estão transformando o mundo dos negócios.
Prepare-se para uma jornada informativa pelo universo dos ERPs e aproveite tanto o artigo quanto o podcast para uma experiência enriquecedora e completa!
Como o software surgiu?
O software ERP (Enterprise Resource Planning) representa uma das maiores inovações na gestão empresarial moderna, refletindo a evolução e a complexidade das operações corporativas. O conceito de ERP surgiu nos anos cinquenta e sessenta com sistemas destinados ao controle de inventário e à contabilidade. Esses sistemas iniciais eram limitados em sua capacidade de integrar diferentes funções dentro das organizações.
O desenvolvimento dos sistemas MRP (Material Requirements Planning) marcou um avançou importante oferecendo ferramentas mais avançadas para o planejamento e gerenciamento da produção e do inventário. Um passo muito importante na direção da integração das funções empresariais.
Mas a verdadeira transformação aconteceu nos anos noventa com o surgimento dos sistemas ERP modernos. Esses sistemas foram projetados para integrar uma ampla gama de funções empresariais, desde finanças e recursos humanos até vendas e logística, em uma plataforma unificada. Isso permite uma visão coordenada das operações da empresa, otimizando processos e melhorando a eficiência.
Como funciona um ERP?
O funcionamento de um ERP é baseado em três pilares principais sendo eles: centralização de informações, integração de processos e automação de tarefas. Reunindo esses dados de diferentes departamentos o ERP permite uma visão mais unificada e coerente das atividades executadas da empresa. Isso acaba facilitando a coordenação entre os setores e melhorando a precisão dos dados e reduzindo erros operacionais.
A adoção de ERPs no Brasil apresenta variações interessantes conforme o porte das empresas. Enquanto a SAP domina impressionantes 85% do mercado entre as 100 maiores corporações, sua participação diminui para 48,1% quando consideramos as 1000 maiores. Isso revela uma tendência: quanto maior a empresa, mais provável é a escolha por soluções robustas e globalmente reconhecidas. Por outro lado, à medida que observamos empresas de médio porte, vemos uma diversificação maior, com players nacionais como a Totvs ganhando espaço significativo.
Quais são as etapas de implantação?
A implantação de um sistema ERP é um processo complexo e que exige um planejamento cuidadoso para garantir que o sistema atenda às necessidades da empresa e seja integrado com sucesso nas operações diárias. Como observa Sergio Lozinsky durante o podcast It Show, “a fase inicial de um projeto de ERP, que é o mergulho nos processos, é muitas vezes sacrificada por conta de prazos e custos. A boa prática é garantir que o usuário entenda completamente o que vai acontecer antes de passar para a configuração e o desenvolvimento, mas isso muitas vezes fica em segundo plano”. Abaixo listaremos as principais etapas envolvidas para a implementação de um ERP:
- Planejamento e Análise de Necessidades: Definição de metas, escopo e recursos necessários para o projeto.
- Mapeamento e análise da empresa: Compreender e documentar os processos de negócios atuais.
- Projeto e desenvolvimento do ERP: Configurar e personalizar o sistema ERP.
- Implantação e configuração: Instalar e configurar o sistema, realizando testes finais assegurando que todas as funções estejam funcionando.
- Migração de dados: Transferir dados do sistema antigo para o novo ERP.
- Treinamento: Ensinar a equipe a usar o novo ERP.
Cada etapa do planejamento até o treinamento da equipe desempenha um papel importante na garantia de que o sistema ERP atenda às necessidades específicas da empresa e funcione de maneira eficaz.
Vale ressaltar que, em certos setores, como o agrícola e o de varejo, há uma tendência crescente para soluções especializadas e até mesmo para o desenvolvimento de sistemas próprios. Isso ocorre porque essas indústrias muitas vezes têm necessidades muito específicas que os ERPs tradicionais podem não atender completamente. Por exemplo, no setor agrícola, 13,8% das empresas optam por soluções especializadas, enquanto 10,6% desenvolvem seus próprios sistemas. Essa abordagem permite uma personalização maior, mas também traz desafios únicos em termos de integração e manutenção a longo prazo.
Benefícios da gestão empresarial
Atualmente, os executivos de TI estão enfrentando uma série de desafios relacionados à implementação e otimização de sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) em suas organizações. Estes problemas são discutidos em estudos de grandes consultorias e relatórios de mercado, como Lozinsky, McKinsey, Gartner, e Forrester. Abaixo estão alguns dos principais desafios que a alta liderança de TI enfrenta, com dados concretos e tendências de mercado.
É fascinante observar como diferentes setores da economia brasileira adotam soluções de ERP. O setor industrial, por exemplo, mostra uma forte preferência por ERPs tradicionais, com a SAP liderando com 59,1% de participação. Já o setor agrícola apresenta um cenário bem diferente, com uma presença marcante de soluções especializadas e desenvolvidas internamente, refletindo as necessidades únicas desse mercado em constante evolução. Essa diversidade ressalta a importância de considerar as particularidades de cada setor ao escolher e implementar um ERP
Quais soluções podem ser integradas a um ERP?
Uma das soluções mais comuns é o CRM (Customer Relationship Management), que gerencia o relacionamento com o cliente, rastreia a interação e histórico de vendas, ajudando a otimizar o atendimento ao cliente e as estratégias de marketing. Outra integração importante é com ferramentas de BI (Business Intelligence) e análise de dados, que oferecem análises avançadas e relatórios detalhados para auxiliar na tomada de decisões estratégicas.
Plataformas de e-commerce também podem ser integradas ao ERP para sincronizar dados de pedidos, estoque e clientes, melhorando a eficiência das operações de vendas e a gestão de inventário. A automação de marketing é outra solução que pode ser conectada, automatizando campanhas, gerenciando e-mails e monitorando o desempenho das campanhas, enquanto fornece uma visão consolidada das atividades de marketing.
Soluções de gestão de projetos ajudam no planejamento, execução e monitoramento de projetos, integrando-se ao ERP para uma visão holística dos recursos e progresso dos projetos. Sistemas contábeis podem ser conectados ao ERP para uma gestão detalhada das finanças, incluindo controle de contas a pagar e a receber, fluxo de caixa e relatórios financeiros.
A gestão de recursos humanos é outra área que se beneficia da integração, com sistemas que administram folha de pagamento, recrutamento, benefícios e avaliações de desempenho, proporcionando uma gestão mais eficiente dos funcionários. O Supply Chain Management (SCM) também é essencial, gerenciando fornecedores, logística e transporte e otimizando o fluxo de materiais e informações ao longo da cadeia de suprimentos.
Ferramentas para a gestão de inventário ajudam a monitorar e controlar os níveis de estoque, rastrear movimentações e realizar previsões de demanda, enquanto sistemas de gestão de atendimento ao cliente facilitam o suporte e o atendimento pós-venda, proporcionando uma visão abrangente da experiência do cliente. Além disso, soluções de gestão de produção auxiliam no planejamento e controle da produção, gerenciando a capacidade e monitorando o desempenho, e sistemas de gestão de documentos ajudam a armazenar, gerenciar e compartilhar documentos digitais, melhorando a eficiência dos processos administrativos.
Um aspecto interessante revelado pelo estudo da Lozinsky Consultoria é como a origem do controle das empresas influencia a escolha do ERP. As multinacionais, por exemplo, mostram uma forte preferência pela SAP, com 77,2% de adoção. Já as empresas de capital nacional fechado tendem a ser mais diversificadas em suas escolhas, com a Totvs ganhando espaço significativo. Essa tendência reflete não apenas preferências tecnológicas, mas também estratégias de alinhamento global versus adaptação local.
Critérios para escolher o melhor ERP para sua empresa
Escolher o melhor ERP para a sua empresa é uma decisão estratégica que pode ter um grande impacto na eficiência e eficácia das operações. Para tomar a melhor decisão, é importante considerar diversos critérios, começando pela adequação às necessidades específicas da empresa. O ERP deve oferecer os módulos e funcionalidades que correspondem às suas operações, como finanças, recursos humanos, vendas e inventário. A capacidade de personalização é importante, pois um sistema que pode ser ajustado para se alinhar aos processos e requisitos específicos da sua empresa facilitará a integração e a adoção.
Além da adequação, a facilidade de implementação e usabilidade são fundamentais. Um ERP com uma interface intuitiva e fácil de usar permitirá que sua equipe se adapte rapidamente, reduzindo o tempo e os custos associados ao treinamento. Além disso, é importante considerar o tempo de implementação para garantir que o sistema possa ser integrado ao seu ambiente de trabalho de maneira eficiente e dentro do cronograma estabelecido.
A escalabilidade do ERP também merece atenção. O sistema deve ser capaz de crescer com a sua empresa, permitindo a adição de novos módulos ou usuários conforme necessário. Essa flexibilidade é essencial para garantir que o ERP continue a atender às suas necessidades à medida que sua empresa se expande. Nesse cenário em evolução, Leopoldo Barros, consultor na Lozinsky Consultoria, destaca uma tendência importante: “Acredito que a grande mudança que veremos nos próximos anos é o ERP assumindo um papel mais coadjuvante, enquanto outras soluções de TI se tornam os verdadeiros protagonistas. Até agora, o ERP foi central para a estratégia tecnológica, mas isso está mudando.” Isso reflete a necessidade de considerar como o ERP se encaixa em um ecossistema mais amplo de tecnologias emergentes.
A integração do ERP com outras soluções e sistemas existentes é outro aspecto essencial o sistema deve se integrar facilmente com ferramentas como CRM, plataformas de e-commerce e soluções de automação de marketing. A disponibilidade de APIs e conectores pode facilitar a integração e a troca de dados entre sistemas, melhorando a eficiência operacional e possibilitando uma gestão mais coordenada.
O custo total de propriedade (TCO) deve ser avaliado cuidadosamente. Considere não apenas o custo inicial de aquisição, incluindo licenças e personalização, mas também os custos recorrentes de manutenção e suporte. Avaliar o retorno sobre o investimento (ROI) potencial é importante para garantir que as melhorias esperadas em eficiência e a redução de custos justifiquem o investimento.
Adicionalmente, o suporte e o treinamento oferecidos pelo fornecedor do ERP são essenciais para garantir uma adoção bem-sucedida. Verifique a qualidade do suporte técnico e as opções de treinamento disponíveis para assegurar que sua equipe possa utilizar o sistema de forma eficaz e resolver problemas rapidamente.
A segurança e a conformidade também são questões críticas a serem consideradas. O ERP deve oferecer robustas medidas de segurança para proteger informações sensíveis e atender aos requisitos regulatórios relevantes.
A reputação e a experiência do fornecedor são fatores importantes para garantir a confiabilidade do sistema. Escolha um fornecedor com um histórico sólido e uma base de clientes satisfeitos. Analisar estudos de caso e referências pode fornecer insights valiosos sobre a eficácia do sistema em contextos semelhantes ao seu.
Além disso, é fundamental considerar as tendências regionais na adoção de ERPs no Brasil. O estudo da Lozinsky Consultoria revelou diferenças significativas entre as regiões. Por exemplo, enquanto São Paulo e o Sudeste tendem a adotar soluções de fornecedores líderes de mercado, a região Sul apresenta uma distribuição mais diversificada, com maior presença de soluções especializadas e desenvolvidas localmente. Essas nuances regionais podem oferecer insights valiosos sobre ecossistemas de negócios locais e preferências tecnológicas específicas.
Por fim, a flexibilidade do sistema e a capacidade de receber atualizações regulares são aspectos que não devem ser negligenciados. Um ERP que se adapta facilmente a mudanças nos processos de negócios e que é frequentemente atualizado pode oferecer novas funcionalidades e melhorias de desempenho ao longo do tempo. Assim, é importante escolher um sistema que não só atenda às necessidades atuais da sua empresa, mas que também possa acompanhar seu crescimento e evolução, proporcionando uma base sólida para uma gestão eficiente dos recursos empresariais.
Conclusão
A implantação e a gestão eficaz de um sistema ERP é fundamental para a modernização e otimização das operações empresariais, o ERP, com sua capacidade de centralizar informações, integrar processos e automatizar tarefas, representa uma inovação importante na gestão empresarial moderna. É importante notar que o mercado de ERP no Brasil passou por mudanças significativas entre 2015 e 2021. Reestruturações empresariais, fusões e aquisições impactaram profundamente a adoção de ERPs.
Quer saber mais sobre como o ERP pode transformar a gestão empresarial? Não perca o episódio especial do podcast com Sergio Lozinsky e Leopoldo Barros! e acesse o estudo da Lozinsky Consultoria.
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