19 C
São Paulo
quinta-feira, setembro 19, 2024
InícioLiderança de TIRecrutador que não analisa soft skills deixa passar grandes oportunidades no setor...

Recrutador que não analisa soft skills deixa passar grandes oportunidades no setor de TI

É evidente que a demanda por profissionais da tecnologia da informação é grande, e a oferta é proporcionalmente inversa. Mas fica evidente também, que existem, sim – ainda que não na quantidade ideal – bons profissionais neste setor.

De acordo com dados do Monitor de Empregos e Salários da Brasscom, só no primeiro semestre de 2022, foram contratados mais de 76 mil profissionais de TI, o que representa cerca de 12 mil contratações mensais. Ou seja, existe um mercado em constante crescimento e evolução, que precisa de bons especialistas para atuar junto dele.

Mas afinal, como analisar se aqueles profissionais são realmente bons? É aqui que entra a habilidade dos recrutadores, que precisam saber compreender e identificar, não somente as competências técnicas do profissional, mas também suas competências interpessoais, emocionais, sociais e tudo mais que envolve as habilidades chamadas de “soft skills”.

soft skills
Imagem gerada por Inteligência Artificial (IA)

O que são as soft skills e como se aplicam no mercado de TI?
Damos o nome de “soft skills” para o conjunto de habilidades interpessoais, ou seja, habilidades que vão além da técnica. O profissional precisa se comportar e lidar com as outras pessoas na mesma medida em que ele é competente e sabe trabalhar com as técnicas sólidas para garantir bons resultados.

Dentro do setor de Tecnologia da Informação, as soft skills são extremamente importantes – ainda que não pareça. Como headhunter há mais de 18 anos, e na maior parte da minha carreira, atuando neste setor de TI, eu carrego uma percepção de que existe um certo preconceito – ou talvez possamos chamar de estereótipo – com o profissional da área de Tecnologia da Informação, que leva fama de inteligente, dedicado, esforçado, mas que, para que essas qualidades se acentuem, ele é necessariamente isolado das pessoas, não gosta de conversar, é introspectivo e sem habilidades sociais.

Mas será que realmente é assim? O bom profissional de TI tem que saber se comunicar muito bem com os outros, para abordar assuntos complexos da forma mais simples possível, quando necessário; além disso, o profissional de TI precisa saber trabalhar em equipe e se dar bem com as pessoas que trabalham junto dele; precisa se adaptar – afinal, o mercado de tecnologia está sempre se transformando – e saber gerenciar crises, liderar times e muitos outros pontos de atenção.

Tudo isso que citei, são exemplos de soft skills; habilidades interpessoais, que vão além da técnica de saber trabalhar com a tecnologia, mas que fazem toda a diferença dentro de uma empresa e, claro, nos resultados.

soft skills
Imagem gerada por Inteligência Artificial (IA)

Será que os recrutadores sabem analisar essas habilidades?

Como o próprio título deste artigo sugere, o recrutador que não analisa soft skills deixa passar grandes oportunidades no setor de TI. Isso significa que, de nada adianta o profissional ser completo e ter, além de toda capacidade técnica, também as habilidades interpessoais que casam com a vaga, se o recrutador não sabe analisar aquilo; ou, pior ainda, se o recrutador não vê a importância dessas habilidades.

Portanto, como eu sempre falo em minhas redes sociais e em meus artigos, o recrutador de hoje precisa parar de achar que recrutar para o setor de tecnologia é fazer entrevistas meramente técnicas e objetivas! Claro, ser objetivo é necessário (e eu mesma defendo a objetividade nas entrevistas), mas é preciso ir além, e abordar questões que provoquem respostas também pessoais daqueles profissionais, para que seja possível identificar as soft skills ali.

Em resumo, o que eu quero deixar evidenciado neste artigo, é o fato de que existem ótimos profissionais que podem suprir as demandas do mercado, mas que para que isso aconteça, os recrutadores precisam aprender a analisar as habilidades interpessoais, para além de meramente saber se eles são bons tecnicamente.Não confunda: as duas coisas são importantes: em uma entrevista e processo seletivo considere (com certeza) as habilidades técnicas do candidato; mas, para além delas, considere também as soft skills, afinal, se o profissional tem as habilidades interpessoais necessárias, isso já é um grande passo para chegar perto de conquistar o cargo e colaborar com o crescimento da empresa!

Renata Tedesco
Renata Tedesco
Headhunter e fundadora da Huntz. Apoiei incontáveis ofertas de trabalho ao redor do mundo e hoje ajudo quem recruta a fazer parte da nova geração de headhunters do país.
Postagens recomendadas
Outras postagens