A ascensão de novas tecnologias está transformando o mundo e a sociedade como um todo, impulsionando mudanças significativas na forma como vivemos, trabalhamos e interagimos uns com os outros. Tais inovações estão tornando indústrias mais eficientes, sustentáveis e conectadas, criando um impacto que se reflete em praticamente todos os aspectos da vida moderna.
Nesse sentido, o setor logístico e de cadeia de suprimentos não são exceções. A integração de novas ferramentas tecnológicas tem permitido que empresas melhorem a eficiência operacional, reduzam custos e aumentem a satisfação do cliente. Por isso, é possível afirmar que a tecnologia é uma das principais ferramentas para as empresas alavancarem seus negócios por meio de transformações nos processos logísticos.
Segundo o levantamento Own Your Transformation, do IMB IBV (Institute for Business Value), cerca de 60% dos executivos brasileiros de supply chain estão utilizando abordagens preditivas nas operações como forma de gerenciar riscos. Além disso, 53% dos entrevistados utilizaram novas tecnologias para acabar com interrupções na cadeia de suprimentos.
Neste artigo, vamos entender como a tecnologia beneficia as atividades logísticas e supply chain, colaborando para um verdadeiro movimento de revolução do setor.
Principais dores do setor logístico
O setor de logística e supply chain enfrenta desafios significativos que impactam diretamente a eficiência e a rentabilidade das operações, devido aos processos cada vez mais complexos e descentralizados das empresas. Aqui, é interessante entendermos que, geralmente, a maioria dos problemas enfrentados pelas companhias não são operacionais, mas sim estratégicos. Isso se deve, em grande parte, pela falta de compreensão de dados e de visibilidade de todas as camadas da cadeia de suprimentos.
Um desafio frequente que vale ser mencionado é a gestão de estoques, que é uma questão particularmente complexa devido à variação na demanda e pode levar tanto ao excesso quanto a falta de produtos, afetando a capacidade de atender aos pedidos de maneira eficiente.
Já os custos operacionais, especialmente os relacionados ao transporte e armazenamento, representam uma grande parte do orçamento de logística. A otimização de rotas e a redução de custos são desafios constantes, assim como a eficiência nos armazéns, que pode ser prejudicada por layouts inadequados e processos totalmente manuais.
Além disso, as preocupações ambientais e a necessidade de conformidade com regulamentações adicionam outra camada de complexidade. As empresas estão, cada vez mais, incorporando práticas sustentáveis em suas operações e buscando se manterem atualizadas com mudanças regulatórias, o que pode ser difícil e custoso.
Como a tecnologia pode contribuir?
Como pudemos perceber, os principais desafios do setor estão ligados a questões estratégicas relacionadas a gestão e otimização de processos. Nesse sentido, softwares especializados e soluções baseadas em nuvem são capazes de facilitar a centralização e análise de dados, permitindo uma visão holística das operações. Isso faz com que as empresas possam tomar decisões fundamentadas e rápidas, algo que é crucial para responder a mudanças no mercado e às demandas dos consumidores.
De acordo com o levantamento Raio X da Logística no Brasil 2023, 42,9% das companhias utilizam três ou mais softwares de gestão logística. Além disso, mais de 64% das respondentes indicaram que possuem a visibilidade de ponta a ponta de suas operações, tendo a capacidade de controlar e monitorar toda a cadeia de suprimentos.
Ao entender todo o comportamento e necessidades da cadeia, é possível otimizá-la, contribuindo, por exemplo, para atingir um nível de estoque ideal e, consequentemente, uma redução de rupturas. Também é possível utilizar a mesma estratégia para garantir o uso de rotas mais eficientes. Isso não só reduz os custos de transporte, mas também melhora a pontualidade das entregas e a satisfação do cliente.
Inteligência artificial e Computação Quântica
Segundo dados apresentados em um estudo da McKinsey, empresas que implementaram Inteligência Artificial no gerenciamento da cadeia de suprimentos apresentaram uma melhora de 15% nos custos de logística, 35% nos níveis de estoque e 65% nos níveis de serviço em relação a companhias que não usam recursos baseados em IA.
Ao realizar tarefas que exigiriam inteligência humana, como aprendizado, tomada de decisão e reconhecimento de padrões, tais recursos se mostram capazes de oferecer uma gama de benefícios que melhoram a eficiência, a precisão e a capacidade de resposta das operações. Além disso, a análise avançada de dados, impulsionada pelo machine learning, também permite uma antecipação de problemas e a implementação de soluções preventivas com mais assertividade.
Tecnologia ainda em desenvolvimento, a computação quântica, a qual eu menciono em meu último artigo, também promete trazer uma revolução ao oferecer soluções para problemas complexos que são difíceis ou impossíveis de resolver com a tecnologia clássica. Desde a otimização de rotas e gestão de estoques, até a segurança de dados e análise de big data, as aplicações potenciais são vastas e variadas. Em outras palavras, podemos alcançar maiores reduções de custos e tempos de entrega para o mesmo tempo de processamento.
Avaliando esse cenário, podemos afirmar que a tecnologia está desempenhando um papel transformador no setor logístico e de supply chain, contribuindo para a superação de diversos desafios. Além disso, técnicas emergentes e em desenvolvimento prometem uma revolução ainda maior na busca pela eficiência, otimização e rentabilidade.
À medida que a área continua a evoluir, novas ferramentas permanecem no centro dessa transformação, oferecendo soluções inovadoras que não só resolvem problemas existentes, mas também impulsionam o setor para um futuro mais eficiente, transparente e sustentável. Tenho a convicção de que as empresas que abraçarem essas mudanças estarão melhor posicionadas para competir e prosperar em um mercado cada vez mais dinâmico e desafiador.