- Transformando empresas com os princípios da humanocracia
- O impacto da humanocracia no mercado de trabalho e na gestão organizacional
- Principais características da humanocracia
- Como implementar a humanocracia na sua empresa
- Repensando a gestão: Entre o controle e a potencialização do talento
No mundo empresarial contemporâneo, a transformação organizacional está cada vez mais orientada para estruturas que valorizam a agilidade, a inovação e, acima de tudo, o elemento humano.
Um exemplo palpável dessa evolução é o programa IT Partners Engagement na Bayer, que, sob nova liderança e inspirado na filosofia revolucionária da humanocracia, busca empoderar colaboradores e parceiros com um renovado senso de propriedade e responsabilidade.
Foi o que Juliana Mendonça, coordenadora de processos e aplicações na Bayer, e Flavia Segura, especialista em experiência do usuário de TI na Bayer, trouxeram para o episódio 25 do podcast Itshow.
Este movimento estratégico não apenas alinha a Bayer com uma abordagem organizacional que enfatiza a redução da burocracia e um maior foco no cliente, mas também reitera seu compromisso com a missão de “Saúde para todos, Fome para ninguém”, transcendendo as expectativas imediatas e impactando a vida dos clientes finais.
O apoio unânime da liderança e o cuidado meticuloso em harmonizar as ações do programa com as regulamentações aplicáveis ilustram um comprometimento profundo com a inovação operacional benéfica, marcando um período de mudanças significativas onde a adaptação e a proatividade se tornam os pilares para enfrentar a constante evolução.
Transformando empresas com os princípios da humanocracia
A evolução para uma cultura de humanocracia representa uma mudança significativa nas práticas empresariais contemporâneas. Em um cenário onde o trabalho híbrido e remoto se torna a norma, as lideranças estão ajustando suas perspectivas em relação aos colaboradores, promovendo ambientes de trabalho mais colaborativos e orientados a resultados compartilhados.
Uma pesquisa realizada pela Gallup revela um panorama preocupante: apenas 15% dos profissionais se sentem verdadeiramente engajados em seus trabalhos, enquanto 18% mostram-se completamente desinteressados pelas diretrizes ou suas obrigações, e uma maioria de 60% encontra-se apática, sem oferecer suas habilidades ou paixão.
Esses dados são enfatizados por Gary Hamel e Michele Zanin em “Humanocracia: Criando Organizações tão Incríveis quanto as pessoas que as compõem”, livro onde propõem um modelo de gestão focado em equipes unidas e inovadoras, que comprovadamente geram melhores resultados, seja no aspecto financeiro ou organizacional.
O impacto da humanocracia no mercado de trabalho e na gestão organizacional
No centro da humanocracia está a ideia de que as pessoas, e não os processos ou estruturas, devem ser o foco central das organizações. Diferente dos modelos gerenciais tradicionais que priorizam o controle, a Humanocracia visa potencializar a contribuição individual para ampliar o impacto e a eficiência organizacional, substituindo a rigidez burocrática por uma cultura que valoriza e reconhece os colaboradores.
A discussão sobre a escassez de talentos ofusca uma questão igualmente crítica: o desperdício de potencial humano nas empresas. A prevalência de burocracia nas organizações tende a beneficiar apenas um pequeno grupo, deixando muitos funcionários desmotivados.
Isso não só consome tempo em atividades de pouco valor, mas também restringe a inovação nas decisões e fomenta um individualismo contraprodutivo. Uma solução eficaz para esse problema seria proporcionar aos colaboradores mais oportunidades para contribuir com soluções criativas e novas ideias, enfatizando a importância do potencial humano na transformação organizacional.
Ouça agora o episódio 25 do podcast Itshow disponível no Spotify!
Principais características da humanocracia
Meritocracia e reconhecimento
A abordagem humanocrática destaca o valor das contribuições individuais, estabelecendo um ambiente de meritocracia onde o progresso é determinado pelas competências e realizações pessoais, em detrimento de posições hierárquicas fixas.
Autonomia e capacitação
Sob esse sistema, há um aumento significativo da autonomia individual e do empoderamento dos colaboradores, incentivando-os a tomar iniciativas, inovar e assumir responsabilidades. Essa liberdade funcional fomenta a criatividade e agiliza a tomada de decisões na organização.
Cultura de transparência
Prioriza-se uma cultura de abertura, com partilha franca de informações, o que fomenta a confiança e a participação ativa dos membros da equipe. Essa transparência assegura que todos estejam alinhados com os objetivos, desafios e direção estratégica da empresa.
Colaboração sem fronteiras
Promove-se uma colaboração sem barreiras hierárquicas, incentivando o trabalho conjunto de equipes multidisciplinares para a resolução de problemas e a maximização de oportunidades, melhorando assim a eficiência e a inovação.
Cultura de experimentação
Encoraja-se a experimentação e o aprendizado contínuo, valorizando os erros como oportunidades para o desenvolvimento e aprimoramento de novas estratégias e soluções.
Liderança compartilhada
Implementa-se um modelo de liderança distribuída, onde a liderança é exercida com base na expertise e na situação, permitindo que diferentes pessoas assumam papéis de liderança conforme necessário.
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Adaptação e flexibilidade
As estruturas organizacionais tornam-se adaptáveis e maleáveis, capacitando a organização a responder com agilidade às dinâmicas de mercado e às necessidades emergentes.
Centralidade humana
Posiciona as pessoas no cerne da organização, apreciando suas contribuições, fomentando seu crescimento e priorizando seu bem-estar, o que culmina em uma força de trabalho mais motivada e dedicada.
Inovação como pilar
A inovação é vista como fundamental, integrando-se continuamente novas ideias e métodos à cultura organizacional, propiciando um ambiente propício ao desenvolvimento criativo e à evolução constante.
Diversidade e inclusão
Valoriza-se a diversidade de pensamentos e experiências, reconhecendo que uma variedade de perspectivas contribui significativamente para a tomada de decisões mais ricas e para a promoção da criatividade organizacional.
Como implementar a humanocracia na sua empresa
- Reconhecimento das habilidades, talentos e virtudes dos membros da equipe;
- Foco no desenvolvimento de aspectos de liderança positiva, incluindo comunicação eficaz, busca de propósito no trabalho, fortalecimento do clima organizacional e aprimoramento das relações interpessoais;
- Estímulo à prática de Job Crafting e Team Crafting para incentivar indivíduos e equipes a redefinirem suas funções, relações e percepções sobre o trabalho;
- Utilização da Investigação Apreciativa e da Matriz SOAR para explorar as forças do grupo, identificar oportunidades de crescimento, definir a identidade desejada para a organização, estabelecer áreas de criação de valor e objetivos a serem atingidos;
- Integração de comportamentos e atitudes trabalhadas com ferramentas estratégicas e planejamento de metas, como Canvas, OKR e BSC, para alinhar desenvolvimento pessoal e objetivos organizacionais.
Repensando a gestão: Entre o controle e a potencialização do talento
É inegável que carregamos uma pesada herança da era industrial. Mesmo com a introdução de novas práticas de gestão e estruturas organizacionais, o desafio de superar a predominância de comando e controle no nosso pensamento é considerável.
Isso nos leva a refletir: estamos empregando a tecnologia para potencializar as habilidades dos nossos colaboradores ou para mantê-los sob vigilância? Os paradigmas atuais tendem a favorecer a conformidade em detrimento da valorização das contribuições individuais.
Entre as práticas que ilustram essa realidade estão: a busca por um perfil ideal de colaboradores, a ênfase excessiva na adequação cultural, avaliações que focam unicamente no desempenho individual e programas de desenvolvimento que atendem exclusivamente aos interesses da organização.
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