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terça-feira, janeiro 21, 2025
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Compartilhamento de Dados e sua Relação com a LGPD

O compartilhamento de dados já faz parte do nosso dia a dia, mesmo que muitas vezes não percebamos. Ele acontece quando você preenche um cadastro em uma loja, utiliza um aplicativo ou simplesmente aceita os cookies de um site. Empresas e organizações dependem dessas informações para oferecer serviços mais personalizados, criar estratégias e até mesmo gerar inovação.

Por outro lado, com o aumento da coleta e do compartilhamento de informações pessoais, surgem preocupações legítimas sobre privacidade e segurança. É nesse contexto que entra a Lei Geral de Proteção de Dados, ou LGPD, que regula como esses dados podem ser tratados e compartilhados no Brasil.

Quem Está Envolvido no Compartilhamento de Dados?

Quando falamos sobre compartilhar dados, existem várias pessoas e organizações envolvidas. Vamos dar uma olhada nos principais participantes:

Empresas e Negócios

Desde startups até grandes corporações, praticamente todas as empresas lidam com dados de alguma forma. Por exemplo, lojas online utilizam informações de compras para entender o comportamento dos clientes e oferecer promoções mais assertivas. Hospitais compartilham dados com laboratórios para agilizar exames.

Esse tipo de compartilhamento pode trazer muitos benefícios, como melhorar a experiência do cliente ou aumentar a eficiência operacional. Mas também exige um cuidado enorme para que os dados não sejam expostos ou usados de forma inadequada.

Pessoas como Eu e Você

Nós, consumidores, também estamos no centro disso tudo, sempre que colocamos nosso CPF para ganhar desconto no mercado ou preenchemos um cadastro para acessar um serviço, estamos compartilhando dados pessoais. E confiamos que essas informações serão usadas de forma responsável.

Parceiros e Terceiros

Muitas empresas contratam outras para ajudar em processos que envolvem dados. Por exemplo, um banco pode usar uma empresa de tecnologia para gerenciar seu aplicativo, o que significa que parte dos dados dos clientes será compartilhada. Isso precisa ser feito com contratos claros e seguindo as regras da LGPD.

Quando o Compartilhamento de Dados é Permitido?

Nem todo compartilhamento de dados é permitido pela LGPD, a lei define bem os casos em que essa prática pode acontecer de forma legal. Aqui estão os principais:

Com Consentimento

Essa é a situação mais comum. Antes de compartilhar seus dados, a empresa precisa pedir sua autorização e explicar exatamente para que eles serão usados. Por exemplo, um site de e-commerce pode pedir permissão para enviar suas informações de compra a uma transportadora, que fará a entrega.

Por Obrigações Legais

Em algumas situações, o compartilhamento de dados é obrigatório por lei. Pense, por exemplo, em uma empresa que precisa enviar informações fiscais para a Receita Federal. Isso não depende de consentimento, pois é uma exigência legal.

Para Cumprir um Contrato

Se você contrata um serviço, como um plano de saúde, a empresa pode compartilhar seus dados com clínicas ou hospitais parceiros para oferecer o atendimento necessário.

Para Estudos e Pesquisas

Dados também podem ser compartilhados para fins acadêmicos ou estatísticos, desde que estejam anonimizados, ou seja, sem identificar as pessoas a quem pertencem.

O Que a LGPD Diz Sobre Isso Tudo?

A LGPD foi criada para proteger os direitos de quem fornece seus dados, garantindo que eles sejam usados de forma transparente e segura. Veja o que a lei traz de mais importante:

Regras Claras

A LGPD estabelece que os dados devem ser coletados e compartilhados apenas para finalidades específicas e legítimas. Por exemplo, uma empresa não pode pedir informações que não sejam necessárias para o serviço oferecido.

Direitos dos Titulares

Quem fornece os dados tem vários direitos. Você pode, por exemplo, pedir para ver as informações que uma empresa tem sobre você, corrigir dados errados ou até mesmo solicitar que eles sejam excluídos.

Penalidades

Se uma empresa não seguir as regras da LGPD, ela pode ser multada em valores altíssimos até 2% do faturamento anual, com um limite de R$ 50 milhões. Mas o impacto vai além das multas, já que a reputação de quem descuida dos dados também fica comprometida.

Como Fazer Isso de Forma Segura?

Agora que sabemos quem está envolvido e quando o compartilhamento de dados é permitido, vamos falar sobre como as empresas podem fazer isso de forma responsável.

Mapear Tudo

Antes de compartilhar qualquer informação, a empresa precisa entender quais dados possui, de onde eles vêm e para onde vão. Esse tipo de organização ajuda a identificar riscos e evitar problemas.

Usar Dados Anonimizados

Sempre que possível, o ideal é compartilhar dados de forma anonimizada. Por exemplo, se uma empresa quer analisar o perfil de seus clientes para criar campanhas de marketing, ela pode usar informações sem identificação, como “cliente X comprou Y”, sem mencionar nomes ou outros detalhes pessoais.

Formalizar Parcerias

Quando uma empresa precisa compartilhar dados com outra, isso deve ser feito por meio de contratos claros que definam as responsabilidades de cada parte.

Treinar a Equipe

Todos os colaboradores que lidam com dados precisam entender a importância de protegê-los. Um treinamento simples pode evitar erros que comprometam a segurança das informações.

Monitorar Sempre

Auditorias e revisões periódicas garantem que tudo está funcionando como deveria. Isso inclui verificar se os consentimentos dos clientes estão atualizados e se os dados estão sendo compartilhados apenas com quem realmente deve ter acesso a eles.

O Futuro do Compartilhamento de Dados

Com a evolução da tecnologia, o compartilhamento de dados só tende a crescer. Ferramentas como inteligência artificial e blockchain estão sendo desenvolvidas para tornar o uso de informações mais seguro e eficiente.

Por outro lado, a confiança das pessoas será cada vez mais importante. Empresas que respeitam a privacidade e seguem as regras da LGPD terão mais chances de conquistar clientes e se destacar no mercado.

O compartilhamento de dados é uma prática essencial para o mundo moderno, mas exige responsabilidade. Ao seguir as diretrizes da LGPD, empresas podem usar informações de forma segura e transparente, garantindo benefícios para todos os envolvidos.

Por outro lado, nós, como consumidores, também temos um papel importante. É nosso direito entender como nossos dados estão sendo usados e exigir que as empresas cumpram as regras.

Em um cenário onde a transformação digital avança a passos largos, a privacidade não é apenas uma questão legal é uma questão de confiança. E confiança é algo que nenhuma empresa pode se dar ao luxo de perder.

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Natália Oliveira
Natália Oliveirahttps://www.itshow.com.br
Jornalista | Analista de SEO | Criadora de Conteúdo
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