A indústria de tecnologia tem sido um dos setores mais impactados pelas demissões em massa em grandes empresas como Google, Meta, Microsoft e Amazon. E, infelizmente, essa crise tem afetado de forma desproporcional as mulheres que trabalham na área.
No final do ano passado, a Reuters divulgou informações sobre um processo movido contra o Twitter após a demissão de mais de 3 mil funcionários em novembro. A ação apontou que cerca de 57% das funcionárias foram desligadas, enquanto 47% dos homens foram demitidos.

Segundo dados divulgados pela Layoffs.fyi, startup que acompanha demissões na área de tecnologia, mais de 160 mil pessoas foram desligadas das empresas no mundo em 2022. Já neste ano, o número ultrapassa 120 mil demissões.
No Brasil, o número de mulheres é superior ao de homens, atingindo pouco mais de 51% da população, segundo a pesquisa de 2021 feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com relação aos profissionais contratados, apenas 44% são mulheres, aponta o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
A tecnologia é uma das poucas indústrias onde as mulheres têm feito progresso significativo, entretanto essas demissões impactam a presença feminina em todos os níveis hierárquicos, desde funções operacionais até cargos de liderança.
Segundo um relatório recente do Banco Mundial, meninas e mulheres têm menor probabilidade de se matricular em cursos de STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) em comparação com os meninos e homens, com exceção das ciências da vida. E, na maioria dos países, as mulheres representam menos de 35% dos graduados em STEM.

Essa disparidade de gênero é preocupante, já que as carreiras tecnológicas estão em alta demanda e oferecem oportunidades de crescimento profissional. A diferença entre os gêneros começa desde a escola primária, com meninas e meninos que possuem interesse semelhantes em ciência e matemática, mas as garotas acabam tendo menos confiança em suas habilidades nesses campos, por questão cultural, o que explica porque a representatividade feminina ainda é baixa no setor.
A indústria da tecnologia é, historicamente, uma área predominantemente masculina, o que pode criar barreiras para mulheres que desejam ingressar na carreira. Apesar disso, existem empresas com algumas iniciativas em andamento para incentivar a diversidade de gênero no setor.
É o exemplo da “Se candidate, mulher”, startup que capacita e ajuda a empregar mulheres, e que busca incentivar outras empresas da indústria na busca por profissionais.
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