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domingo, novembro 3, 2024
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Futurecom 2024: Política Nacional de Cibersegurança

O Itshow esteve presente na Futurecom 2024, realizando uma cobertura especial de um dos principais eventos de tecnologia do Brasil, realizado entre os dias 8 e 10 de outubro em São Paulo, a 24ª edição do Futurecom bateu recorde ao registrar mais de 33 mil visitantes. Com uma programação repleta de palestras, workshops e painéis, o evento abordou temas como transformação digital, inteligência artificial (IA), 5G, segurança da informação e muito mais.

A cibersegurança tem se tornado cada vez mais desafiadora, especialmente com o aumento das ameaças digitais que afetam tanto empresas quanto ao governo, legislações como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) no Brasil e a GDPR (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados) na Europa reforçam a importância de promover negócios responsáveis, empregando recursos de cibersegurança para mitigar riscos, as empresas devem, adotar estratégias de segurança para evitar violações de dados e manter a confiança de seus clientes.

A Importância da Cibersegurança no Brasil

Os desafios de cibersegurança no Brasil têm crescido em uma taxa alarmante. Segundo um estudo recente da IBM, o custo médio de uma violação de dados aumentou 10% globalmente, com o Brasil sendo um dos países mais afetados, registrando um aumento de 11,15% nos custos com ataques cibernéticos. Empresas brasileiras enfrentam um impacto significativo, com um custo médio de violação chegando a 1,36 milhões de dólares, equivalente a 7,44 milhões de reais. Esse aumento reflete a necessidade urgente de investimentos em infraestrutura e em práticas de segurança mais robustas.

Luana Tavares, do INCC, destacou a importância da cooperação entre o setor privado e o governo. Para ela, a criação de um ambiente digital seguro depende de parcerias multissetoriais, onde empresas e governos trabalham juntos para criar políticas públicas efetivas. A falta de letramento digital, tanto em cibersegurança quanto em tecnologia em geral, é um dos maiores desafios enfrentados, não só no Brasil, mas em várias partes do mundo.

A Cooperação Público-Privada como Solução

Uma das principais mensagens do painel foi a ênfase na colaboração entre diferentes setores, Ivan de Souza Correa Filho, do Gabinete de Segurança Institucional, explicou que a Política Nacional de cibersegurança é essencialmente uma diretriz que traça objetivos gerais, mas que precisa ser complementada por uma estratégia clara de implementação. Ele destacou que a política precisa de estabilidade, sendo propositalmente genérica para permitir que o governo ajuste as estratégias conforme as ameaças evoluem.

Ivan também fez uma distinção importante entre crimes cibernéticos que atacam sistemas e aqueles que atacam os usuários, o primeiro exige uma defesa focada em infraestrutura, enquanto o segundo depende de conscientização e educação do público, a Política Nacional de cibersegurança abrange ambas as vertentes, buscando proteger tanto os sistemas quanto os cidadãos de ataques cibernéticos.

Setores mais Vulneráveis

Entre os setores mais vulneráveis, o setor de saúde foi destacado como um dos que mais sofre com ataques cibernéticos. A Luana Tavares ressaltou que o setor de saúde é historicamente um dos menos preparados para enfrentar ameaças digitais, mesmo sendo um dos mais atacados, a combinação de baixa maturidade digital e a alta sensibilidade dos dados de saúde torna o setor um alvo frequente de criminosos cibernéticos.

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Futurecom 2024: Política Nacional de Cibersegurança 2

Outro setor que enfrenta desafios semelhantes é o das pequenas e médias empresas (PMEs). Muitas PMEs não possuem recursos ou conhecimento para investir adequadamente em cibersegurança, tornando-se elos frágeis na cadeia de fornecimento para empresas maiores. Essas vulnerabilidades afetam toda a economia, pois as PMEs desempenham um papel fundamental como fornecedores e parceiros de negócios para grandes corporações.

O Papel do Governo e da Iniciativa Privada

O governo tem um papel fundamental em estabelecer diretrizes de cibersegurança que garantam que tanto as empresas quanto os cidadãos estejam protegidos. No entanto, Ivan de Souza destacou que as empresas também têm a responsabilidade de seguir as melhores práticas de segurança, a política governamental por si só não é suficiente para mitigar todos os riscos. Ele também ressaltou que o governo trabalha para construir uma capacidade nacional de cibersegurança, para que o Brasil não dependa de soluções estrangeiras, que podem ter interesses conflitantes.

Patrícia Peck, CEO da Peck Advogados, acrescentou que, além da conformidade com leis como a LGPD, ela defendeu o conceito de “Security by Design“, onde a segurança é integrada desde a concepção do produto ou serviço, em vez de ser tratada como uma consideração secundária.

A Infraestrutura Crítica e a Cibersegurança

Gustavo Santana Borges, superintendente da Anatel, destacou o papel crítico que as redes de telecomunicações desempenham na infraestrutura do Brasil, ele explicou que a Anatel tem trabalhado para garantir que as redes 5G sejam seguras, uma vez que a conectividade está cada vez mais interligada a dispositivos do dia a dia, como carros autônomos, cidades inteligentes e robótica. Borges também enfatizou que a agência atualizou suas regulamentações de cibersegurança em 2024 para garantir que operadoras de telecomunicações regionais e nacionais sigam as melhores práticas.

O aumento das conexões através do 5G também traz novos desafios, com a conectividade se estendendo a dispositivos de IoT (Internet das Coisas), cada sensor conectado à rede pode se tornar um ponto de entrada para criminosos. A Anatel, em cooperação com outras entidades, está tomando medidas para proteger essas redes, mas o desafio de garantir a segurança de uma infraestrutura tão vasta e complexa permanece uma prioridade.

O Futuro da Cibersegurança no Brasil

O futuro da cibersegurança no Brasil passa por um esforço conjunto entre governos, empresas e cidadãos. Luana Tavares reforçou que o Brasil ainda enfrenta muitos desafios, mas está avançando na direção certa com a Política Nacional de Cibersegurança.

Por outro lado, Patrícia Peck destacou a importância da educação continuada em cibersegurança, a conscientização dos colaboradores e a implementação de treinamentos regulares são fundamentais para reduzir a vulnerabilidade das empresas. Ela também sugeriu que empresas realizem simulações de ataques cibernéticos, semelhante ao que é feito com brigadas de incêndio, para garantir que todos saibam como reagir em uma situação de crise.

A cibersegurança não é mais uma escolha, mas uma necessidade fundamental em um mundo cada vez mais conectado. O Brasil, como muitos outros países, está correndo contra o tempo para criar e implementar políticas que protejam suas infraestruturas críticas e seus cidadãos. A colaboração entre o setor público e privado, a educação da população e o investimento em tecnologias de ponta são essenciais para enfrentar as crescentes ameaças digitais.

Conforme Ivan de Souza mencionou, a guerra contra o crime cibernético é uma batalha contínua, e ninguém pode vencê-la sozinho. Somente através da cooperação e do comprometimento de todos os setores, poderemos garantir um futuro mais seguro para o Brasil.

Esse texto foi produzido com base na palestra realizada na Futurecom 2024, que contou com a presença de especialistas como Allex Amorim, Patrícia Peck, Luana Tavares, e Ivan de Souza Correa Filho e Gustavo Santana Borges. O debate focou nas novas legislações, estratégias e as principais barreiras enfrentadas para proteger empresas e cidadãos contra crimes digitais.

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