A transição para a nuvem representa um marco significativo na jornada digital de qualquer empresa. Uma das abordagens predominantes neste processo é a estratégia “lift and shift”, que consiste em transferir sistemas e aplicações existentes para um ambiente de nuvem. No entanto, essa estratégia, embora comumente adotada, não está isenta de desafios e limitações.
Marcos Gomes, Diretor de TI e Digital na Coca-Cola FEMSA e convidado do 19º episódio do podcast Itshow, alerta: “O maior desafio é a transformação. Como pegamos nosso legado e o atualizamos para um novo ambiente, levando em conta aspectos como segurança, LGPD e outras regulamentações pertinentes? Então, geralmente, fazemos o lift and shift daquilo que já está atualizado e planejamos um projeto de transformação para o legado. Esse é o maior trabalho e o maior desafio.”
O ato de simplesmente transpor sistemas existentes – sejam eles em nuvens públicas ou privadas – pode resultar na perda de oportunidades essenciais para otimização e modernização.
O que é o modelo lift-and-shift
A estratégia conhecida como Lift-and-Shift, ou “Elevar e Deslocar”, é um método de migração para a nuvem que envolve transferir aplicativos e sistemas existentes para o ambiente de nuvem sem realizar alterações substanciais em sua estrutura ou funcionalidade. Este método é considerado uma forma simplificada e ágil de transição para a nuvem, visto que exige modificações mínimas nos aplicativos já em uso.
Neste processo, os aplicativos são retirados do ambiente local, conhecido como on-premise, e realocados para a nuvem, seja como parte de uma infraestrutura como serviço (IaaS) ou em máquinas virtuais. A principal vantagem desta abordagem é a rapidez da migração, que permite às organizações se beneficiarem rapidamente das vantagens oferecidas pela nuvem, como escalabilidade e maior disponibilidade.
Contudo, essa estratégia também apresenta limitações, como o aproveitamento restrito dos recursos nativos da nuvem e a necessidade de manutenção contínua. Embora o Lift and Shift seja uma opção viável para migrações rápidas e com menos alterações significativas em infraestruturas e aplicativos, pode ser essencial considerar futuras modernizações para maximizar os benefícios da nuvem.
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Benefícios da migração lift and shift
A abordagem Lift and Shift para a migração de dados para a nuvem apresenta várias vantagens, principalmente por sua simplicidade e eficiência. Uma das principais características desse método é que ele não exige alterações nos dados e aplicações existentes. Isso torna a migração menos complexa, uma vez que os processos de segurança e conformidade são mais facilmente gerenciáveis.
Além disso, a capacidade de mapear requisitos diretamente em controles implementados em armazenamento, computação e recursos de rede é outro aspecto positivo desse modelo de migração.
Apesar da migração para a nuvem, a abordagem Lift and Shift mantém as estruturas de arquitetura existentes, o que significa que as mudanças significativas nos processos de negócios, interfaces de gerenciamento e monitoramento associados aos aplicativos são mínimas.
Esta abordagem é considerada por muitos como a forma mais fácil, rápida e de menor custo e risco para operar na nuvem. No entanto, é importante observar que a escolha da estratégia de migração correta é uma parte essencial do planejamento de migração. Apesar de suas vantagens, o Lift and Shift pode não ser a solução ideal para todas as organizações. Uma avaliação cuidadosa das aplicações e das necessidades específicas da empresa é necessária para determinar a melhor estratégia a ser adotada.
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3 passos para implementar a migração lift and shift na sua empresa
1 – Avaliação da infraestrutura existente
Isso envolve um inventário detalhado de todos os sistemas, aplicativos e recursos em uso, proporcionando uma visão completa do ambiente de TI atual. Essa visão abrangente é vital para facilitar tanto o planejamento quanto a execução efetiva da migração.
Além disso, é importante reconhecer as interdependências entre sistemas e compreender as conexões entre diferentes aplicativos, mapeando como eles interagem e compartilham informações. Avaliar o desempenho atual, a capacidade e as necessidades futuras de escalabilidade da infraestrutura também é essencial, assim como analisar a segurança e a conformidade dos dados atuais.
2 – Definir a estratégia de migração
Após a avaliação inicial, o segundo passo envolve definir a estratégia de migração, começando pela escolha da plataforma de nuvem mais apropriada para as necessidades específicas da empresa, considerando fatores como custo, desempenho, segurança e suporte técnico.
Decidir se a abordagem “lift and shift” é a mais adequada para a situação em questão é outra etapa crítica. Essa estratégia, que implica mover sistemas e aplicativos para a nuvem sem grandes alterações, é ideal quando a prioridade é uma migração rápida e direta.
Identificar quais sistemas e aplicativos devem ser migrados primeiro, com base na sua importância e nos benefícios imediatos esperados, é também parte essencial do planejamento. Definir objetivos claros e mensuráveis para a migração ajudará a orientar o processo e a garantir que os resultados desejados sejam alcançados.
3 – Execução da migração
Isso começa com a realização de backups completos e verificados de todos os dados, garantindo a segurança e a restauração em caso de problemas. A transferência dos sistemas e aplicativos para a nuvem deve seguir o plano previamente estabelecido, replicando com precisão a infraestrutura existente no novo ambiente de nuvem.
Durante todo o processo, é vital monitorar a migração em tempo real para identificar e resolver rapidamente qualquer problema que surja. Por fim, é fundamental testar extensivamente os sistemas migrados para assegurar que estão funcionando conforme o esperado na nova infraestrutura da nuvem, resolvendo quaisquer falhas ou problemas detectados durante os testes.
Cloud migration: migrar dados para a nuvem é uma alternativa rápida e barata
A estratégia de migração “lift and shift” para a nuvem representa um equilíbrio entre eficiência e simplicidade, oferecendo uma via rápida e de baixo custo para empresas que buscam as vantagens da computação em nuvem.
Essa abordagem, que consiste em transferir sistemas e aplicações existentes para a nuvem com alterações mínimas, é uma solução viável para muitas organizações, mas não sem suas considerações. Como Marcos Gomes da Coca-Cola FEMSA observa, a transformação do legado e a atualização para novos ambientes, mantendo a segurança e a conformidade, representam os maiores desafios.
Portanto, enquanto o “lift and shift” oferece uma transição rápida e econômica para a nuvem, as empresas devem ponderar cuidadosamente suas opções, considerando as futuras necessidades de modernização para maximizar plenamente os recursos da nuvem.
O sucesso dessa migração depende de uma avaliação meticulosa da infraestrutura existente, uma estratégia de migração bem definida e uma execução cuidadosa. Isso envolve desde a escolha da plataforma de nuvem mais adequada até a realização de testes abrangentes após a migração.
Ao adotar uma abordagem faseada e metódica, as empresas podem minimizar riscos e interrupções, garantindo uma transição suave para a nuvem. O “lift and shift”, embora possa não ser ideal para todas as situações, continua sendo uma estratégia no arsenal de opções de migração para a nuvem, permitindo às empresas aproveitar as oportunidades de crescimento e inovação no ambiente digital de hoje.
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